Exportações de América Latina e Caribe crescerão entre 7% e 8% no biênio 2006-2007

29 de Setembro de 2006 12:00am
godking

As exportações da América Latina e do Caribe crescerão entre 7% e 8% no biênio 2006-2007, e esta será a taxa mais elevada no mundo depois da China.

Assim conclui o relatório "Panorama da inserção internacional da América Latina e do Caribe, 2005-2006", divulgado recentemente em Santiago pela Comissão Econômica Para a América Latina e o Caribe (Cepal).

O documento indica que as exportações e as importações da região terão este ano um aumento de 20% e 17%, respectivamente.

A manutenção do crescimento do comércio regional é fruto da evolução favorável da economia mundial, que em 2006 completará o quarto ano consecutivo de crescimento.

Segundo as previsões da organização das Nações Unidas, a demanda internacional para a região será favorável e um fator de dinamismo.

Os países mais beneficiados serão os exportadores de petróleo e de minerais metálicos como Chile, Bolívia, Peru e Venezuela.

"O panorama geral é otimista, mas ainda há riscos importantes", afirmou o secretário-executivo da Cepal, o argentino José Luis Machinea, na apresentação do documento.

Ele acrescentou que o impacto do preço do petróleo é o principal fator de incerteza, "devido à crescente demanda mundial e às tensões geopolíticas no Oriente Médio".

O documento informa também que a economia chinesa não cumpriu com as previsões de uma desaceleração suave, e que sua moeda segue próxima ao dólar.

Neste contexto, o comércio da América Latina e do Caribe se aproveita da persistente demanda internacional, sobretudo da China, e do maior vigor das economias da Europa e do Japão.

A análise mostra que as exportações da América do Sul cresceram mais rapidamente do que as do México e da América Central, pois estão concentradas em produtos básicos, cujos preços aumentam de maneira sustentada.

Segundo a Cepal, as exportações chilenas crescerão 43,1% em 2006, sobretudo por causa da explosão do preço do cobre, metal do qual é o maior produtor mundial.

As exportações do Peru aumentarão 31,8%; da Venezuela, 30,4%; da Bolívia, 28%, e as do Equador, 21,7%.

"Estamos razoavelmente bem com as exportações, com exceção da América Central e do México", disse Machinea, que destacou que os intercâmbios comerciais entre os países da região com a China e Índia cresceram de maneira importante entre 1990 e 2005.

"A China passou a ser um parceiro relevante para vários países da região", afirmou.

Segundo os dados da Cepal, 5,8% das exportações do Brasil em 2005 tiveram a China como destino, enquanto o Chile exportou 11%; o Peru, 10,6%; Cuba, 10%, e a Argentina, 8,3%.

O relatório indica que as vendas latino-americanas e caribenhas para os mercados da China e da Índia se concentram em recursos naturais e produtos manufaturados baseados em recursos naturais.

Quanto à integração regional, o secretário-executivo da Cepal disse ter "perdido impulso na América do Sul, enquanto se consolidou na América Central e se fortaleceu no Caribe, para negociar com a União Européia".

De acordo com o relatório, a diversidade de opções na América do Sul afeta a integração regional.

Neste contexto, Machinea afirmou que a adoção de medidas de convergência é urgente para evitar o desvio de comércio e o aumento do custo do comércio regional.

"É necessário preservar os lucros do processo de integração, promovendo a convergência em temas comerciais e não-comerciais", afirmou.

Ele também lamentou o fracasso da Rodada de Negociações de Doha, pelo qual culpou "a falta de vontade para construir consensos e a baixa liderança dos principais países industrializados".

Fonte: Agência EFE

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