Asonahores: vice-presidente executivo explica o funcionamento da organização

02 de Abril de 2010 4:08am
godking

A República Dominicana realiza uma campanha de expansão em mercados europeus emergentes e tradicionais, e continua a ampliar sua presença na América do Norte. Arturo Villanueva, vice-presidente executivo da Associação de Hotéis e Restaurantes, que reúne toda a cadeia turística dominicana, comenta as estratégias do país e a dinâmica turística regional nesta entrevista à Caribbean News Digital.

Além da vice-presidência da Asonahores, o senhor tem outras ocupações?

Dedico a maior parte do meu tempo à vice-presidência da Asonahores, entidade que lidera a atividade turística na República Dominicana, reunindo não apenas hotéis e restaurantes, mas também a associação de cruzeiros, a de aeroportos, a de projetos imobiliários e a associação de companhias aéreas, ou seja, o setor público e o setor privado.

A Asonahoares é membro do Conselho Nacional da Empresa Privada, que é a entidade que lidera o setor empresarial dominicano; é membro da Junta de Aviação Civil, que decide a política da aeronáutica civil dominicana; é ainda membro da Comissão Aeroportuária e do Comitê Consultivo de Previdência Social e da Secretaria de Estado do Trabalho, e atua como contraposição da Secretaria de Turismo no Confotur, entidades que aprovam os incentivos para a construção de hotéis e de projetos turísticos, e que decidem onde são investidos os recursos para a promoção e a construção de obras de infra-estrutura para o turismo.

A representação do setor privado turístico nas entidades públicas e privadas é uma responsabilidade da vice-presidência executiva da Asonahores, que além disso assessora o Congresso, principalmente o presidente do Senado, sendo também embaixadora designada pelo presidente da República na OACI, para a representação ali dos interesses nacionais.

O que pode dizer das atividades privadas que realizava anteriormente?

Eu dirigia um hotel em Puerto Plata, mas negociamos sua gestão com uma empresa operadora para evitar os conflitos de interesses. A Asonahaores tem um conselho de diretores com uma presidência que é renovada a cada ano. A presidente atual é a sra. Haydée Rainieri, esposa de Frank Rainieri, empresário turístico. Ela tem mais de 30 aos de experiência no setor, mas a presidência é uma função mais política, enquanto os vice-presidentes realizam as funções executivas.

Ou seja, a vice-presidência executiva seria equivalente à secretaria geral da Organização de Turismo do Caribe - CTO ou da Associação de Hotelaria e Turismo do Caribe - CHTA…

Exatamente. Alex Sanguinetti, na CTO, e eu temos as mesmas funções e, juntamente com outros vice-presidentes, estabelecemos políticas para a região do Caribe através da CHTA, na qual a Asonahores ocupa algumas vice-presidências. Por outro lado, Enrique de Marchena, dominicano e anterior presidente da Asonahores, é o atual titular dessa organização.

Na CTO há um grande homem, Fernando Abreu. Acho que é a única pessoa de língua espanhola no escritório de Nova York e tem realizado um trabalho muito importante em favor do Caribe, inclusive quando a República Dominicana saiu da CTO...

Estamos de acordo. O Fernando fez e continua a fazer um grande trabalho. Hoje a situação é diferente. A República Dominicana é membro ativo da CTO e temos um ministro com muita visão de desenvolvimento, com muita empatia com o setor privado e que leva em consideração as políticas da CTO.

A Asonahores trabalhou muito com o secretário Francisco Javier García e tivemos muito sucesso na abertura de novos mercados. A CTO e a CHTA contribuíram para a nossa análise da situação econômica mundial e agora sabemos que o turismo é a única atividade que pode tirar os nossos países da crise. Graças a essa visão a República Dominicana registrou crescimento no ano passado e esperamos crescer ainda mais em 2010.

Hugh Riley é outro nome importante na CTO, que tem trabalhado muito o mercado americano na Secretaria Geral... Como acha que sua incorporação vai mudar a dinâmica da CTO em relação aos países de língua espanhola?

Todas as organizações precisam de revisões e este momento é esse secretário-geral são ideais para esse processo de revisão na CTO de modo que os países de língua francesa, inglesa ou espanhola sintam que estão realmente representados nas políticas da Organização.

Temos que discutir ainda a promoção do Caribe como região, com estratégias mais adaptadas à 30 ilhas.

É isso que esperamos da CTO, onde participam os países, porque o setor privado está representado na CHTA.

Os países de língua espanhola têm a maior quantidade de leitos no Caribe, mas a CTO não utiliza essa língua. Não acha que isso cria dificuldades para o funcionamento da Organização?

Na CHTA temos conseguido que seja utilizada a língua dos que mais pagam, porque a contribuição está ligada ao número de leitos e de apartamentos. Assim, as maiores contribuições são da República Dominicana, Cuba o Caribe mexicano e Porto Rico, onde prevalece o espanhol. O fato de o presidente da CHTA ser um dominicano é uma mensagem clara. É a segunda vez que acontece em 48 anos.

Não se trata de protagonismo, mas as redes espanholas e sua visão turística em países como Cuba, República Dominicana, México e um pouco em Porto Rico têm um peso e se eles não levarem isso em conta vão fracassar.

O que acha da expansão dos mercados do Leste Europeu?

É um dos sucessos do novo ministério. Há dois períodos governamentais só recebíamos 450.000 alemães e não recebíamos turismo francês nem do Leste Europeu. Hoje somos líderes na França e abrimos os mercados da Rússia (passamos de dois charters por semana para sete, principalmente para a Punta Cana) e a Sectur está negociando o mercado tcheco. Queremos manter o mercado do all-inclusive, mas também incorporar outros elementos que nos tornam mais atrativos como golfe, spa, hotéis boutique, marinas de altíssimo padrão, o turismo de aviação privada.

Quanto ao golfe, a República Dominicana é um dos principais destinos da região, com 26 campos de 18 buracos e mais cinco em construção.

O turismo de segunda residência, associado ao golfe e às marinas, cresceu de maneira significativa. É um turismo mais fiel.

A Secretaria de Turismo nomeou dois responsáveis em mercados muito importantes: Magaly Toribio, nos Estados Unidos e Petra Cruz nos mercados europeus… o que acha disso?

Não há contradição nisso. A Petra tem muita experiência e preparou uma equipe de assistentes que abriu os escritórios no Leste Europeu, mas precisávamos de alguém numa região tão importante quanto os Estados Unidos e Canadá, e a Magaly é uma pessoa com muito conhecimento dos setores público e privado cujas opiniões vão ser muito úteis na Secretaria de Turismo.

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