Eduardo Pinto, administrador da marca Terra, do operador português Sonhando
A terraAmérica, uma das marcas do operador português Sonhando, começa uma operação para a Flórida - Orlando e Miami -, que deve contribuir para compensar a redução de mercado para o Brasil.
O senhor poderia explicar como irá funcionar a operação charter para a Flórida?
Vamos fazer dois vôos por semana durante 15 semanas e depois teremos um durante a baixa temporada. Na alta temporada, que começa em 18 de julho, vamos fazer Miami às sextas-feiras e Orlando aos sábados num Airbus-310 da companhia portuguesa White com 237 lugares - 12 na executiva e o resto na econômica. Trata-se de uma operação que chega no momento adequado porque há uma saturação de destinos em Portugal. O mercado precisava de destinos novos e, aproveitando a valorização do euro em relação ao dólar e as potencialidade da Flórida como destino, além das conexões com as ilhas, achamos que é um ótimo produto.
O senhor mencionou Miami, ¿e Palm Beach?
Vamos utilizar o aeroporto de Palm Beach cujos custos são menores e é muito eficaz para os grupos portugueses e até porque Palm Beach deu-nos muitas facilidades para os nossos grupos, que fazem uma viagem de longa distância.
Palm Beach, a pouca distância de Miami e de Orlando, ¿não é ideal para uma estadia?
O nosso catálogo tem estadias em Fort Lauderdale, Palm Beach, Tampa…, ou seja, temos uma cobertura da Flórida toda.
Quantas pessoas pensam movimentar nesta temporada?
Seis mil até janeiro.
Quantos funcionários tem a empresa em Portugal?
Somos 37 pessoas.
Neste ano começaram com muita força. Pensam estender os charters para outros destinos fora do continente americano?
Não. A idéia de abrir esses charters para os novos produtos que temos é porque há uma pequena redução no destino Brasil, que teve números altos durante muitos anos, e temos que colocar alternativas no mercado. A Terra tem essa filosofia. Como somos uma equipe especializada e pequena, conseguimos redirecionar facilmente toda a nossa energia. Vamos manter o Brasil, mas compensando a redução com outros produtos nos quais a Terra seja líder.
Quantas agências têm em Portugal?
Trabalhamos com cerca de 1.700 agências.
Não têm agências próprias?
Não. O Grupo tem 11 agências, mas não é suficiente para fazer o trabalho que faz falta.
Alguma possibilidade de partilhar esses charters com operadores espanhóis como já se fez com Soltour ou Travelplan?
O avião é sempre um risco, daí que a nossa filosofia seja compartilhá-lo, o que é sempre útil para todas as partes. A Terra tenta ser metade operador e metade air broker. Acho que compartilhando os riscos, inclusive com os nossos concorrentes, todos ganham.
Os países estão fazendo alguma campanha de comunicação e marketing para apoiar esses charters?
Estamos negociando uma campanha com Cuba que vamos compartilhar a 50%, mas com Miami e Orlando ainda não. Nesses mercados estamos trabalhando com ações voltadas para os agentes de viagem, no campo da formação. É aí que preferimos investir.
Essas ações de formação seriam através de fam trips para agentes de viagem?
Já fizemos dois fams trips. Um para 20 agentes e outro para 40, que assumimos a 100% para mostrarmos às autoridades que não dependemos de apoios, mas que fazemos as coisas com visão empresarial, ainda que com apoio as coisas sejam mais rápidas. É essa a mensagem que tentamos enviar às autoridades.
Quais os parceiros na hotelaria?
Temos muito boas relações com os Courtyard by Marriott, além de outras ofertas, por exemplo da Sandals com uma extensão para Santa Lúcia, Bahamas, Jamaica e Turks & Caicos para núpcias e famílias.
Algum acordo com SuperClubs?
Ainda não, mas em Cuba entramos em contato com um executivo do SuperClubs que viajaria a Lisboa para falar sobre esses projetos.
Têm programas de turismo especializado?
Nossa especialização são as famílias e Orlando e a Sandals têm opções de famílias que nos interessam porque é o conceito que procura o europeu na alta temporada quando pode viajar com a família.
A empresa pensou na Jamaica como destino?
Não, a Jamaica já tem suficientes ofertas em Portugal para um operador de volume. De modo que decidimos entrar na Jamaica com a bandeira da Sandals como produto que nos dá todas as garantias.
Em quanto a Cuba, poderíamos fazer também um turismo de saúde.