Joel Santos, vice-presidente executivo da Coral Hospitality Corp
A Coral, com grande experiência na administração de all-inclusives na República Dominicana, tem agora o setor imobiliário em foco, mais concretamente os condomínios turísticos, a partir do desenvolvimento desse segmento no país.
A Coral pertencia a um grupo financeiro, mas foi vendida. Poderia explicar os motivos?
Efetivamente, a Coral pertencia a um grupo financeiro importante da República Dominicana, mas questões regulatórias fizeram com que o grupo ficasse apenas com os negócios financeiros. Aí um grupo de executivos da divisão turística decidiu comprar a marca Coral para seu relançamento como administradora de condomínios turísticos e não apenas de all-inclusives. Naquela época - janeiro de 2007 - havia já um desenvolvimento do imobiliário na República Dominicana, mas não havia empresas de gestão desses condomínios. Diante dessa realidade, decidimos reorientar o trabalho da empresa nesse sentido.
A Coral Hilton era uma marca posicionada a partir dos acordos com a Hilton Company. Quando a empresa foi vendida para a Oasis, o vice-presidente foi para a Hilton...
Ele continua como vice-presidente de Desenvolvimento da Hilton para as Américas.
Não vão continuar a trabalhar com a Hilton?
Por enquanto estamos numa nova etapa de desenvolvimento da marca Coral. Mantemos excelentes relações com a Hilton, mas não podemos prever o futuro nesse sentido. Tudo pode acontecer.
A Coral vai manter a modalidade de tempo compartilhado?
Vai sim, sob a marca International Vacation Club. Mantemos o tempo compartilhado separado da operação hoteleira porque temos propriedades de terceiros. É um conceito diferente que mantemos separado, ainda que no all-inclusive Costa Caribe, em Juan Dolio, na República Dominicana, tenhamos um produto integrado na operação hoteleira com alto padrão de qualidade e satisfação depois da remodelação realizada ali.
Quais os investimentos da companhia para as novas construções e remodelações?
Uma propriedade como o Costa Caribe requer cerca de US$ 400 mil por ano de manutenção, depois do primeiro investimento importante.
As vilas em construção nesse momento para tempo compartilhado ou aluguer são de proprietários individuais? Vão ser administradas pela Coral?
Nos condomínios não fazemos um investimento direto, mas administramos as propriedades adquiridas por terceiros.
São três etapas: a primeira é a administração do condomínio, por exemplo a manutenção das áreas comuns, os serviços, a cobrança das cotas, etc.
A segunda é garantir a rentabilidade dos investimentos, ou seja, que outras pessoas venham desfrutar de férias nessas unidades que podem ter um, dois ou três quartos.
Já a terceira é a administração de serviços como um pequeno restaurante, um bar, um minimarket, lavanderia e outros serviços elementais...
São os três aspectos a serem levados em consideração na gestão de um condomínio que é diferente de um all inclusive, ainda que alguns pacotes incluam o café-da-manhã, almoço e jantar, excluindo as bebidas, o que constitui uma diferença em relação ao all-inclusive.
Os condomínios da Coral estão à beira-mar e, pelas características que mencionei, permitem uma estadia da família na própria unidade que não é possível num hotel tradicional.
Essa operação é feita através de operadoras ou com escritórios próprios no país?
A comercialização dos condomínios requer estratégias diversas como por exemplo as próprias pessoas que conhecem o serviço e transmitem suas experiências diretamente; os clientes da Coral ligados a outros negócios; e a participação de operadoras, que estão começando a venda desses produtos recentemente porque é algo novo.
Quantas unidades tem a Coral atualmente em operação?
Temos 450 unidades na modalidade all-inclusive. Já em condomínios temos 108 unidades em operação, 82 que vamos incorporar nos próximos meses e mais 36 no final do ano.
Onde?
Temos produtos em funcionamento em Juan Dolio, em Punta Cana e daqui a alguns meses vamos ter o nosso primeiro produto em Samaná.
Os operadores têm comissão pela venda dos produtos?
Os operadores e as agências de viagem.
A Coral vai ter representação na Europa?
Por enquanto não. A Internet e o apoio dos operadores europeus é suficiente agora.
O que significa a América Latina para vocês?
A América Latina é um mercado emergente para a República Dominicana na hotelaria tradicional e nos condomínios. O desenvolvimento mais rápido é o dos mercados do norte e do sul dos Estados Unidos, incluindo Porto Rico. A América Latina é um mercado emergente que deve aumentar no futuro.
E a Rússia?
O mercado russo pode ser importante principalmente na zona de Bávaro, onde já temos um projeto em operação.
A Coral participa das feiras da Rússia?
Temos participado na feira de Moscou, mas devemos reforçar a nossa participação ali porque o mercado imobiliário entre a Rússia e a República Dominicana está aumentando.