Francisco Javier García, secretário de Turismo da República Dominicana

23 de Fevereiro de 2009 2:49pm
godking

A República Dominicana atrai investimentos turísticos mais numerosos e sólidos na atual conjuntura porque "o Turismo não está em crise e porque a economia dominicana não está conectada com a dos Estados Unidos", diz o Secretário de Turismo da República Dominicana, que mantém crescimento na chegada de turistas apesar das cinco crises de 2008.

O senhor queria melhorar as condições de trabalho na Secretaria de Turismo, como avança esse projeto?

Criamos o Centro Estratégico de Desenvolvimento Turístico, ligado ao desenvolvimento dos cruzeiros, porque pensamos que as instituições públicas devem produzir inovações, e também tentamos melhorar as condições dos diferentes polos turísticos. Assim, estamos melhorando as rodovias de acesso, plantando árvores e melhorando a sinalização, além de termos um plano especial de segurança para a modernização do equipamento da polícia turística (POLITUR).

O turismo é o carro-chefe da economia dominicana e para que o país continue na liderança no Caribe temos um plano para 2009 que inclui o reforço da publicidade internacional e o aumento das parcerias com operadores emissivos.

O que é que considera da atual crise internacional e da sua influência no turismo?

A economia mundial está em crise e isso pode afetar o turismo, que não está em crise. São duas coisas diferentes.

Em 2008 houve cinco grandes crises: a da produção de alimentos, a da Bolsa de Valores nos Estados Unidos, a crise do sistema financeiro norte-americano, a dos preços do petróleo e a crise imobiliária nos Estados Unidos e outros países. Nessa conjuntura o turismo não deixou de crescer e o crescimento na República Dominicana foi de 2%.

Ninguém falaria em turismo se a especulação nos preços do petróleo tivesse continuado, mas não foi assim.

O setor turístico mostrou sua solidez ao longo dos anos e tenho a certeza de que vai sair mais forte dessa conjuntura, não apenas na República Dominicana, mas no mundo.

Os capitais estão aí, na expectativa de um redirecionamento para os setores da economia com garantias de rentabilidade e jurídicas. Outras atividades econômicas não têm a rentabilidade que tem o turismo porque é um setor no qual os investimentos estão ligados ao imobiliário, à terra. O setor turístico nunca esteve ligado às bolhas especulativas, é uma atividade sólida. É por isso que sou otimista.

A República Dominicana tem planos de apoio aos investidores com falta de liquidez por causa dos problemas econômicos mundiais?

Na República Dominicana temos leis que favorecem o investimento. Nesse sentido, a lei 158-01 criou o Conselho de Fomento Turístico - CONFOTUR. Temos um boom do investimento turístico e no imobiliário ligado ao turismo. No último trimestre do ano passado aprovamos projetos no valor dos US$ 9,6 bilhões e nas três primeiras semanas de 2009 aprovamos o maior investimento desde 2001 entre 21 projetos que totalizam US$ 4,9 milhões. Desses 21 projetos, 19 foram apresentados nos dois últimos meses, em meio à crise mundial, de maneira que podemos afirmar que na República Dominicana não há problemas nesse sentido.

A situação financeira que afeta o mundo não está afetando a República Dominicana porque o sistema financeiro do nosso país não está conectado com o mercado especulativo dos Estados Unidos. Na República Dominicana não há quebra de bancos nem de empresas de seguro ou de empréstimo e a economia dominicana mantém seu dinamismo.

Como vai o projeto da criação da companhia aérea de bandeira da República Dominicana?

Nas próximas semanas essa companhia vai começar suas operações com voos de Nova York, Porto Rico e de outras cidades da América Latina.

Quem são os acionistas?

O governo dominicano tem a maioria das ações; 30% correspondem ao sr. Pepe Hidalgo, presidente da Air Europa e os outros acionistas são empresários dominicanos.

Há grandes empreendimentos imobiliários em desenvolvimento atualmente na República Dominicana, com campos de golfe e escolas internacionais. Como vai influir isso na qualidade de vida dos dominicanos?

Havia a ideia de que as crises nos Estados Unidos impactavam diretamente a economia dominicana, mas nem sempre é assim. O boom do desenvolvimento imobiliário no nosso país começou com a crise imobiliária nos Estados Unidos. Além disso, a redução dos valores do cemento, do aço e de outras commodities ligadas ao mercado da construção está contribuindo para esse boom na República Dominicana.

O desenvolvimento turístico atual no nosso país não é apenas do all inclusive, mas da hotelaria cinco estrelas, das grandes marinas e campos de golfe e esse turismo é menos vulnerável à grandes crises. Assim, o futuro que espero par a República Dominicana é um futuro promissor apesar da crise.

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