Aurelio López Rocha, secretário de Turismo do Estado de Jalisco

25 de Maio de 2007 8:22am
godking

O novo secretário de Turismo do Estado de Jalisco aposta na integração e unidade dos diferentes agentes e fatores que tornam possível o desenvolvimento do setor. "Meu interesse é somar aptidões e vontades ao redor de um projeto único: Jalisco como destino turístico mundial baseado em nossos atributos e mexicanidade".

O senhor poderia explicar sua trajetória de trabalho até chegar ao posto atual?

Minhas origens como empresário estão em Calzado Canadá que é um negócio familiar. Em 1989 dirigi o Guadalajara World Trade Centre, um grupo de logística e desenvolvimento imobiliário. Minha experiência no turismo está ligada ao Hilton Guadalajara, como acionista e impulsionador desse projeto e de outros de desenvolvimento imobiliário e hoteleiro em Guadalajara e na costa de Jalisco, principalmente em Puerto Vallarta. Há cerca de vinte anos fui presidente da Câmara de Comércio de Guadalajara e da Expo Guadalajara em 1985, no período construtivo, até 1990.

E com tantas atividades empresariais, como é que chega ao cargo de Secretário de Turismo?

É uma pergunta que deveria responder o governador do Estado, o Sr. González Márquez, mas eu poderia dizer que foi devido à minha participação em dois projetos: o primeiro de apoio à comunidade - a promoção do museu Guggenheim, em Guadalajara - e o segundo, um projeto turístico - a Torre Torrena, um centro de entretenimento em Guadalajara.

Como é que estabeleceu as prioridades de trabalho na Secretaria?

Na Secretaria já havia uma equipe de trabalho muito competente que tinha trabalhado na promoção de Jalisco e seus destinos. Agora estamos trabalhando num programa estratégico de consolidação do produto. Temos destinos mais ou menos estabelecidos do ponto de vista de funcionamento e infra-estrutura, por exemplo, Guadalajara e Puerto Vallarta. Há outros com grandes potencialidades que queremos promover, mas não para que sejam competidores entre eles.

Temos que preparar o Estado para o mercado turístico atual que é mais sofisticado, pois as pessoas podem eleger melhor o que querem. Temos que impulsionar a competitividade. Eu vejo a Secretaria como um fator de articulação dos esforços do setor, como um facilitador de idéias, mas temos que trabalhar de maneira unida.

Quais os maiores problemas do Estado?

A infra-estrutura. Queremos desenvolver o turismo de estradas. O turista que procura um destino exótico não vai ficar nas cidades, mas vai para o interior que tem muito para oferecer, mas é preciso estações de serviço, sinalização, segurança e um padrão adequado dos destinos que atraia o turismo internacional ou um mexicano mais educado.

Quais são os planos em Puerto Vallarta? Riviera Nayarit, por exemplo, tem uma estratégia. O que é que pode comentar a esse respeito?

Eu considero que são três aspectos: em primeiro lugar Puerto Vallarta é símbolo da baía de Banderas, como destino fundamental, com uma história de sucesso e símbolo da mexinanidade, único destino mexicano que tem essa mistura. Vamos fomentar que as soluções na baía sejam coordenadas com o Estado de Nayarit, sem regionalismo.

Os problemas fundamentais são o tratamento das águas, os resíduos sólidos e os serviços de transporte, que constituem um problema para os habitantes de Puerto Vallarta. Temos que procurar que as receitas sejam distribuídas eqüitativamente na população, que não haja contrastes extremos. Não podemos ter dois Puerto Vallarta. A Secretaria não pode resolver isso, mas podemos contribuir para a criação de uma consciência nesse sentido.

O segundo tema está ligado à mexicanidade, que se manifesta no centro histórico de Puerto Vallarta, onde, apesar do trabalho feito, ainda falta bastante. Estamos trabalhando num esquema que engloba a Secretaria de Turismo Federal, o governo estadual e o empresariado local para a obtenção dos fundos que requer o centro histórico.

O terceiro aspecto é a promoção. A Riviera Nayarit está apostado fortemente no turismo porque sua base industrial, muito diferente da de Jalisco, tem diminuído. Isso não é mau para Puerto Vallarta, mas acho que a hotelaria deveria crescer do lado de Jalisco.

Temos possibilidades de desenvolvimento no segmento de aventura, golfe, cultura, pesca de água doce e hotéis-boutique no centro da cidade, como em Playa del Carmen. É uma experiência que propicia que os turistas durmam no centro histórico.

Há medidas para a proteção das montanhas que estão sendo destruídas pelos grandes projetos?

A posição da Secretaria é que o desenvolvimento deve estar regido pela lei, mas também pelo senso comum. Infelizmente houve invasões e projetos fora da lei, mas vamos trabalhar para que isso não aconteça mais.

Quais os mercados mais importantes para a Secretaria?

Estamos tentando manter e aumentar os mercados da Espanha, França, Itália, Inglaterra e Alemanha. Vamos continuar estimulando o dos Estados Unidos e Canadá, que é muito importante, mas sem esquecer outros mercados como Ásia.

A inauguração do Centro de Convenções de Puerto Vallarta e do museu já tem data marcada?

A data exata da inauguração do Centro de Convenções é um assunto da Secretaria de Desenvolvimento Urbano, mas acho que poderia ser daqui a seis ou oito meses. É importante terminá-lo, mas também ter os mecanismos de promoção internacional. Na primeira etapa os eventos serão de formato médio.

Gostaríamos que o museu fosse inaugurado antes dos Jogos Pan-americanos de 2011, mas há circunstâncias que podem atrasar ou acelerar esse processo.

Gostaria de acrescentar mais alguma coisa?

Gostaria de reiterar que a filosofia da Secretaria é trabalhar em prol da unidade e da integração do setor. Há uma experiência acumulada e meu interesse é somar aptidões e vontades ao redor de um projeto único: Jalisco como destino turístico mundial baseado em nossos atributos e mexicanidade. E isso não é um tema unicamente da Secretaria, mas de todos.

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