Gabriel Cánaves, representante da Sol Meliá em Cuba

05 de Junho de 2007 7:39am
godking

Com 10.500 apartamentos na Ilha, a Sol Meliá tem como estratégia a consolidação das suas marcas Paradisus e Meliá nos principais pólos turísticos cubanos.

Há outros destinos caribenhos em expansão como a Jamaica, com grandes grupos espanhóis e uma filosofia semelhante à da Meliá, poderia isso prejudicar o crescimento da Sol Meliá em Cuba?

Acho que não. Quando houver todas as condições no destino Cuba, isso não vai ser um problema para os demais. Não estamos preocupados com isso.

E a República Dominicana, com seu crescimento como destino de golfe e a mudança no padrão de qualidade nos hotéis à procura de um turismo de alto poder aquisitivo?

Na região, Riviera Maya e a República Dominicana são concorrentes de Cuba que devemos acompanhar de perto porque estão crescendo muito com produtos novos e segmentos como o golfe. Há alguns dias ouvi as medidas anunciadas pelo ministro do Turismo cubano. Sem dúvidas vão potenciar o destino, mas por enquanto Cuba está em desvantagem.

Vão abrir novos tipos de hotéis como os ME da Meliá ou implementar novos conceitos como cheiros e sabores em Cuba?

De fato, todos os padrões que temos nas marcas Meliá e Paradisus, com cheiros e sabores, estão em Cuba. Talvez seja um pouco diferente devido às características da cultura cubana, mas estão todos aqui. Pensamos que Cuba não está ainda preparada para assumir a marca ME. Queremos ter 10 ou 12 hotéis ME em diferentes regiões do mundo, destinados a um determinado segmento de mercado, mas não vai ser de maneira generalizada.

Qual a estratégia da Sol Meliá para sua expansão em Cuba?

A consolidação nos principais pólos turísticos cubanos com as nossas melhores marcas, como a Paradisus e a Meliá. Já estamos em todos, e recentemente incorporamos 1.500 apartamentos em Varadero e Cayo Santa Maria que completam 10.500 apartamentos no País.

Riviera Maya é outro concorrente muito forte com grande crescimento. Alguma estratégia da Sol Meliá em Cuba para concorrer com esses destinos?

São os produtos que conformam os destinos. As marcas Paradisus e Meliá são tão competitivas aqui como em outros lugares e queremos potencializá-las. Para isso precisamos do apoio do Ministério do Turismo e o que ouvimos nesses dias acho que vai contribuir para impulsionar a liderança de Cuba nesse sentido.

Pensam trabalhar no mercado alemão para aumentar sua presença em Cuba?

Há já cinco meses que o mercado alemão parou de cair em Cuba e agora está em crescimento. Temos fechado acordos com a TUI e a Thomas Cook, por exemplo, para uma parceria nas ações de marketing.

Como é que pensam captar o mercado russo?

Pensamos abrir um escritório na Rússia. É um mercado que pode enviar muitos turistas para Cuba, como também a Polônia, a República Tcheca, Ucrânia e todos os países emergentes.

A entrada de Cuba e da Meliá no mercado chinês...

O hotel entre Cuba e a China está em construção e nós somos os administradores. Tem havido alguns problemas de financiamento, mas em 2008 deve estar em funcionamento porque vai ser muito importante no mercado hoteleiro de Shangai.

A Venezuela tem alguma a importância a para a Sol Meliá?

O Gran Meliá Caracas é um investimento 100% nosso. Houve um período de dificuldades, dois ou três anos de crise, mas há dois anos que as coisas avançam bem.

Mais alguma coisa a respeito de Cuba?

Há algo importante que gostaria de dizer. Nos últimos três anos o negócio caiu porque há coisas que não se pode deixar de fazer do ponto de vista promocional. Agora as autoridades estão cientes disso. Há uma vontade governamental de reverter a situação e penso que a partir daí tudo será mais fácil.

Acha que depois das próximas eleições nos EUA, sem possibilidades de reeleição para Bush, poderiam chegar os americanos em massa, como se pensou há oito anos?

Acho que não. Ninguém está interessado nisso. Penso que Cuba pode se desenvolver por si própria e se isso acontecer de maneira ordenada, irá se tornar um concorrente formidável.

O senhor tem trabalhado e arriscado muito em Cuba. Tem feito um grande trabalho de formação, reconhecido por toda a sociedade, inclusive pelas autoridades políticas. Qual a chave para que se ofereça um serviço semelhante ao existente no México ou em outros países da região?

Outros países concorrentes podem ter determinadas vantagens, mas o diferencial em Cuba é a sua cultura, sua hospitalidade e a simpatia dos cubanos. Acho que a solução é apostar na formação das pessoas de maneira prática, criar uma consciência de serviço ao cliente.

No início da década de 1990, através da Formatur, Cuba obteve resultados muito bons. Talvez seja preciso retomar isso porque não há desenvolvimento turístico sem desenvolvimento humano.

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