Brasil: O Ferrogrão e como afetaria à Amazonía
Fiscais federais e grupos de direitos civis no Brasil se opõem ao projeto de construção de uma ferrovia para o transporte de grãos na selva tropical do Amazonas devido a seu possível impacto nas comunidades indígenas e no meio ambiente, o que poderia paralisar o projeto.
Nesta semana, ambos questionaram o projeto ante um tribunal de auditoria federal brasileiro, alegando que as comunidades indígenas não têm sido consultadas sobre a construção da ferrovia.
O Ferrogrão, como se conhece o projeto, atravessaria o Amazonas com um custo de vários milhares de milhões de dólares, e poderia atrair investimentos dos comerciantes mundiais de grãos que operam no pais.
O tribunal de auditoria brasileiro poderia ser posto do lado dos promotores, eliminando um obstáculo finque que permitiria ao governo estabelecer um calendário para o projeto. Ou poderia ser posto do lado dos promotores e os grupos de direitos civis, dando aos grupos indígenas a oportunidade de defender sua posição.
A mais de 900 quilômetros, a chamada ferrovia do Ferrogrão ligaria o cinto agrícola do centro oeste do Brasil com os portos do norte.
Espera-se que o Ferrogrão reduza o volume do ônus de cereais que transportam os caminhões na estrada BR-163, onde o tráfico se interrompe com frequência devido à falta de manutenção, em particular durante a temporada de chuvas.
Em agosto, membros da tribo indígena kayapó bloquearam a BR-163 na região de Novo Progresso, no estado de Pará, para protestar contra o projeto do Ferrogrão e a falta de proteção do governo em frente à pandêmia de coronavirus, que matou a vários de seus idosos.