Edison Briesen, ministro do Turismo de Aruba
Para as autoridades de Aruba, a atual crise mundial é uma oportunidade para a indústria turística no sentido da diversificação dos mercados emissores para a ilha. Em 2009, Aruba vai destinar cerca de 30 milhões de dólares à promoção, com os viajantes europeus e latino-americanos na mira.
É a primeira vez que o senhor participa da EITBM, em Barcelona?
É a primeira vez, sim. Estou muito contente. Eu vi uma grande preocupação com a crise financeira global, mas para nós foram dias muito positivos.
A partir do que viu na EIBTM e apesar da crise, o senhor tem boas expectativas quanto ao mercado turístico espanhol para Aruba?
Espero que sim. A crise não atingiu ainda a Europa toda. Para nós é muito importante a diversificação, com os mercados latino-americanos e europeus na mira, além do norte-americano. Acho que essa política terá resultados positivos na situação atual.
Os hoteleiros de Aruba devem olhar também para a Europa, apesar da valorização do euro, e para a América Latina, para não dependerem de um único mercado.
Considera que a Espanha deve adotar uma posição especial para Aruba?
Lógico, porque fazemos parte do reino da Holanda mas estamos no continente latino-americano e temos ligações muito fortes com a Espanha. Recebemos vôos charters de Milão e da Inglaterra. Em 2009 também da Suécia e da Alemanha, além dos vôos diretos da KLM.
A Espanha é um mercado natural para nós como são a Colômbia, Venezuela, Brasil, Argentina e os países latino-americanos. Devemos trabalhar nesse sentido porque a Espanha é um mercado potencial muito grande.
Acha que a entrada das operadoras norte-americanas e das grandes companhias de capital de risco na Espanha poderiam contribuir para o aumento do número de visitantes europeus para Aruba? Estou falando, por exemplo, da Royal Caribbean, agora proprietária da Pulmantur; da Carnival como proprietária da Aida e do grupo Carlile que controla o espanhol Iberojet, que agora está tentando comprar o Grupo Globalia. Isso supõe que o grupo norte-americano controlaria um grande número de agências de viagens.
Madri seria uma boa porta de saída do sul da Europa para Aruba porque temos alguns problemas com a KLM que está reduzindo os vôos. Todas as rotas para Aruba são através de St. Maarten e isso não é um incentivo para o mercado europeu.
Os nossos vínculos são com as grandes operadoras. Uma combinação com esses grupos seria muito vantajosa para Aruba. Temos uma colaboração estreita com grandes grupos dos Estados Unidos e isso pode ser uma oportunidade para que, no curto prazo, tenhamos acesso ao mercado espanhol.
Para isso precisamos de relações públicas, de marketing através dos grupos espanhóis.
Devo assumir que Aruba entende a crise como uma oportunidade para obter mais mercado a partir de mais investimento?
Com certeza. Eu pedi mais 10 milhões de dólares ao Ministério das Finanças para 2009 - além dos 18 milhões que já temos para outros mercados - que serão destinados aos mercados da Europa e da América Latina. Assim, em 2009 vamos destinar cerca de 30 milhões de dólares para promoção, incentivando mais a Europa, América Latina e os Estados Unidos.
Então Aruba vai participar de feiras tão importantes como a ITB de Berlim, a World Travel Market de Londres e a FITUR, em Madri?
Vamos participar sim, porque a nossa visibilidade não pode ser unicamente em jornais, televisão e veículos de imprensa. A nossa presença nessas feiras é uma obrigação porque há oportunidades reais e temos que investir mais para obtermos benefícios no longo prazo.
Sei que o porto vai ser transferido para outro lugar. Há participação de empresas espanholas na operação?
Agora temos um contrato com um grupo, mas vamos terminar esse contrato e lançar uma licitação para o desenvolvimento do porto de Embarcadera, que é o nosso segundo porto. É uma zona com grandes perspectivas turísticas e queremos convidar o grupo Sol Meliá para que participe dessa operação.