Coronavírus acabará com 1,8 milhões de empregos segundo o instituto alemão

A pandemia do coronavírus implicará a destruição de 1,8 milhões de postos de trabalho na Alemanha, onde, além disso, seis milhões de pessoas ficarão em regime de jornada reduzida, segundo estimativas do instituto económico Ifo.
O produto interno bruto (PIB) alemão poderia assim mesmo cair um 1,5 % e até um 6 % no cenário mais negativo pelas consequências da pandemia, acrescenta o instituto alemão.
De acordo com estes prognósticos, a crise gerada pelo COVID-19 acabará com a atual robustez do mercado laboral alemão, cujo índice de desemprego se situava a princípios de ano no 5,3 %.
O impacto da pandemia na primeira economia da zona euro se traduzirá em milhares de milhões de euros, entre a previsível queda da produção industrial, os custos derivados do desemprego e também das prestações que perceberão quem fiquem em regime de jornada reduzida.
“Os custos superarão o que conhecemos nas últimas décadas depois de uma crise económica ou catástrofes naturais”, sustenta o presidente do Ifo, Clemens Fuest, em um comunicado difundido nesta segunda-feira.
A economia alemã poderia encolher-se – "dependendo do cenário”, adverte- entre um 7,2 % e um 20,6 %, o que significa um volume entre 255.000 e 729.000 milhões de euros.
Quanto a este ano, isso teria como consequência uma queda do produto interno bruto (PIB) entre um 1,5 % e um 6 %, declarou Fuerst ao explicar os resultados do relatório, embora enfatizou que são previsões ainda sujeitas a revisão em função da evolução da pandemia.
Fuest recomenda investir “todos os recursos imagináveis” em medidas sanitárias para atenuar a pandemia. Isto é, baixar parcialmente o ritmo da economia, sem alterar a luta prioritária contra o coronavírus.
O governo da chanceler, Angela Merkel, prepara um plano de choque para paliar o impacto do COVID-19 na economia alemã, tanto relativo à atividade empresarial como ao cidadão comuns.
O plano começará a articular-se nesta segunda-feira, com um Conselho de Ministros extraordinário, para que possa entrar no trâmite parlamentar no final de semana.
A televisão pública ARD avançou este fim de semana que a grande coalizão de Merkel aprovará um novo endividamento de ao menos 150.000 milhões de euros. Outros meios dobram inclusive essa quantidade.
Assim mesmo prevê-se uma bateria de ajudas para paliar os efeitos no cidadão, incluídas garantias contra os despejos para quem não possa pagar o aluguer.
Além disso, o procedimento para suspender a regra constitucional de "restrição da dívida" será ativado, aproveitando o fato de que essa norma prevê exceções.
O Executivo anunciou há alguns dias a criação de um fundo de resgate de 40.000 milhões de euros para autónomos e pequenas empresas, bem como uma linha de crédito ilimitada para empresas e a ampliação da jornada reduzida com garantia de emprego.