John Issa, presidente e proprietário do grupo SuperClubs

23 de Setembro de 2008 2:49pm
godking

Apesar da crise internacional atual, a companhia hoteleira SuperClubs continua aplicando uma política comercial agressiva, opera eficientemente e prossegue seu programa de renovação de estabelecimentos. Com novos projetos em execução no Panamá e Brasil, não deixam de prestar atenção às oportunidades para novos empreendimentos.

Como entrou o senhor no mundo do turismo? Há outros membros da família no negócio? Qual a posição deles no Grupo?

Eu comecei no mundo do turismo em 1961 como diretor de uma empresa familiar que administrava hotéis como o Tower Isle, o Myrtle Bank e o Montego Inn na Jamaica. Em 1972 eu fazia parte da Jamaican Tourism Board e nesse mesmo ano fui nomeado presidente da Associação de Hotéis e Turismo da Jamaica.

Em 1973 comecei a organização do que seria posteriormente o primeiro hotel SuperClubs, o Hedonism II, em Negril, inaugurado em dezembro de 1976, um fato que revolucionou o produto turístico no Caribe e no mundo.

A minha mulher, Ainda Issa, designer de interiores, é sócia da empresa, e minhas filhas Muna Issae e Zein Issa-Nakash são tesoureira e vice-presidente de Marketing, respectivamente.

Como influem no Grupo a recessão nos Estados Unidos e Europa e os altos preços do combustível?

Depois de 47 anos na indústria da hospitalidade acho que já vi de tudo. Nesta ocasião o impacto da crise faz com que os preços baixem enquanto aumentam os custos de operações.

Qual a situação da empresa? Quantos hotéis tem em gestão e em propriedade?

Temos 21 estabelecimentos, incluindo dois que serão inaugurados em 2008, e outros projetos em negociação, mas preferimos anunciá-los depois do início dos trabalhos de construção.

A bandeira do SuperClubs ondeia em seis países e a partir do mês de junho de 2008 em sete. No contexto do Caribe somos uma grande empresa, mas pequena segundo os padrões internacionais. No entanto ocupamos a primeira posição no mundo pela inovação nos estabelecimentos all-inclusive de categoria superior. Os nossos produtos têm sido visitados por altos executivos e arquitetos da maior parte das redes hoteleiras do planeta.

Qual o comportamento dos mercados emissivos?

Posso dizer que apesar da desaceleração econômica nos Estados Unidos e Europa, a gente continua a receber uma boa quantidade de visitantes desses destinos graças a uma política de marketing inovadora. Por outro lado, a solidez do dólar canadense e o crescimento econômico dos países latino-americanos tornam esses mercados muito importantes quanto à emissão de turistas para os nossos hotéis.

O Grupo tem alguma estratégia especial para mercados emergentes como a Rússia e China?

Estamos trabalhando com esses mercados há alguns anos, mas não vou colocar as nossas estratégias nesse sentido nas mãos dos nossos concorrentes.

O que pode dizer da construção do hotel do Panamá e da sua localização?

A inauguração está prevista para meados de 2008. Está localizado numa faixa de praia de areias brancas maravilhosa, a oeste da Cidade do Panamá, a uma hora de viagem. Selecionamos o lugar pela sua proximidade do aeroporto, pela qualidade da praia e pela beleza da topografia.

Há outros projetos de construção ou gestão na América Central?

Como já disse sempre estamos atentos às novas oportunidades de investimento, mas não revelamos os detalhes até depois do início das obras construtivas.

Qual o comportamento do mercado brasileiro? Há novos planos de investimento no Brasil?

Nossa entrada no mercado brasileiro tem sido muito interessante e um desafio. O Brasil é um dos mercados de mais rápido crescimento e um dos maiores países do planeta, daí que pensemos ficar nesse mercado durante muitos anos. Nosso quinto hotel no Brasil será inaugurado no mês de junho, em Búzios.

Hoje existem tendências no turismo que procuram oferecer produtos inovadores com maior qualidade a menor custo. Como funciona isso na política de preços do SuperClubs?

Sempre ficamos atentos às novas tendências e frequentemente foi a nossa empresa que lançou essas tendências. A gente abriu o primeiro all-inclusive cinco estrelas que além de incluir as refeições, bebidas e esportes, acrescentava um serviço personalizado, 24 horas por dia, de serviço de quarto, lavanderia e ofertas de golfe. Todo mundo acha que os hotéis de praia devem ser apenas all-inclusive, mas também deve haver hotéis em meia pensão como os que temos em Ocho Rios e Negril, os dois de praia, da marca Rooms on the Beach.

A empresa vai estabelecer políticas diferenciadas para os mercados europeus como fazem outros grupos hoteleiros?

Sempre tivemos políticas diferenciadas para os nossos produtos dependendo do mercado. Acho que não é necessário fazer mudanças agora nesse sentido.

A marca Breezes continua atraindo os clientes da empresa?

É uma marca em rápida expansão. Incluindo os dois hotéis em construção, temos 11 Breezes em operações.

E quanto aos Hedonism? Há planos de expansão para outros destinos? Quais são seus mercados mais importantes?

Os Hedonism continuam a bom ritmo e sempre vamos ficar atentos às oportunidades para todas as nossas marcas.

As crises têm um impacto negativo, mas também são momentos de reorganização, fusões e novas aquisições. Quais os planos do Grupo nesse sentido?

Em momentos de crise, o Grupo SuperClubs aplica uma política agressiva e opera com eficiência, prosseguindo seu programa de renovação. Caso apareçam oportunidades atrativas, lógico que serão avaliadas.

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