Francisco Córdova Lira, presidente do Grupo Via Delphi
O Grupo Via Delphi oferece aos turistas a oportunidade de conhecer de perto o mundo dos golfinhos. As crianças das escolas públicas da região do Caribe mexicano também participam da experiência, bem como outras portadoras de deficiência ou com doenças terminais, através de programas gratuitos do Grupo.
Qual a razão do nado com golfinhos?
A interação com as diversas espécies representa uma oportunidade de aprendizagem e de sensibilização a respeito das necessidades desses animais e de outras espécies vivas.
Há algumas décadas, nos centros de exibição como zoológicos e aquários houve mudanças que colocaram o bem-estar dos animais em primeiro plano, reconhecendo o papel único e determinante de cada espécie no equilíbrio global.
Uma das espécies mais fascinantes é a Tursiops truncatus, animal que corresponde à imagem que temos dos golfinhos, que têm, entre outras habilidades, a da comunicação com as pessoas. O cuidado desses animais implica o conhecimento da espécie e a proteção dela e do oceano. Assim, o Grupo Via Delphi, com 17 anos de atuação, tem um compromisso educativo, social, científico e de reprodução, trabalha para o bem-estar dos animais e para o conhecimento do público.
Então o paradigma do turismo de praia e tequila tem mudado no México?
Exatamente. Há muitos lugares para o turismo de natureza no México, como o parque ecológico Xel-Ha, para o conhecimento dos golfinhos. O centro do parque é uma lagoa com grande profusão de peixes, onde se misturam a água pura e a do mar. Há rios com áreas de banho e instalações especiais para o banho com golfinhos.
Mas o banho com golfinhos não é apenas uma atividade turística...
Efetivamente, tem um lado educativo e até outro próximo da terapia. As crianças autistas, por exemplo, além de desfrutarem muito dessa experiência, melhoram sua capacidade de percepção, e, assim, o tratamento terapêutico especializado tem efeitos superiores.
E as causas são conhecidas?
São temas em estudo, mas parece que a pele do golfinho e seu sistema acústico sofisticado contribuem para a sensibilização dos sentidos da criança, facilitando o contato posterior com o terapeuta. Estou falando de hipóteses não comprovadas. Nesse sentido, a Universidade Nacional Autônoma do México e o Instituto Via Delphi para a Pesquisa dos Mamíferos Aquáticos A.C. assinaram uma parceria para o aumento do conhecimento técnico e científico dos mamíferos aquáticos do México e do mundo.
Quais os programas destinados às crianças?
Todos os nossos programas têm como objetivo a sensibilização dos visitantes através do relacionamento com os golfinhos. A partir dessa filosofia, os programas infantis estão concebidos para que as crianças e os golfinhos tenham um relacionamento seguro e divertido. Elas entram em contato com a pele dos golfinhos, escutam seus sons e isso tudo permite uma maior compreensão desses animais.
As crianças das famílias de baixa renda têm acesso a esses programas?
O Grupo Via Delphi recebe gratuitamente crianças das escolas públicas em cada parque, ou seja, nos Delphinus Xel-Há, Delphinus Xcaret e Delphinus Costa Maya. No curso 2007-08 estamos recebendo 40 crianças por semana em cada parque. São crianças de zonas rurais economicamente deprimidas.
Também estimulamos as crianças com rendimento escolar de excelência. Recebemos 20 crianças por mês que nadam com golfinhos em Riviera Maya com tratamento VIP.
O Grupo Via Delphi já atendeu gratuitamente mais de 12 mil crianças de escolas públicas e de centros de saúde durante seus 17 anos de atuação. São crianças portadoras de deficiência ou com doenças terminais.
O senhor é um apaixonado por golfinhos e crianças...
Acreditamos que uma empresa deve, além de fazer negócios, participar da vida da sociedade em que atua. Através dos nossos programas fazemos com que crianças doentes ou carentes tenham momentos de felicidade. Quando premiamos a excelência dos estudantes com uma experiência maravilhosa, estamos convencidos de que outras crianças vão querer alcançar também esses resultados.
O México precisa de crianças que queiram estudar e ser melhores profissionais. Por outro lado, pensamos que transmitir conhecimento propicia uma atitude de mudança e de transcendência no ser humano, e contribui para a formação de pessoas sensíveis e responsáveis com o meio ambiente.