Conversando com Nicole Marrder, ministra de Turismo de Honduras
Entrevista exclusiva com Nicole Marrder, ministra de Turismo de Honduras, no marco de FITUR 2021
Por José Carlos de Santiago
Nicole Marrder é ministra de Turismo de Honduras desde 15 de agosto de 2019, seis meses dantes que a nação centroamericana fechasse suas fronteiras depois de se declarar a pandemia do novo coronavirus. Nunca imaginou que uma boa parte de suas funções como ministra de turismo, nesses momentos, seria ajudar aos turistas a sair de #o Honduras em lugar da chegar.
No marco da Feira Internacional de Turismo de Madri, Fitur 2021, Caribbean News Digital conversou em exclusiva com a senhora Marrder.
CND: De onde prove/provem sua formação dentro do setor turístico?
NM: Minha formação em turismo é como hoteleira. Pertenço a uma família na que nos convertemos em hoteleiros faz 22 anos, hotéis de cidade e de negócios focados em viajantes de curta e longa estadías. Temos tido que aprender como têm ido mudando as necessidades dos viajantes de negócios. Temos aprendido a incorporar a tecnologia a nosso negócio de serviços, bem como na gastronomia que oferecemos nos hotéis.
CND: Como ministra, que pode contribuir você ao turismo de seu país toda vez que prove/provem do setor privado? E ao mesmo tempo, que pode contribuir, desde sua posição atual, ao setor privado?
NM: Considero que, em #o Honduras, nestes momentos, o turismo está dando ainda seus primeiros passos, e isso significa um ordenamento da casa internamente. A estrutura organizativa da indústria precisa um pouco mais de formação. A experiência tenho tido, tanto pessoal como representando aos diferentes grêmios hoteleiros a nível centroamericano, interregional e interamericano, bem como sendo diretiva da Câmera Nacional de Turismo, me permitiram adquirir essa visão mais global.
Tendo essa experiência a nível internacional, tenho podido constatar que é o que faz falta em
Honduras para que a comercialização funcione de uma forma mais efetiva. Essa união entre os hotéis, os turoperadores, os hotéis, as aerolíneas e a comercialização através de agências, essa organização não tem estado bem definida e ainda estamos trabalhando em conseguir que essa rede seja mais sólida. Esse é um dos fatores importantes, como também o é a comercialização virtual ou digital que o país também precisa desenvolver.
CND: A conectividade aérea é um princípio fundamental para poder ter turismo. Com Europa, têm uma relativa conectividade aérea. No caso concreto de Espanha, depois do anúncio de compra-a de Air Europa por parte de Iberia, que situação concreta têm nesse sentido? Vão ter mais vôos após esta fusão?
NM: Isso está por ver e esperamos que não se prejudique, sina que se fortaleça. Em Honduras temos uma característica que nos distingue do resto dos países centroamericanos, e é que temos quatro aeroportos internacionais em um território bastante pequeno. No entanto, às aerolíneas isto lhes resultou interessante porque a cada um desses aeroportos tem um movimento diferente, e um mercado e um atrativo diferente.
No caso do aeroporto de Tegucigalpa, a capital de Honduras, tem tido dificuldades para melhorar sua conectividade por tratar de um aeroporto bastante central localizado no meio da cidade e rodeado de muitas montanhas. Isso faz que a aproximação seja complexa e que os aviões de grande porte não possam operar nesse terminal.
Agora estamos sacando o aeroporto da capital. Neste ano conclui-se a construção e se inaugurará o Aeroporto Internacional de Palmerola, que substituirá ao Toncontín. Palmerola será um aeroporto bem mais grande, sem complexidades para a aproximação das aeronaves, o que redundará na chegada e saída de aviões de grande porte.
No caso de Roatán e A Ceiba, que são dois destinos turísticos, estamos fazendo investimentos importantes para modificar o Aeroporto Internacional A Ceiba. Isso nos permitirá mover esses destinos e atrair mais turistas para eles.
Ainda que não é o objetivo fundamental da presença de #o Honduras em FITUR, sim temos vindo para ter uma aproximação, tanto com Iberia como com Air Europa para incrementar a conectividade. Isso mesmo o estamos fazendo com outras linhas aéreas.
CND: Honduras é um país de uma rica cultura maya. No entanto, sua gastronomia, que é igualmente rica, não tem conseguido pôr a Honduras no mapa gastronômico regional. Crê você que pudessem trabalhar nesse sentido para que Honduras seja reconhecida também por sua cultura gastronômica?
NM: Definitivamente a gastronomia complementa e enriquece qualquer experiência turística. Estamos fazendo uma aliança com Guatemala e México para fortalecer o componente cultural dentro da oferta turística, e nesse sentido, estamos também incluindo à gastronomia.
Um dos temas que estamos trabalhando nestes momentos é em torno do café. O café é parte de nossa cultura, é parte dos sabores que nos representam a nível internacional, ao igual que o cacau. Tanto o café como o cacau hondureños são dois produtos de exportação que nos posicionam a nível mundial de uma maneira muito especial. Há tantas coisas por trás dessa caneca de café que nos tomamos em algum momento, e por isso estamos tratando de criar uma experiência importante com o café, com os baristas e os catadores de café. Hoje em dia, ao turista que chega a Honduras gosta da visita que realiza às fincas de café.
Acho que #o Honduras é um país com pequenas regiões gastronômicas que não se deram a conhecer ainda, mas que é parte do trabalho que estamos realizando para dar a conhecer melhor a Honduras e entregar uma melhor oferta turística aos visitantes.