Turismo: Mausoléu cubano Tercer Frente
Numa elevação oriental, o Mausoléu do III Frente, em Santiago de Cuba, recebe hoje a numerosos turistas desejosos de compreender melhor às pessoas desta ilha e sua devir histórico.
Pese ao apartado do lugar, até ali peregrinam sobretudo canadianos e europeus, junto a cubanos, interessados em saber algo mais a respeito das lutas guerrilheiras neste país.
O interesse adicional arraiga em que no promontório do monumento descansam os restos do comandante guerrilheiro Juan Almeida Bosque (1927-2009), um dos mais próximos colaboradores do líder cubano Fidel Castro.
O Mausoléu aos Heróis do III Frente Doutor Mario Muñoz Monroy encontra-se num lugar muito apartado e belo ao mesmo tempo, na Sierra Maestra, precisamente nos palcos de guerra de 1956 a 1959, quando triunfou a Revolução Cubana, explicou a guia Dorisbel Ramos.
HISTÓRIA À cada PASSO
A especialista comentou que a cada dia se incrementam as visitas de estrangeiros, muitos de passagem em caminhadas face ao turismo de natureza, e outros em procura de detalhes sobre as principais figuras deste país.
Narrou que o lugar era um potreiro, propriedade de Rafael Cruz, área que passou ao estado cubano devido à reforma agrária.
A relevância do lugar data de 26 de Julhio de 1957, quando membros do movimento rebelde, com base no povoado próximo de Maffo, içaram sua bandeira com um madeiro de guácima (árvore da região), burlando aos soldados do área.
Aquela bandeira foi levada por uma mulher, Esperanza Cabrera, junto com seu irmão Reineris, e ondeou aos 155 metros de altura da elevação.
O lugar foi posteriormente centro do frente guerrilheiro ao comando de Almeida, por todo o qual se levantou ali o conjunto escultórico criado pelo artista Evelio Leucoris, no aniversário 25 da criação do agrupamento guerrilheira, fundada o 6 de março de 1958.
Leucoris empregou a técnica de molde de cinco figuras em representação da vida na Sierra Maestra, com duas silhuetas que olham para atrás para simbolizar uma retaguarda sempre protegida.
Ademais, dois guerrilheiros sujeitam-se para a frente simbolizando aos irmãos Víctor e Onelio Díaz, um dos quais morreu ao tentar auxiliar ao outro num combate em 4 de junho de 1958, enquanto a quinta figura erguida marca os ideais revolucionários.
No monumento elevam-se duas bandeiras: a cubana e a do 26 de Julhio, representativa da que se içou ali na referida ocasião.
Aos pés da escultura encontra-se um recinto funerário, onde se conservam os restos dos combatentes dessa frente e as mulheres que colaboraram no empenho.
Os construtores conservaram o meio natural como homenagem adicional à vegetação e à geografia da zona, com plantas de café e flores.
Como parte do Mausoléu, aparecem seis palmas reais, árvore nacional cubano, para regular a luz e a sombra; e que indicam o número de províncias nas que se dividia então o país, demarcação que passou a 14 a partir de 1976 e a 15 desde janeiro do 2011, em ambos casos com a existência do município especial Ilha da Juventude).
Até o Monumento existem 23 degraus, com flores de Califa vermelha a ambos lados, como símbolo do sangue, ao longo de uma escada que ondula para representar o percurso daquela sobre a terra.
Num soterrado, dedicado às mulheres, aparece enterrada Apellinaría Bisset, de origem haitiano, quem entregou todos seus pertences a Almeida, como apoio para a causa revolucionária.
O conjunto alumia-o um lume eterno, qualificada pela guia como única do país, por sua forma e sua estrutura.
A colina encontra-se em frente ao povo Cruzes dos Banhos, onde dantes de 1959 só existiam oito casas, um lugar para brigas de galos de lidia, um depósito para café e um bar.
Na atualidade, é a povoado cabeceira do município III Frente, que conta com oito conselhos populares e para perto de 30 mil habitantes.
Nomeia-se Cruze dos Banhos devido ao trasfego de caminhantes de passagem para outra localidade com banhos medicinais nomeada San Fermín, bem perto da colina.
Devido a sua história, o promontório do III Frente apresenta a cada dia mais atraentes para os viajantes, que podem dialogar com os camponeses da zona e conhecer um palco muito interessante por sua história e sua natureza.
