Giovanni Simoncini e Teresa Segura, presidente e gerente do Grupo Gira, respectivamente

13 de Novembro de 2007 7:23am
godking

O Grupo Gira, da Itália, trabalha um conceito de turismo personalizado, adaptado às necessidades do cliente, com ofertas diferentes e "artesanais" para Cuba, ligadas à natureza e à história da Ilha.

Quais as características do Grupo Gira?

Giovanni Simoncini: O projeto Gira propõe ofertas diferentes em Cuba aos turistas de qualquer país do mundo, mais voltadas para o turismo ecológico, cultural e histórico. Queremos mostrar a história e as tradições cubanas.

Nosso interesse não é a captação de um turismo de massa, mas de pessoas que se apaixonem por Cuba, como nós. Uma das idéias que temos agora é o turismo de mergulho, um segmento de nível internacional que pode ser ofertado através de pacotes didáticos, com alojamento e atendimento aos clientes. É um segmento bastante recente em Cuba e pouco conhecido.

O caminho mais longo começa pelo primeiro passo e é isso que tentamos fazer a partir de parcerias com outras agências que têm a mesma filosofia.

Nossa equipe de trabalho é pequena, mas muito dinâmica, e tentamos dar o máximo nos serviços. O turista que vem a Cuba faz estadias de uma semana e quer aproveitar o tempo, daí que fiquemos atentos aos problemas deles para sua solução. Nossos clientes estão muito contentes e satisfeitos com os nossos serviços.

Os clientes do Grupo voltam ao destino?

Nossa especialidade são as viagens personalizadas e nossa aspiração a vinda de mais turistas. Os grupos repetentes mostram o nosso sucesso.

Teresa Segura: A agência nasceu em 2002, constituída e representada em Cuba na Câmara de Comércio e através da Ecotur S.A., uma agência de receptivo. O conceito inicial era trabalhar Cuba de maneira não convencional, ou seja, de maneira personalizada através de ofertas que não fossem Havana e Varadero.

Começamos com clientes de consultorias, profissionais e pessoas que procuravam outra coisa em Cuba, algo que ia além de um hotel, de um bom veículo; que podia ser ruim, aceitável ou bom como a realidade em qualquer país do mundo. Era esse dia a dia que nos interessava promover.

Estudamos o mercado e não havia agências que trabalhassem assim, daí a constituição da Gira, que prepara um programa no qual o cliente participa e escolhe o lugar exato para onde quer viajar, porque levamos turistas para qualquer parte do país.

Além de operadores e agência de receptivo, somos um artesão na preparação da viagem. Uma olhada ao nosso catálogo mostra que é impossível estandardizar programas. Procuramos algo especial para cada um e, no caso daqueles que repetem, visto que já conhecemos suas necessidades, então tentamos chegar mais longe.

Não temos números significativos de turistas, mas nosso portfólio de clientes é de grande prestígio. Trabalhamos com universidades, banqueiros, empresários, especialistas de biotecnologia e CEOs de empresas líderes.

Nosso trabalho começa sempre com grupos pequenos que vão crescendo aos poucos. Por exemplo, atualmente temos grupos que começaram com cinco pessoas e hoje têm 200 porque as pessoas vão se envolvendo e contagiando esse espírito que é o que a gente quer.

Recentemente trabalhamos um congresso com os times de futebol Chivas e Saprisa que chamamos de "Chivas em Revolução". É um exemplo de viagem de incentivo personalizada. É um turismo que requer muito esforço e preparação. E somos poucos, mas quero ressaltar o apoio da empresa cubana de receptivo.

Temos escritórios na Guatemala, México - em Guadalajara -, em Madri e agentes de vendas no Cone Sul. Trata-se de uma rede de alianças com operadores que têm a mesma filosofia.

Ao fecharmos contratos com os hotéis, explicamos que não vamos cobrir todas as capacidades, mas vamos contribuir para engenharia hoteleira, ou seja, vamos trabalhar nos meses de baixa temporada, por exemplo. Não trabalhamos com todos os hotéis porque temos uma estratégia muito focalizada em determinados aspectos.

A agência se encontra num momento de madureza e começa a crescer ainda que tenhamos muito caminho pela frente.

Não se pode falar de um escritório nem de uma casa matriz Gira, mas de uma rede de alianças, de um conceito Gira e gostaríamos de ver no projeto outros operadores com a mesma filosofia. Estamos interessados no tema dos incentivos, dos intercâmbios profissionais, da natureza. Defendemos tudo quanto prestigie Cuba a partir de um trabalho artesanal e personalizado.

Então podemos falar de um turismo diferente?

GS: Com certeza. O turismo que deixa lucros é o turismo de massa. Eu me considero um empresário romântico e para os românticos o lucro não é o mais importante. É por isso que explicamos aos nossos clientes que o nosso interesse é que levem a lembrança da vida em Cuba, não apenas da praia ou da palmeira.

Quais os setores de maior interesse para a empresa?

Os profissionais, empresários, ecoturistas e aqueles que venham a Cuba por motivos não convencionais. Nossa modalidade neste momento são os grupos de incentivo.

E quanto às metas?

Interessa-nos muito o turismo de natureza, o ecoturismo, o turismo histórico, a rota da Revolução. Falta-nos uma maior incidência na Europa, onde há operadores com muita experiência.

Como é que poderiam conseguir essa conjunção de interesses com a Europa?

Em primeiro lugar a partir do contato. Pode ser através de uma viagem da nossa parte ou de um convite para que eles venham aqui. Talvez através da organização de um pool de agências especializadas.

Poderia explicar o sucesso da empresa através de uma frase ou conceito?

GS: Estamos convencidos das nossas idéias, do que estamos fazendo e defendemos isso até as últimas conseqüências.

Back to top