Jorge Loaiza, presidente reeleito da Associação Panamenha de Hotéis (Apatel)

11 de Fevereiro de 2008 8:36pm
godking

O Panamá é um país de grandes potencialidades no turismo centro-americano por sua estabilidade monetária e segurança, mas para ter um maior dinamismo regional, deve aumentar sua capacidade hoteleira e atrair a atenção de uma maior quantidade de companhias aéreas, principalmente européias.

Como é constituída a Apatel e quais os projetos mais importantes?

A Apatel é constituída por 65 hoteleiros e outros membros convidados especiais, e temos como objetivo continuar o trabalho iniciado no ano passado a respeito da capacitação hoteleira porque há muita demanda de profissionais, especialmente com conhecimentos de inglês. Nesse sentido, foi assinada uma parceria entre uma agência francesa, o Instituto Panamenho de Turismo (Ipat) e o Instituto Nacional de Desenvolvimento. Eles entram no projeto com os professores, programas e fundos, e a gente se encarrega das condições para o curso. O projeto prevê a Formação de Formadores, com o Grupo Freeman, com muita experiência no tema. A idéia é deixar aqui os formadores para o treinamento do pessoal local.

Como avalia a situação da hotelaria panamenha atualmente?

O país é muito atrativo. É possível apreciar isso através da quantidade de novas construções, de bancos novos, da estabilidade monetária e do uso do dólar. Aqui não temos desvalorizações, a inflação é mínima, a cidade é limpa e é uma das mais seguras da região. Esses são nossos pontos altos, mas a capacidade hoteleira não é suficiente. Faltam de 3 mil a 5 mil apartamentos. Os hoteleiros locais como Marriot, Intercontinental e o Bristol estão ampliando suas capacidade, mas só poderemos suprir o déficit daqui a dois anos.

Quais as zonas de construção desses novos hotéis?

As zonas de sol e praia são a maior atração, além do ecoturismo e o turismo cultural. O Canal também continua sendo uma das maiores atrações. Nas montanhas também precisamos de hotéis. Os europeus gostam muito de Volcán, Boquete e Altos de Maria, um ambiente de montanha sem as temperaturas de seus países.

É fácil investir no Panamá ou há muita burocracia e restrições?

É fácil e a legislação oferece bastantes incentivos. Eu sou membro da comissão que avalia os investimentos no Ipat e conheço bem esse tema. Quero apontar que sempre avaliamos muito o aspecto do impacto ambiental.

Quais os maiores mercados emissivos para o Panamá?

Os Estados Unidos e Canadá, mas aumentou muito a chegada de centro-americanos e sul-americanos. A chegada de europeus poderia aumentar muito com novas rotas. Os europeus gostam muito do Panamá pela variedade de restaurantes, pelo clima e pelas distâncias entre os lugares que não são muito longas, mas apenas a Ibéria voa da Europa. Em maio devem começar as operações da KLM, mas com certeza devemos aumentar a conectividade com a Europa. Estamos recebendo charters da Itália e da Finlândia. O Panamá demonstrou que é um bom destino e isso vai fazer com que mude a estratégia das companhias aéreas européias no próximo ano.

São atrativos os pacotes panamenhos?

Muito atrativos. Temos preços que concorrem com os da América Central e Caribe. A nossa maior dificuldade é a falta de conexões aéreas e de capacidade hoteleira.

O que é que acha dos projetos de cooperação com outros países da América Central e dos programas de "multidestino" impulsionados pela Agência de Promoção Centro-americana (Cata)?

Quando os europeus viajam para a região gostam de conhecer mais de um país, como a gente quando viaja para a Europa. O programa está funcionando, os governos cooperam, aumentam os mercados e há resultados, mas leva tempo. Já há pacotes conjuntos para a América Central.

O senhor, além de presidente da Apatel, é um executivo do Grupo Decameron. Poderia falar um pouco da Companhia?

Temos o Decameron Panamá e o Grupo Internacional. No Panamá temos principalmente os hotéis de praia. Temos presença em Farallon, na costa do Pacífico, a uma hora e dez minutos da capital. Temos o Radison Decápolis na cidade e procuramos locais para investimentos futuros. Fomos pioneiros no all inclusive e mantemos uma ocupação superior a 90%. A rede está também em El Salvador, Jamaica, San Andrés, na Colômbia, e vamos abrir estabelecimentos no Peru, Equador e Chile. Temos ainda um hotel em Marrocos e em breve teremos três na Líbia.

O que é que acha da participação panamenha na Fitur?

A Fitur é a feira com maior participação panamenha. A Espanha é um grande mercado emissivo e o único destino europeu com vôos diretos para o país. É ali que temos que ir procurar os turistas.

Qual a sua avaliação do trabalho de promoção do Ipat?

Estamos satisfeitos. Pela primeira vez é aprovado um orçamento de 39 milhões para cinco anos. Não podemos perder dinamismo porque a concorrência é muito forte.

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