Luis Callejón, diretor-geral do Palácio dos Congressos e Exposições de Torremolinos e presidente do Comitê Organizador da Eurocotal

01 de Junho de 2007 9:00am
godking

Hoteleiro de longa data, iniciador do desenvolvimento do turismo em Cuba, Callejón é hoje anfitrião e organizador da feira Eurocotal e um dos maiores conhecedores do mercado chinês, sobre o qual presta serviços de assessoria e comunicação.

Quando viajou o senhor a Cuba pela primeira vez?

Em 1978, exatamente antes da inauguração do Palácio das Convenções. Logo que cheguei percebi as possibilidades do país como destino turístico, e depois disso voltei muitas vezes como profissional.

Quem era o ministro do Turismo naquela época?

Não havia ministro do Turismo. Comecei a trabalhar diretamente com duas pessoas muito importantes: Abraham Masiques e Osmany Cienfuegos, este último com uma visão excepcional do que poderia significar o turismo em Cuba.

Foi então que começou o desenvolvimento de empresas hoteleiras em Cuba?

Exatamente. Viajei para Cuba convencido das possibilidades de desenvolvimento e abri minha própria empresa: a Hoteles C. Poderia ter escolhido um destino fácil como Varadero, mas escolhi a praia de Santa Lucia, em Camagüey, e o hotel Cuatro Vientos. Acho que foi o primeiro estabelecimento dessa dimensão concebido e construído por técnicos e arquitetos locais. Não foi uma cópia de projetos de outros lugares. O hotel desenvolveu-se com um grupo importante de turismo italiano e o primeiro grupo de visitantes viajou no avião de Mickey Rauda, que pilotou seu próprio avião de passageiros. Aí os italianos começaram a chegar e esse foi o quartel general deles em Camagüey.

Eu me lembro que quando começamos a promoção de Santa Lucía, ninguém sabia o que era. Alguns sabiam que havia uma ilha no Caribe com esse nome. Depois disso deram-me outra oportunidade no hotel Arenas Doradas e finalmente o hotel Presidente.

Depois da venda da sua participação em Hoteles C, agora trabalha na assessoria e comunicação acerca do mercado chinês. Quais as possibilidades desse país como destino e como mercado emissor?

Eu penso que em 2010, que é para já, a China vai ser o primeiro país do setor turístico no mundo, deixando para trás a França, Espanha e os Estados Unidos. Mas o mais importante é que vai ser o primeiro país emissor do mundo. E a experiência que tenho a partir da chegada de grupos de chineses a Andaluzia é que são os clientes de maior poder aquisitivo, superando inclusive os clientes de golfe.

Como é que se pode penetrar o mercado chinês do ponto de vista receptivo?

Com muita paciência. E nisso os chineses são mestres. É preciso que eles percebam seriedade e capacidade. Só depois disso é que se pode dizer que o negócio está garantido.

O que é que recomendaria àqueles que querem atrair o turismo chinês, Cuba ou Jamaica, por exemplo?

É necessário ter assinado o ADS (Status de Destino Autorizado, em inglês), que é um acordo entre governos. Os chineses não podem viajar para todos os países nem todos os países podem recebê-los. Primeiramente é preciso assinar o ADS. Talvez daqui a dois meses já não seja necessário...

Há quatro meses o governo chinês aprovou a instauração da propriedade privada na China, com as mesmas garantias que tem a propriedade na Espanha, França ou Itália. A China está dando passos de gigante.

Sua empresa está aberta a todos aqueles que queiram entrar naquele mercado?

Exatamente. Temos escritórios em Beijing e em outra cidade.

Como é que os nossos leitores podem contatar o senhor para a obtenção de informações acerca do mercado chinês?

Há uma empresa, a AVANCCIA, com escritórios em Beijing e em Torremolinos, na Espanha, com todas as dicas para que os interessados possam entrar na China sem perda de tempo.

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