Algumas preferências dos turistas portugueses no Caribe

28 de Setembro de 2007 1:58am
godking

A exigência de passaporte para os turistas norte-americanos, mercado que historicamente foi um dos principais emissores, redunda na queda do turismo no Caribe. No entanto, a região olha para a Europa e, nesse mercado, o turismo português tem um peso.

Assim, Portugal foi um dos países que mais contribuiu para o aumento de entradas de turistas estrangeiros nos aeroportos internacionais da República Dominicana entre janeiro e agosto deste ano, com mais 5.093 passageiros, segundo informações do Banco Central do país, ainda que a entidade não indicasse o número total dos portugueses nos oito meses considerados.

Por outro lado, em 2006, Cuba recebeu 27.304 turistas portugueses, de um total de 2.220.567, de acordo com relatório do Escritório Nacional de Estatísticas (ONE).

Algumas preferências

A Agência Abreu, enviou para o Caribe 7.800 turistas durante o ano de 2006. Em Cuba, a preferência foi pela combinação Varadero / Iberostar. Na República Dominicana, Punta Cana / Riu e Iberostar. Já na Jamaica, os portugueses que contrataram os serviços da Agência Abreu preferiram Negril / Riu e, no México, Cancun - Riviera Maya / Riu e Iberostar.

Quanto aos países, as razões principais para a escolha foram o Sol e Praia, e, também, a Segurança. A respeito dos hotéis, o bom serviço, a animação, os excelentes buffets e as ótimas instalações.

Afirma-se que a Jamaica está na moda. Para Diamantino Pereira, diretor da Agência Abreu, a primeira razão é a novidade em relação aos outros destinos, "os quais estão já no mercado português desde há 15 anos, como é o caso de Cuba". Além disso, o país "dispõe de excelentes hotéis e até agora tem exibido uma forte segurança", completa.
Em Aruba e Curaçao, a Soltrópico tem maior peso e os hotéis mais solicitados de maio de 2006 a abril de 2007 foram o Divi Aruba Beach Resort e o Superclubs Breezes Curaçao, onde se combinam as boas praias e as boas infra-estruturas a um preço acessível. Nesses países, a boa qualidade dos serviços e infra-estruturas, hospitalidade dos locais e um turismo de Sol e Praia de excelência compensam o tempo de vôo.

Brasil ou o Caribe?

Quanto à perda de turismo português no Brasil em favor do Caribe, Sónia Regateiro, diretora de Operações da Soltrópico, considera que a causa se encontra nos subsídios aos operadores, que fez com que o Nordeste brasileiro se vendesse "num período que já vai longo a preços inferiores aos custos reais, o que perverteu as leis do mercado. Os operadores não subsidiados, como foi o caso da Soltropico, foram forçados a sair do mercado, não conseguindo acompanhar os preços subsidiados dos restantes". Para a executiva, "o resultado redundou no efeito oposto ao pretendido por quem subsidiou: o público afez-se à idéia de que os preços dos pacotes para o Brasil eram aqueles, e os operadores já não conseguem repor no mercado preços sustentáveis". Por outro lado, "uma vez que o Caribe está a ser operado também com charter, os preços são suficientemente atrativos e sustentáveis para permitirem a transferência de clientes para destinos considerados de sonho, ao passo que o Brasil nordestino está estafado por algum tempo", disse Sonia à Caribbean News Digital.

Diamantino Pereira aponta a valorização do real em relação ao euro como um dos fatores que influenciam nessa situação, além do aumento do custo dos hotéis, restaurantes, excursões, etc. "Para o turista português o Brasil deixou de ser um país barato e acessível. Hoje a imagem que temos do Brasil é que se trata de um país caro", e exemplifica: "No caso concreto de Portugal, é mais barato comer em Portugal do que no Brasil".

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