Entrevista a William Griffith, CEO de Barbados Tourism Marketing Inc.

20 de Setembro de 2016 10:29am
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Entrevista a William Griffith, CEO de Barbados Tourism Marketing Inc.

Caribbean News Digital conversou com William Griffith, CEO de BTMI (Barbados Tourism Marketing Inc.), quem falou sobre a competência entre Cuba e seu país como destinos turísticos. Também mencionou temas como a conectividade aérea na região e as oportunidades e desafios turísticos que defronta Barbados.

Existe preocupação entre várias ilhas do Caribe pela nova relação entre Estados Unidos e Cuba e o grande crescimento de Cuba enquanto ao número de visitantes norte-americanos. Quando se lhe perguntou sobre a forma na que Barbados está trabalhar com Cuba e as nacões caribenhas para dissipar esses temores e ver isto como uma nova oportunidade, o Sr. Griffith respondeu que Cuba tem sido um competidor durante muitos anos e leva muito tempo no negócio turístico.

“Cuba é realmente o destino número um na região do Caribe e o fenômeno Cuba recentemente se tem disparado com a apertura para Estados Unidos. Nós temos competido com Cuba por Europa, a Grã-Bretanha, e cremos que nos vá muito bem. 37 % do negócio de Barbados tem vinculado a Grã-Bretanha.”    

O Sr. Griffith explicou que existe uma diferênça entre o mercado objetivo de Barbados e o de Cuba. “Têm elementos em comum, mas nós consideramos que estamos mais enfocados no mercado de alto estándar, entanto que Cuba trabalha mais com o mercado massivo.

“Acredito que a apertura a Estados Unidos tenha tido maior impacto pela forma em que se tem abordado o tema, a atenção prestada pela imprensa e todas as linhas aéreas que repentinamente estão voar para a ilha.”

Assinalou também que, se considera-se o desenvolvimento de México, Cancún e República Dominicana, estes são destinos relativamente novos em comparação com outras áreas que têm mais tempo no setor. “Sempre digo que não tivemos igual reacção quando México se abriu e mira tudo o que estão fazer. Nós temos visto a México, à República Dominicana, temos visto crescer a competência na região do Caribe.

“Usualmente nós dizemos que não se trata de ignorar a Cuba, senão de ubica-la no mesmo contexto. Esse é o nosso enfoque.”

Desde o ponto de vista dos cruzeiros, o Sr. Griffith pensa que a competência probávelmente será um pouco mais forte. A chegada de cruzeiros para Cuba definitivamente terá um impacto neste setor no Caribe.

Por outra parte, o objetivo de Barbados é diversificar. Não só se trata dos três principais mercados: Estados Unidos, Canadá e a Grã-Bretanha. A nação quer ramificar seus mercados para não ter dependência de um ou outro.

“Nós pensamos que Cuba será um jogador importante no mercado norte-americano, mas o nosso mercado objetivo é um pouco diferente. Também consideramos que temos algo de tempo a nosso favor se tivera-se em conta o desenvolvimento da infraestrutura em Cuba, as habitacões e elementos desse estilo. Eles já contam com um número significativo de quartos e tem estado no negócio durante muito tempo. Nós temos estado competindo com eles e creo que seguiremos faze-lo.”

A conectividade aérea no Caribe tem melhorado enormemente com o começo dos vôos regulares das principais linhas norte-americanas para Cuba. Esta podería ser uma nova oportunidade para tentar solucionar o problema da conectividade aérea no Caribe.

“Creo que a decisão tomada pelas linhas aéreas norte-americanas de voar para Cuba desde Nova Iorque, Boston, Miami e outras cidades, não afecta o serviço regular que oferecem para Barbados. Só compartilharemos o serviço. Haverá um vôo de JetBlue de Nova Iorque para Barbados e haverá um vôo de JetBlue de Nova Iorque para Cuba,” afirmou o Sr. Griffith.

“Não creo que as linhas aéreas vão deslocar ou substituir o vôo Nova Iorque-Barbados com um Nova Iorque -Cuba. Eu não penso que fôssemos ter um impacto negatívo enquanto aos transportistas norte-americanos. As duas principais linhas aéreas regionais são LIAT e Caribbean Airlines. Tem-se discutido muito sobre as vias para melhorar a conectividade.”

Definitivamente o Caribe necessita melhorar a conectividade, mas o negócio das linhas aéreas  é um negócio custoso. Todas as linhas aéreas  regionais defrontam desafios.

“Nós temos este maravilhoso arquipélago de ilhas e creo que realmente não temos cumplido o plano de gestão de rotas para lograr a eficiência e permitir que tudos possam mover-se pelo Caribe.”

Enquanto a mercados regionais, Caribe resulta ser o quarto maior mercado para Barbados. Trinidad, algumas das ilhas mais próximas, St. Lucia, Granada, Antigua e Jamaica, sendo a última o principal mercado para Barbados. “Temos vôos diretos com LIAT, especialmente desde Trinidad.

“Devido a nossos festivais, eventos desportivos, festivais de música, somos um destino popular entre os habitantes do Caribe. Os trinitários e jamaicanos vem para assistir a nosso festival de comida e rum, nossas carreiras de cavalos, visitam nossas tabernas clásicas e outras atividades. Como ilha, consideramos o Caribe como um importante mercado emissor, continuamos trabalhar com os países da área e tentaremos conseguir boas alianças com as linhas aéreas .”

Ao referir-se às oportunidades e desafíos que defronta Barbados na indústria turística, o Sr. Griffith declarou que os maiores desafios da ilha no futuro próximo são similares aos que defrontam os países vizinhos. Tudos têm verdadeiros desafios com a presência do Zika e outras doenças. Nos últimos meses, o Brexit tem sido um tema importante devido ao impacto que terá no turismo británico para o Caribe. “Estamos seguindo este tema com certeza porque 37 % de nosso negócio tem sua origen na Grã-Bretanha. É o nosso mercado número um e temos que estar muito pendentes ao que aconteça.

“Temos visto flutuação nas moedas, o euro, por exemplo, e seu impacto no mercado europeio. Também temos visto a flutuação do valor da moeda em Brasil e esse país tem sido uma fonte direta de negócios para nós, com o vôo de GOL desde Sao Paulo.”

Barbados é enfocado no crescimento estratégico de sua capacidade hoteleira e aérea, asim como a diversificação do mercado para mitigar qualquer situação específica que possa ocorrer em um mercado ou outro. “Obviamente essa não é uma tarefa fácil, mas considero que é o mais prudente. Em outras palavras, nosso sucesso ou sostenibilidade não pode depender de um mercado específico,” sublinhou o CEO de BTMI.

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