Iberia e Alitalia: exemplos dos novos tempos

24 de Julho de 2007 7:38am
godking

A situação das companhias aéreas Alitalia e Iberia, com o plano de privatização fracassado nesta semana a primeira, e cobiçada a segunda por diversos investidores, é considerada um exemplo da transformação que vem acontecendo nos céus europeus durante a consolidação das mudanças em relação a um futuro cada vez mais próximo.

Como já aconteceu com a francesa Air France e a holandesa KLM, que decidiram aliar-se, as outrora grandes companhias aéreas nacionais européias avançam a passos largos em direção a fusões que lhes permitam competir a nível mundial num futuro mercado de "Céus abertos".

Apesar de já ser dona de 10% do capital da Iberia, a britânica British Airways tem anunciado nas últimas semanas a intenção de aumentar sua participação na empresa, através de uma oferta conjunta apresentada num consórcio liderado pelo fundo de investimentos americano Texas Pacific Group (TPG).

A essa proposta em relação à líder indiscutível nos trajetos entre a Europa e a América Latina se somaria outra oferta, envolvendo a sociedade de capital de risco Apax, aliada à Air France e a vários investidores espanhóis, segundo informações divulgadas na imprensa.

Ao contrário da empresa aérea espanhola, considerada um partido interessante no mercado, a Alitalia, que há anos vem perdendo terreno no setor, viu nesta semana o fracasso definitivo de seu plano de privatização.

Após a retirada da também italiana Air One, o governo viu partir nesta terça-feira o último candidato seriamente disposto a comprar sua participação na Alitalia, que é de 49,9%.

Para alguns, o fracasso do plano italiano deve-se às péssimas condições de aquisição impostas pelo governo, entre elas a obrigatoriedade de compra de pelo menos 39,9% da Alitalia, o que exigiria o lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) sobre todo o capital da empresa, além da manutenção da marca e da identidade nacional da companhia.

Outros vêem nos sindicatos um ator central do fracasso. Suas exigências trabalhistas e a oposição governamental de que o comprador disponha livremente dos 20.000 colaboradores da empresa seriam os fatores apontados na falta de interesse da Air France e da alemã Lufthansa.

A atual tendência de formação de alianças não faz mais que reforçar o acordo "Céus abertos" de liberalização do tráfego aéreo entre a União Européia e os Estados Unidos, assinado em maio deste ano e marco de uma revolução no setor da aviação comercial.

Segundo o acordo, companhias de ambas as partes poderão operar com liberdade em cidades do outro lado do Atlântico, pondo fim ao sistema bilateral pelo qual as empresas aéreas européias só podem operar linhas diretas para os Estados Unidos partindo de seu país de origem

AFP e Redação

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