António Gama, diretor geral da Nortravel, representante da MSC Cruzeiros para Portugal

12 de Fevereiro de 2007 9:41pm
godking

A Nortravel, que se posicionou nos últimos tempos no mercado a partir do alto padrão de qualidade dos seus produtos, obteve recentemente a representação exclusiva da MSC Cruzeiros para o mercado português e é disso que nos fala seu diretor geral, o Sr. António Gama.

Qual o comportamento do mercado português nas viagens para o Caribe, América Latina e, principalmente, para o Brasil, seu destino mais importante?

As relações de Portugal com o Brasil são muito especiais por causas históricas e lingüísticas. Temos um grande volume de vendas devido também à promoção das diversas entidades brasileiras em Portugal. Quanto ao produto de cruzeiros, a MSC é uma das poucas companhias de navegação turística com cruzeiros regulares no verão brasileiro e latino-americano, que é o inverno português, daí nossa satisfação ao vendermos nosso produto aos portugueses que viajem do Portugal para a América Latina. Devemos dizer que o mercado latino-americano para Portugal depende em certa medida do valor das moedas e do estado das economias de cada um daqueles países.

Quantos portugueses enviam vocês para o Brasil anualmente?

Não é tão significativa a quantidade, mas a qualidade e o poder aquisitivo dos viajantes. Nós utilizamos vôos regulares. A Nortravel tem um padrão de alta qualidade e isso faz com que não utilizemos vôos charter. O que fazemos é vender o Brasil na América Latina toda: no Chile, na Argentina, cruzeiros à Patagônia, e isso permite que tenhamos uma grande variedade de produtos, com atributos vinculados à cultura. Os turistas que viajam para o Brasil nos nossos navios sempre realizam um programa cultural com guias locais e transporte incluído. É por isso que não atingimos os números das companhias que têm vôos charter.

Sua empresa conseguiu enviar 2.000 passageiros em 2006...

Um pouco mais de 2.000, mas há operadores em Portugal que enviam 30.000 ou 40.000 portugueses à América Latina porque têm vôos charter e podem enviar muito mais passageiros do que nós.

Qual a capacidade que têm no mundo dos cruzeiros?

Temos uma grande capacidade neste momento, com nove navios cuja capacidade média é de 2.000 passageiros cada um. Com os navios acontece como com os aviões: quando ficam detidos no aeroporto ou no porto os custos são muito altos e não há lucros. No entanto se conseguimos manter a ocupação das cabines entre 80% e 85% anualmente então o número de passageiros é enorme. Esses números correspondem à casa matriz da MSC. Nós estamos trabalhando num mercado pequeno, de 10 milhões de habitantes cujo padrão de vida não é muito alto. Visto que este é o primeiro ano que temos a representação exclusiva da MSC em Portugal, podemos garantir 5.000 cruzeiristas portugueses através da Nortravel.

Qual o preço médio que paga um passageiro numa cabine da MSC?

Temos um preço muito vantajoso para as famílias. O preço médio por passageiro diminui através de um sistema em que é possível que, de dois adultos, só pague um. São casos especiais. Os adultos que viajem com duas crianças menores de 18 anos não pagam por elas. Essas crianças viajam gratuitamente, de modo que pode acontecer, excepcionalmente, que um passageiro que pague possa levar mais três pessoas. Isso faz com que o preço médio diminua muito. Se levarmos em consideração apenas os adultos, então podemos dizer que o preço médio dos cruzeiros é aproximadamente € 1.000 por passageiro.

Como afeta a venda de cruzeiros em Portugal a entrada da Pullmantur através da Royal Caribbean no mundo dos cruzeiros?

Quando há uma fusão ou lançamento de novos navios de grande porte, todos sentimos temor porque imediatamente aparecem dez navios novos, alguns com capacidade para 3.000 ou 4.000 passageiros, mas acontece que o negócio dos cruzeiros é enorme e quando os armadores decidem o lançamento de um navio ao mar é porque já fizeram os estudos. Eles sabem que a tendência de crescimento do mercado é regular. Quando isso acontece o impacto do marketing é tão grande que os números superam as previsões normais de crescimento.

Este ano há vários navios novos. Nós temos um que vai ser inaugurado no mês de abril com capacidade para 3.000 passageiros, o Orchestra. Nunca tivemos tantas vendas antecipadas como este ano. Isso quer dizer que a capacidade de crescimento do mercado é muito grande. Nós também não temos uma idéia muito clara. Só podemos dizer que de 12.600.000 cruzeiristas, 10.000.000 são norte-americanos, de modo que o potencial de crescimento dos outros mercados é infinito.

A Nortravel representa outras companhias?

Não, apenas a MSC Cruzeiros porque a nossa filosofia é que quando fazemos uma operação tão grande, preferimos ter a certeza de que fazemos bem o nosso trabalho de marketing, de apoio ao cliente, de maneira que não estamos interessados na representação de outra companhia. Acho que os proprietários da MSC na Itália também não estariam muito interessados em que a Nortravel representasse outra companhia.

Temos o produto Cruzeiros Nortravel, com uma filosofia totalmente nova e que funciona muito bem no Mediterrâneo, no mar do Norte, nos Estados Unidos e Canadá. Mediante esta filosofia, nossos clientes contam com guias de língua portuguesa da Nortravel que os acompanham na viagem. Esse apoio constante é de grande impacto em Portugal, e agentes de viagem do Brasil já entraram em contato conosco porque consideram que se trata de um produto muito interessante para seus clientes. Assim, aos poucos vamos recebendo, através das agências de viagem portuguesas, clientes brasileiros que encontram qualidades neste produto que eles também querem aproveitar.

Quais as principais operadoras que compram seu produto?

Orgulhamo-nos de dizer que em Portugal, em geral, o maior distribuidor é nosso melhor cliente e nosso segundo melhor distribuidor é nosso segundo melhor cliente, que se tornam muito fiéis pela qualidade dos produtos Nortravel. Muitos daqueles que pensaram que não seríamos uma concorrência séria, que não confiavam no posicionamento da Nortravel no mercado, foram verificando aos poucos a qualidade dos nossos produtos, que pouquíssimas vezes apresentam problemas.

A Abreu, a Mundo Vip e a Soltrópico podem vender seus cruzeiros?

A Abreu e a Soltrópico são operadores puros. Quando falo dos que vão vender, refiro-me aos que distribuem. A Abreu vende os nossos produtos, mas os outros dois que mencionou - somos bons amigos da Soltrópico e mantemos boas relações com eles -, só geram produtos e não os vendem. Vendem-nos através de agências como a nossa, ou seja, são nossos concorrentes, mas não são distribuidores.

Qual a situação de Portugal no segmento dos congressos e incentivos através dos cruzeiros?

Neste momento temos alguns negócios em andamento através de agentes de viagem. Estamos convencidos de que se trata de um produto que deve ter um impacto enorme nos próximos três anos. Acho que um dos aspectos mais importantes do nosso negócio de cruzeiros vai ser o incentivo a bordo dos navios.

Qual a companhia de incentivos que considera mais importante em Portugal?

As empresas de incentivo que nos compram os produtos são as que estão anexadas aos grandes grupos, como a Abreu ou a Espírito Santo. Esses são os principais clientes, pelo menos no que diz respeito aos produtos que nos compram, porque também são as companhias que se encontram em melhores condições para isso.

Gostaria de acrescentar mais alguma coisa?

É um prazer ter a oportunidade de nos dirigirmos aos nossos compatriotas no mundo e dizer-lhes que os produtos da MSC estão à disposição deles.

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