Eduardo Pinto, presidente executivo do operador português Sonhando
Além de abrir neste ano um novo programa da TerraEuropa, que incorpora outros roteiros no continente europeu, o operador Sonhando continuará reforçando seus programas para o Caribe e Brasil, e apostará no mercado russo.
Há alguma novidade na marca Terra?
Fechamos um convênio com a Europa Mundo para roteiros na Europa. A Europa Mundo atuava na América Latina e Brasil, e a partir de agora vamos movimentar seus turistas a partir de Lisboa com a marca TerraEuropa. Nesse sentido estamos fazendo um trabalho de base muito forte, tendo como meta a captação de um milhão ou dois milhões de euros no primeiro ano, dos 50 milhões de euros anuais correspondentes ao consumo do mercado português em roteiros.
Quais os acionistas mais importantes da Sonhando além do senhor?
A EuroAtlantic é o acionista maioritário, e temos ainda o Grupo Pestana através da Pestana Turismo. São esses três sócios principalmente.
Por trás da EuroAtlantic e do Grupo Pestanas há bancos...
Os bancos estão por trás de tudo, mas os capitais investidos no operador são capitais próprios.
Pensam potenciar as viagens para Cuba em 2009?
O que temos feito com Cuba teve uma reação muito boa no mercado, daí que pensemos continuar. A nossa proposta é um programa Cuba global - não apenas Varadero - que inclui Havana e outras opções através do nosso sócio Havanatur.
O nosso objetivo agora é consolidar o que fizemos em 2008 e investir em produtos como o turismo de saúde e o turismo de mergulho, com um voo Lisboa-Porto-Havana, de modo que o norte de Portugal vai ter seu único voo de longa distância para Cuba que vai ser direto na alta temporada.
Quantos voos semanais?
Estamos negociando a programação. Um ano difícil como este requer uma compreensão da companhia aérea, fazer uma leitura do mercado de maneira permanente, reagir segundo o comportamento do mercado, mas teremos pelo menos dez rotações na temporada.
Pensam operar em outros países do Caribe?
Não. Além de Cuba, só Orlando, que é o charter para a Flórida, e através de Cuba e Flórida, chegar a outros destinos do Caribe.
Não conseguiram chegar a um acordo com Palm Beach?
Não. Houve diversas opções como Fort Lauderdale, Palm Beach, Miami, mas decidimos que a porta devia ser Orlando a partir da procura do ano passado, de mais de 70%.
As novas medidas migratórias dos Estados Unidos poderiam prejudicar os voos?
Sempre vão prejudicar porque o turista quer que facilitemos as coisas. Os destinos concorrem entre eles e quando há dificuldades num destino, é um problema para quem programa. No entanto, sabe-se que os Estados Unidos são rigorosos no tema da segurança, que é necessária, e quando as pessoas conseguem entender que se trata de medidas importantes, então reagem de maneira positiva.
Qual a situação do Brasil no mercado português?
Há uma queda do volume, mas o mercado está trabalhando nisso, na rentabilidade do produto, procurando uma venda mais útil sem prejudicar muito o preço final ao consumidor.
As operações são realizadas em voos da TAP e na alta temporada vamos ter charters, sobretudo para destinos não servidos pela TAP, mas para os quais sabemos há uma procura.
Muitos operadores portugueses têm cancelado seus charters e contratado a TAP. Isso não vai ser prejudicial por causa do aumento dos preços da companhia?
Não. Na verdade temos um acordo que, no longo prazo, é quase equivalente ao charter, que tem o risco das vagas não ocupadas. Neste momento é útil para os operadores e para a TAP, que por outro lado pode garantir uma qualidade indiscutível.
Os hoteleiros espanhóis estão investindo muito na Jamaica. Poderia isso significar um maior investimento da Sonhando no destino?
Nós vamos incluir a Jamaica na nossa programação, mas sempre a partir de Cuba ou da Flórida, não com voos diretos. Há outros operadores que trabalham o destino diretamente e, assim, ou entramos numa parceria ou não temos condições de concorrer. A ideia é um produto diferente baseado na combinação.
No mercado europeu, a abertura de um voo direto da TAP para Moscou não seria mais uma opção para a Sonhando?
Efetivamente. Nos planos de roteiros na Europa temos a Rússia em projeto. A ideia é ofertar na Rússia a combinação Portugal-Brasil.
O mercado russo é interessante para a Sonhando como receptivo, não é isso?
Como receptivo já temos um trabalho feito há bastante tempo com bons resultados e isso vai melhorar com o voo direto da TAP.
Há pessoas que falem russo na empresa?
Temos duas pessoas no escritório que falam russo.
Quantos turistas russos movimentaram nos últimos tempos?
Como receptivo movimentamos 2.000 passageiros russos em 2008.
Têm escritórios na Rússia?
Não. Temos uma pessoa para a promoção e para a comercialização, e o pessoal do escritório que trabalha com seus contatos.
Vão às feiras na Rússia?
Vamos à feira de primavera e à de inverno.
Mais alguma coisa?
Gostaria de dizer que em 2009 vamos ter que trabalhar unidos para fazer com que as coisas não morram. Não se trata de reduzir a oferta, mas de que seja mais racional e, assim, mais acessível.