Hugh Riley, secretário-geral interino da Organização de Turismo do Caribe
Os países do Caribe estão atualmente muito melhor preparados para uma anunciada crise econômica global que poderia provocar graves prejuízos no turismo. Manter as conexões aéreas e diversificar as fontes de investimento faz parte da estratégia caribenha.
Qual o futuro da Organização de Turismo do Caribe - CTO [sigla em inglês] na atual situação internacional de crise?
Nunca foi tão importante uma organização como a CTO para a defesa da região e para o desenvolvimento da marca Caribe. A história mostra que o comportamento do mercado é cíclico. Acontece assim na economia, nas ameaças à paz mundial e nas flutuações monetárias. A nossa região é capaz de se adaptar, como os consumidores. O que é importante para a gente é o monitoramento das tendências, aprender delas e garantir férias de boa qualidade para que os turistas sintam que investem bem seu dinheiro. Temos que ser agressivos na promoção das vantagens do Caribe e no estímulo à procura.
Como evoluem os projetos impulsionados pelo Sr. Vanderpoll na CTO?
Como secretário-geral da CTO, o ministro Vanderpool-Wallace teve um papel fundamental no lançamento de programas que hoje são peças-chave na comercialização do turismo caribenho. A idéia de uma parceria público-privada sólida para o desenvolvimento da marca Caribe é uma linha de trabalho da CTO. Eu sinto a responsabilidade de continuar essas políticas e de criar novas estratégias que mantenham o ritmo numa realidade que mudou bastante.
Quais os resultados da estratégia de diversificação de mercados, sobretudo europeus, para as ilhas de língua inglesa?
A CTO tem representações nos principais mercados europeus que são muito ativas no Reino Unido, na Holanda e na Alemanha. Em 2008 criamos a representação em Paris para os mercados latinos da França, Itália e Espanha. Recentemente realizamos um workshop B2B em Moscou, Milão e Paris. A partir de 2009 vamos ter uma presença na Península Escandinava. São iniciativas voltadas para os nossos países de língua inglesa, holandesa, espanhola e francesa. O logotipo do Caribe foi traduzido e promovido nesses mercados emissores e o novo site tem versões em vários idiomas. A procura de novos mercados e de novos segmentos nos mercados tradicionais beneficiou uma boa parte dos nossos membros. O Caribe já não é apenas sol e praia, mas núpcias, ecoturismo, turismo de saúde, de negócios, MICE, entre outros.
Qual a estratégia da CTO para enfrentar a recessão nos Estados Unidos e o alto preço do combustível?
Ainda é cedo para avaliar o impacto no Caribe da crise financeira nos Estados Unidos, mas achamos que a proximidade geográfica dos Estados Unidos e o valor dos nossos produtos fazem com que a região tenha uma vantagem considerável em relação a outros concorrentes. No inverno, os norte-americanos vão sair de férias e vão procurar lugares próximos.
O preço do combustível e a crise financeira têm conseqüências no mundo todo, não apenas no Caribe. Quanto ao serviço aéreo, os nossos países estão sendo agressivos para que as companhias aéreas que deixam de operar sejam substituídas por outras.
Temos continuado a diversificação de mercados e investidores para reduzir a nossa dependência de um único mercado. O mercado canadense é um bom exemplo. Por outro lado reforçamos a nossa presença na Europa e no mercado sul-americano.
Qual a estrutura atual da CTO?
A Organização é constituída por 33 países do Caribe holandês, inglês, francês e hispânico, de modo que engloba praticamente todos os países e territórios, independentes ou não.
Como tem contribuído a CTO para o desenvolvimento turístico regional?
Com mais de 50 anos de funcionamento, sem dúvidas a nossa contribuição tem sido notável. A CTO é a agência de desenvolvimento turístico da região com serviços de marketing, desenvolvimento de recursos humanos, programas de turismo sustentável, serviços de informação e pesquisa, e um desenvolvimento tecnológico com ferramentas para que os nossos membros possam desenhar suas operações.
No ano passado fundamos a Companhia para o Desenvolvimento do Turismo no Caribe (CDTC) em parceria com a Organização de Hotéis e Turismo do Caribe (CHTA). A CDTC, operada de maneira conjunta, é uma entidade para o desenvolvimento comercial e o marketing. No mês de março deste ano lançamos um site para os consumidores norte-americanos (http://www.caribbeantravel.com/) e melhoramos a versão para o Reino Unido (http://www.caribbean.co.uk/).
A CDTC organizou a Primeira Cúpula Anual de Turismo do Caribe, em Washington, no mês de junho passado, desenvolve as relações públicas através da Lou Hammond & Associates, protege e desenvolve a marca Caribe, entre outras missões.
Qual o objetivo das campanhas promocionais da CTO quanto a mercados e destinos?
Principalmente os mercados tradicionais na América do Norte, Reino Unido e Europa, mas também exploramos oportunidades na América do Sul e Ásia.
Recentemente realizamos uma campanha muito bem-sucedida no Canadá voltada para profissionais e consumidores finais. Ali divulgamos a marca Caribe e a alegria e os valores turísticos da região.
E na América Latina?
No mês de outubro vamos participar da ABAV, no Brasil. Alguns países membros estão promovendo individualmente seus produtos na Venezuela e na Argentina que são mercados muito importantes para o Caribe pela proximidade geográfica, pelo valor das ofertas do Caribe para os latino-americanos e porque as estações do ano não coincidem, o que garante as viagens durante o ano todo.
A CTO tem programas de capacitação para agentes de viagens latino-americanos?
A CTO tem apoiado programas de capacitação para os especialistas em turismo caribenho durante muito tempo. Também os nossos membros têm programas próprios de capacitação para agentes de viagens. Os consumidores que visitam o nosso site (http://www.caribbeantravel.com/) podem encontrar recomendações sobre os agentes de viagens especialistas no Caribe.