A Crise nos EUA não reduzirá tráfego aéreo de passageiros, diz Airbus
A crise financeira nos Estados Unidos não afetará seriamente o crescimento mundial do tráfego aéreo de passageiros, afirmou o vice-presidente da fabricante européia de aeronaves Airbus para a América Latina, Espanha e o Caribe, Rafael Alonso.
O aumento anual do tráfego aéreo para as próximas duas décadas será de 4,9% em média no mundo todo e virá motivado em parte pelo auge do turismo, de acordo com um estudo da companhia.
"O transporte aéreo pode superar qualquer crise", indicou Alonso em entrevista coletiva, na qual descartou a possibilidade de que a desaceleração da economia americana tenha um impacto severo nesta indústria.
Nesse sentido, lembrou que os efeitos de fatos como os atentados de 11 de setembro de 2001 ou o surto da síndrome respiratória aguda severa (Sars), em 2003, representaram apenas buracos "momentâneos" para a indústria, que recuperou depois as perdas.
"As crises têm cada vez menor efeito no transporte de passageiros", comentou Alonso, que admitiu que "uma coisa diferente é o aumento dos custos de combustível".
Quanto a isso, comentou que a redução de consumo nos novos modelos de avião permitiu a sobrevivência de muitas companhias aéreas perante a crise atual pelos altos preços do combustível.
"Foram vendidos seis mil aviões nos últimos três anos porque as companhias têm que renovar suas frotas, já que caso contrário o custo do combustível as tornaria inviáveis", explicou.
A demanda mundial de novos aviões até 2026 será de 23.385 aeronaves, segundo as projeções de Airbus.
Dos 13.284 aviões que operavam em 2006 serão 28.534 aviões em funcionamento, o que supõe um aumento de 115% no número total de aeronaves, de acordo com o estudo realizado pelo consórcio europeu.
Os países que mais aeronaves precisarão são: Estados Unidos (5.832), China (3.016), Reino Unido (1.100), Índia (952), Alemanha (898), Japão (566) e México (489).
A companhia apontou uma tendência em direção à construção de aviões com capacidade para maior número de passageiros e um forte crescimento dos aviões destinados a tarefas de carga.
A Airbus possuía 49% do mercado de aviões de mais de 100 praças no final de 2007, contra 51% de sua rival, a americana Boeing.
O alto executivo da Airbus também anunciou que a empresa continua com a "dolarização" de sua economia para atenuar o impacto da força do euro.
"É um problema, porque fabricamos em euro e cobramos em dólares. Cada dez centavos que o euro valoriza nos custa um bilhão de euros", revelou Alonso.
Agência EFE