IATA critica decisão da União Européia de incluir a aviação no Sistema de Comércio de Emissões Europeu

11 de Julho de 2008 7:31am
godking

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) fez uma dura crítica à votação do Parlamento Europeu que inclui a aviação no Sistema de Comércio de Emissões Europeu (ETS). "É uma resposta errada à grave situação ambiental", disse Giovanni Bisignani, diretor-geral e CEO da organização.

"Apoiamos o comércio de emissões, mas não esta decisão. Que direito tem a Europa de impor os gravames do Sistema de Comércio de Emissões (ETS) a, por exemplo, uma companhia australiana voando da Ásia para a Europa pelas emissões sobre o Oriente Médio?", questionou Bisignani.

Para a IATA, essa a abordagem unilateral da UE pode levar a batalhas jurídicas internacionais e apenas um sistema global, apoiado pela Organização da Aviação Civil Internacional (OACI) poderia ser bem sucedido.

Segundo Bisignani, o ETS elevaria em 3,5 bilhões de euros os custos da indústria aérea apenas no primeiro ano de operação e não há garantias de que os fundos gerados sejam destinados a programas ambientais, visto que a decisão da UE apenas indica que as receitas geradas pelo leilão dos direitos de emissão "deveriam" ser utilizadas para a redução de emissões de gases de efeito estufa.

O executivo afirmou que a indústria está comprometida com o meio ambiente a partir de investimentos em tecnologia, melhora das operações, construção de infra-estrutura eficiente e medidas econômicas positivas. Para ele, o comércio de emissões é só uma pequena parte da estratégia para prevenir as mudanças climáticas.

Neste momento de alta do preço do combustível "as companhias aéreas estão lutando para sobreviver, e o acréscimo de 3,5 bilhões de euros aos custos da indústria não implicaria em melhores resultados. A Europa deveria agir com maior agilidade em relação às políticas de Céus Abertos, o que, segundo cálculos da Comissão, economizaria ate 16 milhões de toneladas de CO2", disse Bisignani.

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