Entrevista ao Sr. Marcoz Ferraz, Presidente de BRAZTOA

19 de Maio de 2014 3:29pm
claudia
Entrevista ao Sr. Marcoz Ferraz, Presidente de BRAZTOA

A WTM Latin América, a feira da BRAZTOA, pode dar cifras do que é BRAZTOA como conjunto de operadores de turismo do Brasil.

BRAZTOA é a Associação brasileira de operadores de turismo é a única associação de operadores do Brasil, são 95 associados, deles tem 85 operadores de turismo que vendem cem por cento de turismo internacional emissivo e 56 vendem turismo doméstico no Brasil; alem disso, temos 27 deles que fazem turismo receptivo.

BRAZTOA em 2013 em conjunto transportou 5 milhões e 900 mil passageiros e temos 8 mil e 600 empregados em todos os Estados do Brasil, seja com a sua matriz ou com as suas filiais.

Alguns têm representação no exterior?

Sim alguns têm representação na Argentina, no Chile, em Paraguai, outros nos Estados Unidos, e em Portugal, como a Abreu, operadora portuguesa que tem uma forte presencia no Brasil também.

Dos 5 milhões e 900 mil passageiros e destes, um milhão e 800 mil viajaram para fora do Brasil. Basicamente o setenta por cento viajam para dentro e o trinta por cento viajam para fora do Brasil. A fatoração é de 11.1 bilhões de reais, é uma fatoração que subiu quatro por cento comparado com o ano anterior do 2012.

Os principais destinos no Brasil estão no Nordeste, Baía, Pernambuco, Rio Grande do Norte, o Ceará; fora do Brasil o principal destino é a América do Norte, Estados Unidos, dentro da América do Norte, número dois é Europa como um continente é nosso segundo maior destino; terceiro maior destino passou da América do Sul ao Caribe e América Central quem o ultrapassou no ano passado e segue América do Sul como quarto destino.

Pode dizer-nos acerca dos interesses nos destinos do Caribe por ilhas?

Nós consideramos Cancun como destino no Caribe, embora não esteja,então Cancun é o número um, Republica Dominicana está no número dois e o número três está entre Aruba, Curação, Barbados, San Martim, um pouco de cada. Mais Punta Cana cresceu bastante, hoje é o número dois bem longe e primeiro é Cancun, quem é muito maior.

Qual é a situação em que está o Panamá?

Panamá é uma cidade de passagem, como a Copa tem doze voos por dia para o Brasil, muitos dos brasileiros vão para o Caribe via Panamá e fazem paragem no Panamá uma noite para fazer compras.

Não temos o número mais são muitos, é um número importante e está a crescer e o Panamá está vindo para o Brasil para investir mais em marketing para fazer que mais brasileiros parem ainda mais lá.

Qual é o gasto regular dum brasileiro numas feiras e quantos dias dedica para fazer turismo?

O turista brasileiro já está no décimo lugar no mundo enquanto as despensas, é um turista qualitativo; ele gasta nos Estados Unidos, por exemplo, cinco mil dólares por pessoa, por viagem, mas a nossa meia é quatro mil dólares por viagem. No ano passado, nos Estados Unidos nos deixamos quase 11 bilhões, é dizer um bilhão de dólares, então foi por isso que o Presidente Obama queria fazer um visto overbe para o Brasil. Infelizmente a nossa Presidenta tive o seu celular espionado e agora ela não quer abrir ainda as portas para o visto americano.

Com relação às linhas aéreas e conexões, Brasil tem um grave problema de infraestrutura, ¿acha que é uma limitação para que venham mais turistas?

O problema de infraestrutura no Brasil é muito grave e em parte este foi resolvido nos cinco aeroportos principais brasileiros: São Paulo, Campina, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília; eles foram privatizados e a partir deste ano eles começam a ser entregues com as novas implementações.

Mas antes do que isso acontecesse havia muitos problemas nos aeroportos, as companhias aéreas principais fizeram uma descentralização dos voos, então a TAP foi a primeira a voar para outras capitais, hoje já ela tem setenta e cinco voos por semanas, voando desde Porto Alegre no Sul até Belém no Norte e América Airlines utilizou a mesma estratégia e já faz também quase cem voos por semana para os Estados do Brasil, então os centros de São Paulo e Rio são menos requisitados hoje porque tem voos espalhados pelo resto do Brasil.

Enquanto ao número de passageiros que vêem para o Brasil, a gente é ainda um bebê, são seis milhões que vem para o Brasil, um país enorme com duzentos milhões de habitantes, nós temos capacidade para ter no mínimo, o dobro doze milhões, mais o governo brasileiro tem dificuldade de investir em propaganda em marketing fora e o Brasil tem que crescer muito em serviços, em nível hoteleiro, em sinalização, em línguas estrangeiras; mas eu acho que devagar nós chegamos lá.

Não é só o problema dos turistas que não podem chegar ao Brasil senão que as tarifas aéreas e os impostos são altos e por falta de linhas aéreas, os brasileiros não podem voar; agora há novas companhias e novas possibilidades, por exemplo, para Cuba está a voar CUBANA DE AVIAÇÃO e Copa também tem interesse de promover Cuba como destino dentro da região. Acha que isso pode ajudar a resolver o problema?

