Entrevista ao Sr. António Azevedo, presidente da Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV)
A indústria turística passa por um momento excepcional no Brasil, o que mostrou a ultima Feira da ABAV celebrada em São Paulo. Ante a perspectiva que oferece a realização da Copa Mundial de Futebol e os Jogos Olímpicos, os analistas esperam uma explosão turística na maior e mais povoada nação de América do Sul.
Acerca destes temas, o jornalista Leonel Nodal enviado especial do Caribbean News Digital falou com o Sr. António Azevedo, presidente da ABAV.
Qual foi o resultado da Feria de las Américas?
Durante os três primeiros dias, dedicados aos profissionais a feira tive 38 700 visitantes, 8 500 expositores: 5 500 pessoas trabalhando nos stands, em montagem, recepção, açafatas, seguranças… e cerca de 2 500 expositores, em fim números grandiosos.
É a primeira vez que nós abrimos ao público, houve muitos visitantes, os negócios duma feira são iniciados e não terminados, se vão concretizando, mais todos os participantes estão muito satisfeitos.
Qual é a sua opinião do Brasil como emissor de Turismo?
Sempre foi mais emissor que receptor, o que tinha certo equilíbrio, o que ocorreu nos últimos dois anos foi um certo desequilíbrio onde muitos mais brasileiros viajaram para o exterior que estrangeiros para o Brasil, o que tem um motivo: a moeda do Brasil, o real, estava muito valorizado e em contra partida as moedas estrangeiras estavam fragilizadas, então para o brasileiro resultava barato viajar para o exterior y para os estrangeiros era caro vir para o Brasil.
Agora com o novo patamar da moeda estrangeira em relação ao real com a desvalorização do real e valorização das moedas estrangeiras deve haver certo equilíbrio, não total, haverá mais estrangeiros vendo para o Brasil. Os preços ficam mais competitivos e menos brasileiros irão viajar para o exterior.
Qual é o peso do Turismo hoje como sector na economia do Brasil?
O Turismo hoje representa um 4 % do PBI de Brasil e gera um número muito grande de empregos, então tem uma posição muito importante no Brasil que tende a crescer cada vez mais.
Desde o ponto de vista dos objetivos da Feira, estão satisfeitos com os resultados?
Estou muito satisfeito, todas as nossas metas foram superadas e acima de tudo o que nos deixa satisfeito é que os nossos expositores e visitantes também estão muito satisfeitos.
Quais são os impactos da Copa do Mundo do 2014 e das Olimpíadas em 2016, para as agências de viagens brasileiras?
São de grande importância para pôr um bom patamar do Turismo do nosso país. São eventos envidados que põem ao Brasil na vitrine do mundo inteiro, esse é um dos maiores benefícios.
Temos também outros benefícios: infraestruturas mais adequadas, maior atualidade, o nosso atendimento… como um todo; nesse sentido esse vai ser o nosso principal legado que vamos receber por esses grandes eventos tanto da Copa do Mundo, como As Olimpíadas, como a possível realização da Feira Mundial em São Paulo em 2020.
Esse legado, nos temos que ter muita atenção e muito cuidado porque pode ser positivo o negativo e só será positivo se efetivamente conseguem a competitividade e a qualidade necessária no nosso turismo. Temos que superar alguns obstáculos, por exemplo, temos a questão ainda pendente dos vistos que é uma enorme dificuldade, nós nos queixamos as vezes de que o Brasil tem grandes dificuldades em tirar vistos para alguns países e no nos lembramos de que os outros também tem dificuldade para tirar visto para o Brasil precisamente durante esse grandes eventos, isto prejudica o trabalho das agencias de viajes, falamos da reciprocidade e pomos tirar os vistos no próprio aeroporto como outros países do mundo já fazem, esse é o alerta que nós fazemos.