Alec Sanguinetti, diretor-geral da Associação de Hotéis e Turismo do Caribe (CHTA)
O ano de 2009 vai ser um dos mais difíceis para o turismo mundial no qual o Caribe é uma peça-chave. Temas de grande interesse e atualidade são abordados por uma das vozes mais autorizadas do trade regional nesta entrevista que a Caribbean News Digital põe a disposição dos leitores.
Quais os principais mercados emissores para o Caribe atualmente?
O Reino Unido, Espanha, Alemanha e a Itália. O mercado espanhol tem muita importância para o Caribe hispânico e de língua inglesa, e a região quer atrair investimentos da Espanha, criar outros produtos, oferecer novas atrações aos turistas espanhóis que viajam ao Caribe apesar da crise.
Grandes redes espanholas estão investindo em Aruba, Bahamas e Jamaica, por exemplo. Na Jamaica têm atualmente mais de 10 mil apartamentos.
Muitas ilhas ainda não têm voos diretos da Espanha ou da Europa. O que é que está fazendo a CHTA nesse sentido?
Um dos problemas fundamentais é o alto custo de operações das companhias aéreas. Nós estamos trabalhando em conjunto com a Organização de Turismo do Caribe (CTO) para tentar baixar os custos. Há algumas companhias europeias que já começaram a voar para o Caribe, principalmente para a Jamaica, que recebe também charters da Espanha.
E sobre os cruzeiros?
As companhias de cruzeiro são uma parte importante da nossa indústria turística. O turismo em terra e nos cruzeiros coexiste muito bem no Caribe, uma região que recebe 40% do mercado mundial de cruzeiros.
O tema do multi-destino é muito debatido em congressos internacionais, mas os obstáculos para seu desenvolvimento continuam. Qual a posição da CHTA nesse sentido?
Trata-se de um tema bastante crítico porque os turistas europeus gostam das ofertas multi-destino. No Caribe há 35 países com culturas e geografia diferentes, o que é uma das razões da preferência das companhias de cruzeiro.
No entanto, devemos solucionar um grupo de dificuldades para que isso funcione realmente como a implementação de um sistema de transporte regional que seja viável e funcional. Devemos eliminar as barreiras que impedem o movimento rápido e livre através dos nossos aeroportos. Temos que manter a segurança facilitando o turismo e as viagens.
Nos últimos tempos as ilhas estão promovendo um turismo não convencional no Caribe que é o turismo cultural...
Efetivamente. Não é possível passar o tempo todo na praia. Há outras possibilidades como a gastronomia, o turismo histórico ou o ecoturismo. Os europeus gostam muito disso.
Temos pequenas cidades indígenas, pequenos hotéis nas montanhas, florestas tropicais. A beleza dos nossos países é diversa, não apenas nas praias.
Quais as estratégias promocionais da região nestes tempos de crise para conseguir atrair mais turismo?
O turismo mostrou que é uma indústria muito flexível e tenho a certeza de que vai se recuperar, mas não antes da segunda metade de 2010, de acordo com as previsões para a economia.
Quanto à promoção, estamos trabalhando muito na criação de um fundo sustentável de marketing de aproximadamente 60 milhões de dólares por ano para chegarmos aos nossos mercados principais que são os da América do Norte e Europa, além dos emergentes da América do Sul e do Leste Europeu. Mas a maior parte será destinada para a América do Norte e Europa.