CEPAL: Repto de América Latina segue sendo a desigualdade
Na apresentação nesta segunda-feira aos chanceleres da Comunidade de Estados Latino-aericanos e Caribenhos (CELAC) dos resultados de duas investigações realizadas pelo organismo que dirige, a secretária executiva da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL), Alicia Bárcena, qualificou a CELAC como “o lucro político mais importante da região nos últimos tempos” e assinalou que o repto segue sendo a desigualdade.
Consideramos a Celac como o acontecimento histórico de maior envergadura da região, apontou Bárcenas, pelo que a CEPAL se soma aos esforços pela unidade social, política e cultural para enfrentar com sucesso os desafios deste mecanismo, expressou.
Bárcena resenhou ante os chanceleres os relatórios sobre dois estudos da CEPAL, um sobre o panorama econômico e social da América Latina e outro sobre recursos naturais.
Segundo o estudo titulado Panorama Econômico e Social de CEPAL, no ano passado o Produto Interno Bruto (PIB) da América Latina e o Caribe cresceu 2,6%, inferior ao 3,1% de 2012.
Os resultados apresentados pela secretária executiva da CEPAL refletem a desaceleração econômica regional em curso desde 2011.
O baixo crescimento regional durante o 2013 respondeu em parte ao magro dinamismo das duas maiores economias da América Latina e o Caribe: Brasil (2,4%) e México (1,3%), indicou.
Excluídos estes dois países, que representam ao redor de 63% do PIB total regional, a alça em conjunto foi de 4.1%.
Bárcena disse que nos últimos 20 anos a pobreza na América Latina e o Caribe tem diminuído em mais de 20 pontos percentuais.
Destacou sua diminuição em 2012, quando se registrou 1,4 pontos percentuais menos que em 2011 e a pobreza extrema se colocou em 11,3%, um descenso ao que contribuem países como Brasil e Venezuela, que diminuíram cerca de seis milhões de pobres.
Para 2014, a CEPAL prevê um crescimento econômico de 2.9% do PIB regional.
“Temos o grande desafio da desigualdade, apesar de ser uma região com grandes recursos”, disse Bárcena, e sublinhou que “para nossa região tem chegado o momento da igualdade”.
Receberemos com beneplácito qualquer mandato que a CELAC queira encarregar à CEPAL”, disse, e felicitou a Cuba por seu trabalho à frente da comunidade regional de nações durante 2013.
Depois da cita de chanceleres, desenvolve-se nesta terça-feira e na quarta-feira, com a assistência da grande maioria dos presidentes e premiês dos 33 países que formam a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribeños, a II Cúpula da CELAC.