Diretor de pirâmides maias considera que "Novas Maravilhas" estimulam a desigualdade

12 de Junho de 2007 6:51am
godking

A escolha das Sete Novas Maravilhas do Mundo é "uma atividade discriminatória que estimula a competição e a desigualdade", afirmou o diretor da região arqueológica mexicana de Chichén Itzá, Eduardo Pérez.

A cidade maia, localizada no estado de Iucatã (sudeste), é uma das candidatas para integrar as sete novas maravilhas do mundo, escolhidas por uma consulta mundial pela Internet.

O arqueólogo Eduardo Pérez considera que a escolha das sete novas maravilhas, que começou como um simples concurso da Internet, foi adquirindo "uma força midiática muito grande", porque as autoridades dos países candidatos "compreenderam a capacidade deste fenômeno para promover o turismo", informa a agência EFE.

O centro arqueológico de Chichén Itzá, capital mais importante dos maias no final do período clássico (750 a 1200 d.c.), foi declarado Patrimônio Mundial pela Unesco em 1988." Ao contrário do concurso, a declaração da Unesco não é apenas um reconhecimento, mas também um compromisso para proteger esta região de monumentos", destacou Pérez.

O modelo de Patrimônio Mundial "procura reconhecer os valores de igualdade na diversidade, os valores universais do ser humano, o respeito, o entendimento", explicou.

Por outro lado, "todo concurso é uma atividade discriminatória que estimula a competição e a desigualdade", comparou.

Para o arqueólogo, Chichén Itzá é uma fonte de dados fundamentais para o conhecimento do passado pré-colombiano. Ele também lamentou que a imagem do Castelo de Kukulcán, considerado um centro sagrado dos maias em Chichen Itzá, seja "banalizada" por meio de uma campanha da Coca-Cola.

A empresa promove, com a autorização do Instituto Nacional de Antropologia e História do México, a candidatura do local com os dizeres "vote em Chichén Itzá" e uma foto do castelo em 20 milhões de latas vendidas no México.

Todo ano, mais de um milhão de pessoas visitam a região arqueológica. Se este número for ultrapassado, as construções maias poderiam ser danificadas e a própria satisfação do visitante diminuiria, alerta Pérez.

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