Acordo de céus abertos entre a União Européia e os Estados Unidos

O Conselho de Transportes da Comissão Européia avaliará em 22 de março o acordo preliminar de "céus abertos" entre os Estados Unidos e a União Européia sobre o tráfego aéreo transatlântico que abarcará 60% do tráfego mundial. Entre as vantagens do novo acordo: receitas de 12 bilhões de euros, 80 mil novos empregos, passagens aéreas mais baratas, e maior fluxo de passageiros e de mercadorias.

O secretário assistente de Transportes dos EUA, John Byerly, explicou que a partir da entrada em vigor do acordo "toda companhia aérea americana legalmente autorizada poderá voar dos Estados Unidos para um aeroporto na União Européia, e dali para outros aeroportos". Isso seria aplicado também às empresas aéreas européias voando para os EUA e do país para outros destinos.

O acordo prevê a participação no capital e o controle de companhias aéreas norte-americanas por empresas européias, que poderão também voar em rotas domésticas nos Estados Unidos, bem como aceder a financiamentos do governo norte-americano. As alianças entre companhias européias com norte-americanas seriam também mais fáceis.

As aéreas British Airways e Virgin Atlantic tentam pressionar o governo britânico para que se oponha ao acordo.

Para o presidente da British Airways, Martin Broughton, "o acordo beneficia os interesses dos Estados Unidos, oferecendo apenas pequenas vantagens aos europeus disfarçadas de grandes avanços".

Já a companhia norte-americana Continental Airlines, anunciou em comunicado que "apóia o acordo recentemente anunciado entre os Estados Unidos e a União Européia, e que foi sempre a favor de tratados sobre o tema, desde que se criassem regras justas e competitivas". A Continental Airlines, que opera em 28 destinos transatlânticos, a maioria na União Européia, considera que o acordo será benéfico para os consumidores.

Recentemente, o vice-presidente da Comissão Européia, encarregado dos Transportes, Jacques Barrot, anunciou que a segunda ronda de negociações sobre os céus abertos entre a União Européia e os Estados Unidos deverá decorrer em janeiro de 2008. O executivo disse ainda que se não se chegar a um consenso até meados de 2010, muitos dos elementos previstos no acordo preliminar poderiam ficar sem efeito.

Atualmente, os vôos entre Estados Unidos e União Européia são restringidos por uma série de acordos bilaterais que foram negociados pelos governos de cada país.