Jaime Rull, presidente do Comitê Organizador da Feira Internacional de Turismo do Equador - FITE e da Feira Internacional de Turismo do Peru - FITPERU

Com cinco anos de experiência na organização da Feira Internacional de Turismo do Equador, o Grupo Horitzogroup prepara agora a primeira Feira Internacional de Turismo do Peru, encontro que irá promover o Norte do país, praticamente desconhecido, mas com atrativos que podem contribuir para situar essa região peruana entre os destinos mundiais.

Esta vai ser a primeira edição da Feira Internacional de Turismo do Peru?

A primeira do Peru e a quinta do Equador. A última edição do Equador, a do ano passado, contou com 317 expositores de 45 países. Nesta ocasião pensamos ter 350 expositores do mesmo número de países. Haverá representações da Ásia, Europa, África, as Américas e Oceania, porque teremos representantes da Austrália. Quanto aos visitantes, esperamos 80.000.

Quantos deles profissionais?

De 4.000 a 5.000.

E a área de exposição?

O espaço total é de 20.000 m2 e os estandes ocuparão de 6.000 a 7.000 m2.

Há algum espaço para o setor imobiliário?

Não, ainda que haja representações de resorts.

E do setor de Tecnologia da Informação?

Há muito interesse das empresas de TI com produtos para agências, operadores e hotéis.

Quantas pessoas trabalham na Feira?

A equipe da feira do Equador são 16 pessoas e duas para o Peru, mas durante o evento trabalham 400 ou 450 pessoas, a maior parte estudantes universitários em período de práticas. Há outro grupo para tarefas muito específicas. Acho que no total são mais de 500 pessoas.

O que é que tem o Peru para atrair o interesse dos mercados emissores?

O Peru é um país desconhecido, com exceção de Macchu Picchu, Nazca e algumas outras opções. Mas do Norte não se conhece nada e ali está o forte inca de Kuelap, por exemplo, que dobra a área de Macchu Picchu. Pretendemos potencializar o turismo no Peru a partir da promoção do Norte e do Sul na Feira.

Têm apoio da Promperu?

Até agora não. Infelizmente as entidades públicas ligadas ao turismo em nossos países não realizam as ações no momento conveniente. Os governos dizem que o turismo é uma política de Estado e que deve ser a primeira fonte de receitas, mas na verdade fazem muito pouco. É o caso da Promperu e do Fundo Misto de Promoção Turística no Equador. Os governos do Peru e do Equador poderiam fazer com que seus destinos sejam conhecidos no mundo inteiro e nós temos trabalhado com todos os presidentes nesse sentido.

No entanto a Promperu fez recentemente um forte investimento em agências de comunicação e de publicidade em seus mercados emissores. Sabia disso?

Não sabia. Esperemos que haja uma resposta nos próximos meses. Acho que essa política deve ser complementada com uma política de apoio à formação do pessoal das agências, operadores e provedores de serviços para o turismo para que o turista aproveite melhor sua estadia. Se isso não acontecer, então tudo fica na promoção internacional porque os turistas transmitem suas más experiências nesses países.

O que é que o senhor pediria ao governo peruano e à direção da Promperu para seu evento?

Eu lhes pediria que sintam que fazem parte do evento. Esta é a primeira feira internacional de turismo no Peru e é a oportunidade. Até agora só houve bolsas e encontros. O setor público deveria apoiar o setor privado e assim, entre todos, poderíamos atingir os objetivos que pretendemos, ou seja, aumentar e diversificar o turismo que chega ao Peru para que aumente o consumo de acordo com os interesses da população.

Quantas empresas e expositores já contrataram espaços para a Feira?

Nosso objetivo são 150 expositores de dez países nesta primeira edição. Acho que pode ser ainda mais porque há muito interesse pelo destino peruano, principalmente pela região Norte.

Quantos visitantes profissionais da Europa viriam?

Estamos trabalhando com 36.000 operadores de todos os continentes. Penso que podemos contar com 150 ou 200 compradores europeus.

Têm apoio econômico para as viagens desses compradores?

Nestes casos estabelecemos 50% aproximadamente para 100 compradores dos diversos mercados que teriam nosso apoio para o transporte aéreo, com viagens de familiarização gratuitas sob a condição de que dediquem dois dias às negociações com os fornecedores peruanos.

A organização cobre também o alojamento?

Exatamente. Os hotéis são os principais parceiros, também no que diz respeito ao transporte interno, quer seja aéreo, terrestre ou fluvial.

A Iberia poderia estar entre os parceiros estratégicos na Europa?

A Iberia, KLM, Air Comet e, de maneira indireta, a American Airlines, Delta, TACA e LAN. Todas essas transportadoras têm lugares disponíveis para o evento, principalmente para seus principais clientes interessados no mercado peruano.

É o mesmo esquema no caso do Equador?

O mesmo. Esse esquema permitiu passar de 50 expositores para 350 num período de cinco anos, e de 1.500 visitantes para 81.000 na última edição.

Há outras feiras importantes aproximadamente na mesma data. Isso não poderia prejudicar sua convocatória?

A primeira será a FIT, de Buenos Aires, de 16 a 18 de novembro. A ABAV, do Brasil, ocorrerá em outubro, e anteriormente a da CATA, na América Central. Depois da FIT acontece a de Gramado, também no Brasil, e depois a de Santiago, no Chile.

Se analisarmos o calendário mundial, veremos que há um evento quase diariamente. A Feira será uma magnífica ocasião para o conhecimento do mercado peruano. Acho que isso é um bom motivo para que os compradores e a mídia especializada estejam de 3 a 6 de novembro no Peru.

Como é que os interessados podem contatar os organizadores?

Através do website http://www.fitperu.org/ os interessados podem obter informação, quer seja para contato através do site ou diretamente nas cidades em que temos representações. No Peru, temos representações em Lima e Trujillo, no Norte, onde ocorrerá o evento. No Equador, em Quito e Guayaquil, que é a cidade que acolherá a feira equatoriana. Também temos representações em Milão, Barcelona e Buenos Aires.

Vão organizar viagens de familiarização para a imprensa?

Vamos organizar duas viagens de familiarização, uma para os compradores e outra para a imprensa especializada.

Mais alguma coisa?

Quero lembrar que o Peru é um destino enorme, variado e desconhecido. As portas estão abertas e esperamos os profissionais do turismo de 3 a 6 de novembro no Peru e de 6 a 9 de setembro em Guayaquil.