Alec Sanguinetti, diretor-geral e CEO da Associação de Hotéis e Turismo do Caribe (CHTA)
Em 2009, Cuba e a Jamaica foram os dois únicos países do Caribe com crescimento turístico. Em 2010, a região espera um melhor desempenho a partir da qualidade do produto, de preços competitivos e de ações de marketing bem-sucedidas. Além desses temas, o sr. Sanguinetti aborda nesta entrevista as conexões aéreas, o multi-destino e a cooperação regional.
Afirma-se que o Caribe é uma região ideal para o multi-destino, mas até agora foi difícil a concretização de projetos nesse sentido. Acha que a causa poderia ser a falta de conexões aéreas?
O Caribe, além de ser a região mais bela do mundo, tem a influência das culturas da Espanha, França, Inglaterra, Holanda, África e de muitos outros países e regiões. Temos muita coisa para oferecer e por isso somos o destino de cruzeiros número um no mundo. O desafio atual é o movimento intra-regional de pessoas dos nossos países e de visitantes, e as conexões dos serviços internacionais extra-regionais com os serviços na região.
Há um reposicionamento de algumas transportadoras regionais como a British Western Union Airways que passou a ser a Caribbean Airlines, e há negociações entre a Caribbean Airlines e a Air Jamaica.
O problema das conexões na região deve ser enfrentado seriamente. Os governos estão trabalhando nisso, mas não suficientemente. O que quero dizer é que os governos devem trabalhar não apenas para a criação de uma política de céus abertos intra-regional, mas para a criação de uma política de céu único. Isso contribuiria para a eliminação de muitos entraves econômicos no controle do tráfego aéreo, que tem custos elevados na região, e para a criação de incentivos ao setor privado em termos de transportadoras low cost. Isso vai estimular a chegada de voos internacionais e então poderemos pensar num hub na Jamaica ou em Barbados com conexões para o Caribe todo. Há outras coisas a serem eliminadas, como a taxa de trânsito, que faz com que as pessoas paguem 5 ou 10 dólares em cada aeroporto.
Os controles de segurança das últimas semanas nos aeroportos, principalmente nos Estados Unidos, tem alterado o fluxo de turistas para ao Caribe?
Até agora não. Acho que a Jamaica vai ter mais 100.000 novos assentos nesta temporada de inverno. Para os restantes países do Caribe, de novembro a abril, a capacidade de assentos em voos entrantes aumenta 5%.
Agora devemos apoiar esse aumento com ações efetivas de marketing porque o Caribe tem produtos muito bons, preços muito competitivos e está aberto aos negócios. É só garantir que isso seja conhecido.
A indústria recupera seu dinamismo, o que vai ser notável no final do ano e sem dúvidas em 2011. Em 2009 os nossos principais mercados, a América do Norte e a Europa, foram muito afetados pela grise global, mas com certeza vamos avançar a partir de bons produtos, de preços competitivos e de ações de marketing.
Acha que o Caribe vai recuperar o fluxo de turistas anterior à crise?
Com certeza, mas devemos intensificaras ações de marketing de maneira coordenada como região.