Sim, A Copa tem doze voos para o Brasil por dia e os voos estão cheios, então Cuba tinha o problema de aumentar muito o número de brasileiros para lá porque não tem espaço na Copa; por isso é que a AVIANCA, a Airlines e até a EUROMEXICO vendem Cuba aqui no Brasil, mais isso já foi solucionado com o voo da CUBANA fazendo um voo por semana; o começo é sempre um pouco mais difícil porque é preciso investir em promoção, mais agora com esse voo da CUBANA e somando todas as outras companhias, acho que a gente chega a ter perto dos trinta mil brasileiros em Cuba por ano, por enquanto são 18 ou 19 mil, dá para fazer o dobro disso num ano.

Os investimentos que o governo está a fazer para preparar o país para o Mundial para as Olimpíadas, acha que são suficientes?

Não, os estádios foram feitos, são doze cidades sedes com estádios, tem um pouco de mobilidade urbana sendo feita: viadutos, estradas, ruas, aeroportos que vão ficar prontos, mais o sentimento que o brasileiro tem é que vai faltando muita coisa.

De maneira geral acho que a Copa do Mundo é favorável, é positiva, traz uma visibilidade que o Brasil não tinha e já trouxe até agora nos últimos três anos; o Brasil está sendo mostrado no mundo, umas vezes de maneira negativa, por exemplo, no caso dos protestos e manifestações que o ano passado a gente assistiu aqui e durante a Copa, o que a gente pede que sejam democráticos e passivos e que o mundo não veja a ninguém sendo repreendido de forma abrupta o fazendo uma manifestação nem um protesto também agressivo.

Se tudo correr bem eu acho que o Brasil, tem sim um legado de visibilidade muito positiva que lhe dei a possibilidade de atrair muitos turistas no futuro.

Embora não signifique que vai existir mais turismo para o Brasil, vai mudar o turismo de negócio em ocasiões pelo turismo esportivo porque não há vagas para os outros, é assim?

Sim é assim, durante a Copa, o turista de negócios não vêem para o Brasil, nem o turista comum e vem o turista eventual de esportes; por isso é que na nossa apresentação, disse que em São Paulo tem 64% de disponibilidade em hotelaria, é muito, nos estamos com muitos quartos para serem vendidos e o trabalho ainda pode ser feito, faltam pouco, mas e a gente vai tentar fazer tudo o que lhe for possível.

Enquanto aos destinos emissores de turismo do Brasil para o exterior, o Rio Grande do Sul poderia ser um destino importante embora não seja conhecido internacionalmente?

Sim, Rio Grande do Sul tem ótimas atrações, acho que uma das principais é a Serra gaúcha, Gramado, Canela,… os brasileiros adoram e seria um bom destino, bons vinhos agora lá, o clima é muito agradável, época de junho é favorável e é um destino interessante que dá para ser desenvolvido.

Brasil tem três feiras importantes: ABAV, BRAZTOA, WTM, FESTURIS em Gramado, você recomendaria a um país, a um destino, a um hotel a que assista as três feiras, quais são os motivos que lhe daria para que participe em cada uma delas?

Sim e sem dúvidas. O primeiro motivo entre WTM e ABAV, aqui no Brasil a gente compra ainda muito perto do seu embarque, então para quem viagem em julho, nós temos que promover em março e em abril, quem viagem em dezembro e janeiro, a gente tem que promover setembro e outubro e a BRAZTOA fez 39 edições das suas feiras assim, uma em março, uma em setembro.

Em 2011, a ABAV e a WTM disseram para a BRAZTOA que vinham para o São Paulo e a BRAZTOA estava sozinha e nós conversamos entre os associados e decidimos aceitar a proposta de parceria com a WTM e da ABAV e hoje estou a participara das duas feiras em parceria numa área muita positiva para a BRAZTOA e a instituição de eventos é complicada porque os agentes de viagens não têm como sair da sua empresa para ir a muitos eventos e se a BRAZTOA não fizesse esse acordo ela tinha que ir a dois eventos e a gente resolveu assim o problema do expositor e do agente de viagens que vêem a um evento bem maior e consegue falar com o maior número de operadores de turismo.

ABAV é um evento maior, está aqui há muito tempo, a WTM traz um know how da Reed Exibihitios que é a maior empresa de feiras do mundo; então eu diria que tem que participar nas duas. O festival de Turismo de Gramado é um festival regional que abrange todo o Sul do Brasil que é um grande emissor de turismo do Brasil, então é um complemento importante que eu julgo que quem tem que vender no Brasil tem que participara dos três eventos.

Qual é o significado que tem o mercado russo para os operadores de turismo do Brasil?

No Brasil não há muitos, ainda é muito pequeno o número de russos que vêem para cá e o contrário também, o brasileiro ainda não descobriu a Rússia, nem viaja muito para Rússia, mas para mim que viajo o mundo sei que o russo é um turista importante, ele viaja bastante, é um turista de alta qualidade, mais acho que eles não vêem para cá porque falta investimento em marketing na Rússia e o problema da limitação da língua também.

Brasil participou na feira da MITT na Rússia este ano e acho que vai o próximo ano e vai a Leisure e se levantara a restrição dos vistos acho que será um bom momento para investir.

O Brasil tem uma lei de reciprocidade com a Rússia: assim que a Rússia eliminar o visto para o brasileiro, nós eliminamos o visto para os russos.

 

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