Enrique de Marchena Kaluche, presidente da Associação de Hotéis e Turismo do Caribe
O sr. Marchena Kaluche é o segundo presidente de língua espanhola nos 48 anos da Associação de Hotéis e Turismo do Caribe (CHTA), um sinal da importância da hoteleria e do turismo dos países de língua espanhola na região. A marca Caribe e o multi-destino regional são alguns dos aspectos abordados nesta entrevista.
A eleição de Hugh Riley como secretário-geral da a Associação de Turismo do Caribe (CTO) tem uma grande influência na estabilidade da organização. Gostaríamos que o sr. falasse da política da CTO liderada por Riley e da estratégia de união com a CHTA.
Há três anos e meio que estou no comando da CHTA e nesse período a CTO teve 3 presidente e 3 secretários gerais, o que tornou muito difícil o trabalho conjunto e permanente entre os setores público e privado.
Riley, como secretário-geral, abre uma oportunidade de trabalho para o futuro. A comunicação com ele é constante, e ainda que às vezes tenhamos diferenças de pontos de vista, há boas perspectivas de trabalho.
Os líderes do Caribe temos que falar de oportunidades, mas também de dificuldades, porque a crise econômica e o terremoto no Haiti são grandes desafios para a região. A primeira coisa é a unidade do Caribe como destino turístico, e depois a concorrência entre as 32 ilhas.
Riley passou muitos anos ligado ao mercado americano. Não acha que isso poderia ser prejudicial para o turismo europeu na região?
Hugh vem de Barbados, conhece muito bem o Caribe de língua inglesa e esteve muito ligado ao mercado americano, mas acho que todos somos cientes da importância do equilíbrio entre os mercados.
A América do Norte não é apenas os Estados Unidos, porque devemos lembrar o peso do turismo canadense, com 700.000 turistas na República Dominicana e primeiro mercado emissor para Cuba.
Há ilhas que por razões históricas e culturais estão mais próximas da Inglaterra e dos Estados Unidos, mas sem dúvidas é muito inteligente a estratégia do equilíbrio de mercados aplicada na República Dominicana que recebe 37% do turismo dos Estados Unidos, 17-18% do Canadá e 43% da Europa.
Qual a visão da CTO e da CHTA sobre o turismo interno no Caribe e na América Latina?
Já conversei muito sobre isso com os ministros da Jamaica e da República Dominicana, Edmund Barlett e Francisco Javier García, e a ideia é que é muito importante a venda da marca Caribe e o estímulo do multi-destino.
Nesse sentido os maiores problemas são as limitações aéreas e a burocracia migratória. Sem essas dificuldades, o turismo extra-regional e o turismo interno seriam muito maiores.
Acho que na América Latina há uma maior integração dos países centro-americanos e da República Dominicana depois do CAFTA, um acordo que foi pensado para o comércio, mas no futuro vejo também a integração dos mercados turísticos. Eu pessoalmente sinto uma maior proximidade com a América Central depois do CAFTA.
O senhor não acha que a CTO e a CHTA deveriam ter uma equipe de negociação com as companhias aéreas?
Na ITB Berlim tivemos um encontro com representantes da Associação de Hotéis, Restaurantes e Turismo da República Dominicana (Asonahores), do Turismo de Granada e da CHTA.
A Associação Dominicana de Aeroportos e a Associação Dominicana de Companhias Aéreas são agora membros da Asonahores.
Daqui a alguns anos, sob a liderança da CHTA, toda a atividade turística e complementar vai estar integrada e isso vai ser muito favorável para o turismo no Caribe.
O que pode significar para a CTO-CHTA a fusão da British Airways e da Iberia para futuras negociações?
Não devemos esquecer que ambas as companhias fazem parte da aliança One World, da qual a American Airlines é uma parte importante. De modo que vai haver uma melhor integração dos destinos turísticos e dos mercados emissores e acho que a Iberia vai ser muito importante no equilíbrio que eu mencionava.