Debate sobre a Televisão Digital Terrestre em Portugal

04 de Abril de 2008 3:53am
godking

Uma parceria entre a Agência Financeira e a NH Hoteles propiciou o debate sobre Televisão Digital Terrestre (TDT) em Portugal. Assim, grupos de comunicação e telecomunicações interessados na distribuição e difusão da TDT no país reuniram-se para discutir a temática no NH Parque Lisboa.

No âmbito da iniciativa "Pequenos-almoços Agência Financeira - NH Hoteles" foi possível ouvir as idéias dos representantes de organizações como a RTP, SIC, Media Capital, Anacom, Vodafone, AirplusTV, TDF e a Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação Social.

Pedro Morais Leitão, presidente da Confederação Portuguesa dos Meios de Comunicação e administrador da Media Capital Multimédia fez uma breve introdução ao tema, salientando que o atraso de Portugal na implementação da Televisão Digital Terrestre (TDT) obrigará a tomadas de posição urgentes.

"Estamos atrasados, o que exige urgência numa tomada de decisão", disse o orador principal do primeiro Pequeno-Almoço Agência Financeira/NH Hoteles. "As regras do concurso estabelecem objetivos muito ambiciosos", disse,
acrescentando que, "apesar de faltarem só três semanas para o fim das candidaturas, o jogo ainda não está decidido". Após introdução do orador principal, o debate estava lançado. Foram várias as questões abordadas como a subsidiação da tecnologia, as incertezas geradas pela cobertura da TDT face às plataformas já existentes (cabo, satélite) e foram avaliadas ainda experiências européias de televisão paga.

Luis Marques, da SIC, foi o primeiro a entrar no debate, deixando explícitas as dúvidas quanto à implementação da Televisão Digital Terrestre (TDT), colocando mesmo em causa o seu sucesso de acordo com os moldes atuais do projeto. "A concorrência vai ser muito superior, em 2012, face àquilo que esperávamos. Vai ser sustentável gerir (a TDT)? Como é que alguém pode garantir um bom retorno de capital perante estas condições?", questionou o consultor da administração da SIC, Luís Marques.

Para o administrador da Media Capital, Miguel Gil, grupo que detém a TVI, no processo da Televisão Digital Terrestre (TDT) falta ainda ouvir os espectadores. "É uma tecnologia que vai chegar às casas das pessoas, mas estas ainda não foram consultadas sobre o processo", disse o responsável. Este porta-voz deixou uma questão mais específica: "Que razões podem encontrar os espectadores para mudarem os seus aparelhos?"

Além de referir as "incertezas" que dominam o projeto, não só ao nível tecnológico, mas também quanto ao modelo de negócio, Miguel Gil alertou para a conseqüência do atraso da implementação da tecnologia no mercado português:
"Implica que temos de recuperar muito em pouco tempo".

Por sua vez, o porta-voz da RTP, Pedro Braumann, referiu que serviço público não sairá prejudicado com a TDT. Por outro lado, salientou que o adaptador necessário para a Televisão Digital Terrestre (TDT), apelidado "set top box", vai ser mais caro do que os 50 a 70 euros anunciados por outros países, nomeadamente Espanha. Esta constatação, que se prende com o fato da norma para a rede de televisão paga ser a "MPEG 4", foi avançada pelo membro do Conselho de Opinião da RTP. Segundo o responsável, o valor da "set top box" deverá rondar os 200 euros.

Os Pequenos-almoços Agência Financeira/NH Hoteles têm uma periodicidade mensal, tendo sido esta a primeira edição da iniciativa. Temáticas como o Futebol e o Turismo estão pensadas para os seguintes Pequenos-Almoços Agência Financeira / NH Hoteles. A questão de Portugal ser palco do Mundial de 2018 e o crescimento do Turismo em Portugal, serão os temas pensados para maio e julho, respectivamente.

Conteúdos cedidos pela Agência Financeira

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