Industriais brasileiros mostram interesse em estreitar negócios com Cuba

14 de Dezembro de 2007 1:06pm
godking

Industriais brasileiros manifestaram interesse em estreitar as relações comerciais com Cuba durante um encontro na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Raúl de la Nuez, ministro cubano do Comércio Exterior, expôs aos empresários a situação econômica de Cuba, e disse que também há interesse por parte do governo cubano de aumentar as relações comerciais com o Brasil.

Segundo De la Nuez, dos países da América Latina, a Venezuela ocupa o primeiro lugar entre os importadores de produtos cubanos. O Brasil está em segundo lugar na balança comercial do
país. "Cuba é um importador de combustíveis e a Venezuela é o primeiro exportador para Cuba. Também há comércio de serviços de Cuba para a Venezuela nos últimos anos", disse.

O fluxo comercial de Cuba com os outros países da América Latina chega a US$ 12 milhões. Até setembro, o crescimento foi de 12%, segundo o ministro.

De la Nuez disse que seu país pretende modernizar a indústria açucareira, mas que o etanol não é um dos maiores interesses de Cuba, porque o país não produz cana-de-açúcar com a finalidade de uso para combustível.

"Cuba já se pronunciou publicamente por não utilizar alimentos para produção de combustíveis. O Brasil tem uma situação diferente, tem grandes áreas de terra para plantar. Cuba é um país menor do que o Brasil. Lá nós produzimos etanol para uso na indústria farmacêutica e alimentícia", explicou.

Os empresários brasileiros manifestaram descontentamento com relação às linhas de crédito disponíveis para o comércio entre os dois países. O ministro cubano afirmou que o governo está estudando as possibilidades para novas linhas de financiamento junto aos países com quem pretende negociar.

"Há 50 anos Cuba está submetida a um bloqueio por parte dos Estados Unidos que impede o acesso de Cuba ao mercado de capitais. Temos tido soluções para comprar alimentos no Brasil
e estamos estudando e negociando acordos de financiamentos para adquirir bens industriais", disse.

De la Nuez disse ainda que o país tem grande disponibilidade e necessidade de modernizar sua frota de veículos leves e pesados - caminhões e ônibus. "Possivelmente somos o único país que ainda tem veículos fabricados de 1950 a 1960 andando nas ruas. São pitorescos, mas obsoletos. Precisamos de caminhões e ônibus, porque os nossos utilizam gasolina como combustível e consomem muito".

Ele disse que a indústria automobilística pode participar dessa renovação, mas ressaltou que é essencial que haja alguma linha de financiamento adequada.

O ministro cubano participou em Brasília da abertura da 7ª Reunião da Comissão Mista de Cooperação Técnica Brasil-Cuba.

Fonte: Agência Brasil

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