Carl Fredrik Nordström, vice-ministro do Turismo do Panamá

07 de Abril de 2007 12:14am
godking

O turismo tornou-se a primeira indústria do Panamá, superando as receitas provenientes do pedágio pago pelos navios que atravessam o Canal. O setor gera US$ 1,2 bilhão por ano e registrou crescimento de 16% em 2006.

O país, com atrativos únicos, segurança e novas leis de incentivo, é hoje um destino ideal para os aposentados ou como segunda residência. Somam-se os diversos projetos ligados à ampliação do Canal que provocam o boom imobiliário cujo investimento aproximado é de US$ 3 bilhões para a construção de 120 prédios.

O que é que está fazendo o mercado panamenho para captar novos clientes na Europa?

Primeiramente gostaria de mencionar o contrato que vamos fechar com uma multinacional publicitária, de aproximadamente US$ 40 milhões. Desse total, 30% estarão dedicados à Europa, um mercado que atrai nossa atenção nos últimos anos. Para isso contribui o boom imobiliário, com 120 prédios em construção, quatro deles concorrendo para o prêmio latino-americano de altura.

Muitos desses investimentos são espanhóis e de outros países europeus, e o resto dos Estados Unidos, mercado emissor de 85% dos turistas que acolhe o Panamá. Mesmo assim, queremos receber mais turistas da Europa, porque muitos europeus estão escolhendo o Panamá para a aposentadoria e, outros, como país de segunda residência. Isso acontece porque temos as melhores leis de incentivo do mundo para os aposentados, além de leis de incentivo aos investimentos hoteleiros.

O turismo é hoje a primeira indústria do Panamá, superando as receitas provenientes do pedágio pago pelos navios que atravessam o Canal. O setor gera atualmente US$ 1,2 bilhão por ano e registrou crescimento de 16% em 2006, número que deve ser semelhante ou levemente superior em 2007. O Panamá é chamado de gigante adormecido, mas estamos acordando e já nos levam em consideração.

Como é que pensam fazer para o ordenamento dessas novas construções?

Estamos falando em 120 novos prédios, com investimento aproximado de US$ 3 bilhões, mas já começamos também a limpeza da baía, um projeto de oito anos.

Durante o mandato do presidente Torrijos uma faixa costeira da Avenida Balboa será transformada: uma parte estará voltada ao trânsito de pedestres e o resto à melhora da circulação viária.

O Parlamento aprovou recentemente a Lei 2, que estipula o reordenamento territorial e vai contribuir para a demarcação das terras estatais e privadas. Levamos muito a sério também os aspectos ambientais, de modo que as novas construções devem ter plantas de tratamento de águas residuais.

Trabalhamos ainda para que a infra-estrutura tenha uma evolução paralela à do resto do processo construtivo.

Na Cidade do Panamá existem problemas de circulação devido à deficiência da rede viária e ao excesso de grandes prédios, por exemplo, entre Punta Paitilla e Punta Pacífica. Há alguma solução prevista?

A obra da Avenida Balboa vai contribuir para a diminuição dos engarrafamentos em Punta Paitilla e Punta Pacífica porque vamos construir uma rodovia periférica. Trata-se de um projeto imediato que será inaugurado pelo presidente Torrijos.

Há muitos investimentos imobiliários, mas também muitas casas e prédios fechados. Há programas para recuperá-los?

Não estou de acordo com isso. Os ciclos construtivos no Panamá ocorrem a cada cinco anos, mas o boom atual nunca se tinha visto e vai durar cerca de dez anos porque vai coincidir com os trabalhos do Canal. Há muitos investidores europeus e norte-americanos, e muitos clientes potenciais ou reais que vêm da Europa ou dos Estados Unidos à procura da estabilidade política do Panamá, da dolarização de sempre no país e, é claro, dos benefícios da ampliação do Canal.

Acho que pela primeira vez não vamos ter o fator especulativo que faz com que os prédios sejam construídos em zonas de pouca demanda e fiquem meio vazios. Pelo contrário, há muitos clientes interessados. Por outro lado, os incentivos aos aposentados têm um grande peso na escolha do Panamá como país para a aposentadoria ou como segunda residência. É o caso de Tierras Altas de Chiriquí e principalmente a localidade de Boquete, que muitas publicações escolheram entre os cinco melhores lugares do mundo para os aposentados.

Quais os locais prioritários para essas construções e para o desenvolvimento do turismo residencial e de praia?

Por exemplo, Tierras Altas, Boquete, Volcán, Concepción, a zona de Bocas del Toro e o litoral de Chiriquí. Também um vasto polígono no arquipélago de Las Perlas, uma zona da província de Darién, perto do Tropic Star Lodge, uma região com recordes mundiais de pesca registrados no Livro Guinness. Também vamos ter uma zona turística próxima do Canal.

A rede hoteleira Intercontinental está construindo um hotel na zona de Clayton, e já declaramos prioritária a zona de Azuero, onde se realiza uma competição anual de surf. Também estamos desenvolvendo o turismo de golfe.

As localidades declaradas zonas turísticas são favorecidas pelos incentivos fiscais previstos na Lei 8 de Incentivos. Essas zonas estão atraindo muitos baby boomers norte-americanos (cidadãos nascidos entre 1945 e 1965), mas também espanhóis, alemães, italianos e escandinavos que vêem no Panamá uma grande opção.

Gostaria de acrescentar mais alguma coisa?

Queremos convidar os europeus ao Panamá onde, além de uma explosão imobiliária, temos muita segurança, a expansão do Canal como atrativo indiscutível, marcas mundiais na observação de aves em 24 horas, na pesca esportiva e estamos organizando a observação de baleias no arquipélago de Las Perlas.

Por outro lado, temos sete culturas indígenas que podem ser visitadas em seus próprios territórios, não em reservas, e uma população disposta a oferecer o sorriso gratuitamente ao visitante.

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