Juan Antonio Bendeck, presidente da Câmara de Turismo de Honduras (CANATURH)
Primeira fonte de emprego e terceiro ramo da economia na geração de divisas, o turismo foi muito afetado em Honduras depois da crise política que começou em junho de 2009, mas as autoridades procuram reverter a situação a partir de 2010 com novas estratégias. Entre elas, a abertura de novos mercados, o estímulo ao segmento ecológico e cultural através de ofertas como a Rota Lenca, novas parcerias com operadoras e megaprojetos como o da Bahía de Tela.
Honduras teve uma situação política difícil nos últimos tempos. O senhor poderia explicar sua influência no turismo?
Sem dúvidas o que aconteceu em Honduras no final de junho de 2009 teve uma forte repercussão nos fluxos turísticos que diminuíram muito, inclusive a partir de cancelamentos de contratos turísticos internacionais.
Mas o impacto negativo no turismo passou a ser uma experiência positiva visto que os hotéis, com uma ocupação muito baixa, tiveram que procurar soluções. Os mercados interno e o centro-americano foram incentivados e, a partir de ofertas especiais, os hotéis estavam lotados no mês de agosto.
O turismo é a terceira atividade econômica quanto à geração de divisas e a primeira na geração de empregos. Mais de 170.000 pessoas dependem diretamente do turismo e 500.000 de maneira indireta. O turismo é muito generoso para a gente, rendendo benefícios para todas as partes: as companhias aéreas, os produtores de leite ou verduras, o garçom e o taxista... então, a partir da baixa nas receitas, todo mundo começou a reagir e agora já estamos na etapa de recuperação.
Qual a política do governo de Porfirio Lobo em relação ao turismo?
Em Honduras todos sabem da importância do turismo para o país e os políticos sabem que o apoio ao turismo é um tema prioritário porque pode gerar fundos para o financiamento de outras atividades.
Qual o mercado emissivo mais importante para Honduras?
Os Estados Unidos e Canadá, mas como os demais países da América Central, vemos um grande potencial na Europa, principalmente na Inglaterra, Espanha, França, Alemanha e Itália, e vamos promover o país nesses mercados.
O turista europeu encontra sempre uma tarifa adequada na nossa região apesar do preço das passagens aéreas e suas estadias são mais prolongadas (7-10 dias) se comparadas com as dos norte-americanos (3-4 dias).
Qual o principal produto turístico em Honduras atualmente?
Temos dois produtos principais: o mergulho na ilha de Roatan, no Caribe, e o turismo arqueológico nas ruínas de Copan. Estamos incentivando os investimentos em produtos ecológicos como na nova rota de Lenca, ligada ao turismo histórico, que mostra prédios coloniais de grande valor. Também estamos estimulando o turismo cultural e o turismo de praia aumentou muito nos últimos anos.
Como avalia a situação do setor imobiliário?
O turismo imobiliário concentra-se na zona de Roatan, com muito sucesso dos primeiros investimentos.
Qual a origem dos investimentos turísticos?
São investimentos principalmente nacionais, mas nas Ilhas da Baía, no Caribe, são principalmente internacionais, em hotéis e centros de entretenimento.
O maior empreendimento que se desenvolve hoje em Honduras é nacional, na baía de Tela, cujo projeto prevê quatro hotéis de cinco estrelas e campos de golfe. Muitas empresas querem participar.
Quais as companhias aéreas que chegam a Honduras atualmente?
A principal é a TACA, mas também a American, Delta, Continental e Copa, e muitos charters do Canadá e da Itália.
O que esperam para 2010?
As perspectivas para 2010 são muito boas, com um crescimento inusual. Temos muitos atrativos naturais como montanhas, reservas naturais, quedas d'água, praias, ilhas, sítios arqueológicos e coloniais, e a população hondurenha, na qual estamos criando consciência da importância do turista. Ao mesmo tempo queremos trazer especialistas na gestão hoteleira e no segmento de convenções para a preparação da nossa gente.