Brasil: Autoridades oficiais falam da crise do transporte aéreo

18 de Dezembro de 2006 10:04am
godking

Desde o final de outubro, os passageiros têm enfrentado constantes atrasos nos principais aeroportos do Brasil. A operação padrão desencadeada pelos controladores de tráfego aéreo e a pane na comunicação entre os controladores do Centro Integrado de Defesa Aérea e Controle do Tráfego Aéreo (Cindacta 1) e os pilotos, estiveram entre os problemas que têm provocado os atrasos.

Recentemente, o diretor-presidente da ANAC, Milton Zuanazzi, falou às comissões de Defesa do Consumidor, Relações Internacionais e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados sobre as ações conjuntas da aviação civil que estão sendo realizadas para amenizar os impactos da crise no setor aéreo. "As medidas tomadas podem não ser as ideais, mas já estão melhorando o tráfego aéreo e até o final do ano queremos que a situação esteja normalizada", afirmou Zuanazzi.

Já o ministro da Defesa, Waldir Pires, também em depoimentos na própria Câmara, voltou a afirmar que o governo está fazendo tudo o que é possível para contornar os problemas no setor. "As medidas que tomamos conduzem à regularização do transporte aéreo", disse. "São medidas de longo e médio prazo".

O ministro detalhou as principais ações do governo desde o início da crise. Segundo ele, controladores aposentados voltaram a ser contratados e estão passando por um curso de reciclagem para voltarem a atuar. Também foram autorizadas a realização de concurso público para a contratação de novos profissionais e a transferência de controladores de outros centros de comando para o Cindacta 1, em Brasília.

O Centro Integrado de Defesa e Controle Aéreo de Brasília é o principal do país, sendo responsável por 80% do tráfego aéreo nacional, razão pela qual o comando da Aeronáutica anunciou, na semana passada, que a responsabilidade pelo monitoramento das aeronaves seria repartida com São Paulo e Rio de Janeiro. Por último, o ministro citou o aumento da capacidade de formação de controladores de vôo pela Escola de Especialistas da Aeronáutica, em Guaratinguetá (SP). Pires afirmou que a crise serviu para que as autoridades aéreas concluíssem que não é possível operar o sistema com poucos controladores de vôo, ainda que isto custe caro.

Por outro lado, o ministro do Turismo, Walfrido dos Mares Guia, é da opinião que a crise aérea que veio à tona após o acidente da Gol, no fim de setembro, não prejudicou o turismo no país – sobretudo o turismo proveniente do exterior. Ao participar em cerimônia na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o ministro afirmou que em dezembro, apesar dos problemas, cresceu o número de vôos internacionais com destino ao Brasil.

Como boa notícia, Mares Guia disse que, em novembro, o número de aeronaves provenientes do exterior foi de 683 e que a estimativa para dezembro é de perto de 800 vôos.

O ministro minimizou os efeitos da atual crise para o turismo, afirmando que os problemas com a Varig causaram maior impacto do que os recentes atrasos e cancelamentos de vôos. Walfrido dos Mares Guia lembrou que, entre abril e outubro deste ano, a Varig deixou de ofertar aproximadamente 1 milhão de assentos. Segundo ele, os transtornos só não foram maiores porque outras companhias passaram a suprir parte da demanda, oferecendo mais de 600 mil novos lugares.

No caso do turismo doméstico, o ministro Walfrido garantiu que também não houve perda significativa no volume de turistas. Segundo ele, diante da possibilidade de enfrentar atrasos nos aeroportos, cerca de um terço das pessoas que planejavam viajar está refazendo os planos e escolhendo destinos mais próximos.

Fontes: ANAC / Agência Brasil

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