Maruja Acevedo, Subdiretora do Instituto Guatemalteco de Turismo

10 de Novembro de 2014 6:11pm
claudia
Maruja Acevedo, Subdiretora do Instituto Guatemalteco de Turismo

Falemos do incremento de turistas que têm tido neste ano, sobretudo europeus porque o mercado americano o tem mais consolidado.

-Estamos muito contentes. Vemos que a tendência do turismo para a Guatemala vai crescendo e agora nos concentramos no mercado inglês, que tem um crescimento sustentado, e por isso temos tido nesta feira aproximações com tour-operadores que estão a impulsionar a Guatemala neste mercado.

Tem tido um crescimento sustentado nestes últimos anos para América Central e concretamente Guatemala. Interessa-nos muitíssimo continuar crescendo no mercado europeu, onde os países importantes são Alemanha, Espanha, Itália e França. Vemos outros mercados que também vão crescendo, se vai incrementando também o turismo como é Holanda e Rússia. De modo que estamos a trabalhar fortemente junto com o setor privado para seguir promovendo Guatemala no mercado europeu.

Estão a procurar novas alternativas para a conectividade?

Isso é muito importante, porque se não crescemos em conectividade estamos limitados na disponibilidade de praças. Hoje por hoje, a conectividade é através dos Estados Unidos com todas as linhas americanas que voam a Europa e a Guatemala e o voo de Iberia, mas estamos a procurar alternativas para poder ampliar a conectividade e com isto incrementar o fluxo de turistas.

Achas que Iberia poderá incrementar frequências?

Temos uma reunião proposta com eles e esperamos que isto possa se fazer, já que nos comentam que os voos vão bastante cheios, isso se traduz em tarifas mais altas pela alta demanda que há, de modo que esperaríamos encontrar a possibilidade de incrementar frequências e por suposto procurar outras alternativas como por exemplo via Cancun que é uma das opções que estamos a ver. Acho que para o próximo verão teremos algo nessa linha.

Quanto à promoção de mercado, Europa é importante, América igualmente, mas vocês vão se concentrar também em América do Sul e o turismo inter-regional de América Central?

-Sim, definitivamente. O esforço que estamos a fazer em conjunto como multidestino para Europa há que o fortalecer e o consolidar, mas vemos também que em nível regional somos quase 50 milhões de centro-americanos que em muitos casos não conhecemos nossa própria região, de modo que se estão a facilitar pacotes e programas turísticos para que os centro-americanos viajemos dentro da região, e por suposto vemos também outras economias importantes no cone Sul como Brasil, Argentina, Chile e Colômbia que têm crescido também muito.

De modo que queremos consolidar-nos em Europa e por suposto em médio prazo também entrar a América do Sul com uma estratégia de multidestino. Vemos que a conectividade para a região tem melhorado muito, está Avianca e Copa, o que ajuda-nos a por dirigir, neste momento, à região e encaminhar também esse turismo para América Central.

Que vão promover vocês neste ano na Guatemala, tem algum pacote centralizado, algum projeto novo?

-Vimos impulsionando muito o turismo especializado, além disso, temos programas especiais de aventura, ecoturismo e cultura. Neste mercado, por exemplo, na Alemanha, para escolas de espanhol, que na Guatemala se trabalha bastante este tema, há ao redor de cem escolas que têm programas de espanhol e acordos com universidades internacionais.

Esse é um tema interessante, em alguns casos está relacionado com o voluntariado que também se pode levar a cabo na Guatemala e tem um impacto social positivo, estamos a trabalhar nessa linha, mas sempre posicionando Guatemala como Coração do Mundo Maia e com essa diversidade natural que temos.

É o que realmente diferencia a Guatemala dos países vizinhos?

Temos uns dos principais lugares arqueológicos da civilização maia, mas também a cultura Maia acima, isto é mais de 50% de nossa população vem da descendência maia, é uma riqueza e uma diversidade porque também está a cultura contemporânea além da colonial, é uma mistura de culturas e achamos que isso é interessante para Europa, adicional às belezas naturais de vulcões, lagos, rios.

Isso complementa muito bem a oferta de países pequenos territorialmente, o qual permite deslocar de um lugar a outro com certa facilidade e numa sozinha viagem fazer um multidestino.

Um projeto que estão a começar, que a vista de futuro pode ser um grande desenvolvimento é “Guatemágica”

-Sim, é uma região que definitivamente tem um grande potencial porque aí se desenvolveram os parques temáticos de IRTRA  onde há parques, atrações de água, se estão a construir novos parques de natureza, e isto tem permitido que se converta num polo turístico que recebe já a mais de um milhão de pessoas nesta região.

Aí encontra-se também Takalik Abaj que é um lugar arqueológico da civilização maia. Também há lugares para o ecoturismo, manguezais, há muita diversidade nesta região e é um polo turístico de muito atrativo para o mercado de América Central e para o sul do México, pois quem moram na fronteira com o México lhes é bem mais fácil ir a Guatemala que inclusive ir o próprio D.F.

Aqui está a gerar-se já um movimento turístico importante e aqui se vai dando a oportunidade de ir gerando outros produtos como o agro-turismo que está muito presente nesta região, e combina também a visita com o altiplano da Guatemala, se pode ligar para a região de Quetzaltenango ou do lago de Atiplán.

De modo que estamos a lhe apostar muito a esta zona pois achamos que pode-se converter num polo turístico importante a nível mais amplo de América Central e há mais de mil habitações de muito bom nível. Tenham-vos muitas expectativas para que isto se vá consolidando.

Tikal é o centro turístico da Guatemala com uma importância histórica impressionante. Pode-se considerar um multidestino regional a partir de Tikal? Pode chegar-se a Guatemala, ao dia seguinte subir a Tikal e depois combinar com as praias de Honduras que tem voos?

-Definitivamente, ou com Cancún. Nós cremos no multidestino regional e participamos em vários projetos regionais, um deles é América Central onde a cada país tem produtos turísticos complementares e podemos ser uma região muito atraente, já que é pequena e para uma pessoa que se desloca desde um mercado de longa distância, é muito factível se mover dentro de América Central pelo tamanho da região, aparte da conectividade que há.

Participamos em outro projeto regional, o Mundo Maia, onde estão os cinco estados do sul do México que têm a cultura maia, bem como Belize, Salvador, Honduras e Guatemala, e temos projetos para promover esta Rota Maia, pois achamos que às pessoas lhes interessa conhecer isso, uma rota de uma riqueza incrível que combina com os fatores que a cada país oferece.

Outro projeto que estamos a começar a trabalhar se chama Praia Maia, que o analisamos com República Dominicana para ligar todo o turismo europeu para República Dominicana pelo tema praia, e o combinar para Guatemala com a civilização maia, o qual combinaria perfeitamente a cultura maia com a praia, que também sabemos é de muito interesse para o mercado europeu terminar a visita com uma praia.

O turismo de cruzeiros é um tema de investimento agora mesmo para Guatemala?

-É um turismo importante, Guatemala tem dois oceanos, o Pacífico e o Atlântico. Temos terminais de cruzeiros nos dois. Neste ano tivemos 75 cruzeiros, e o vemos muito positivamente porque é um turista que chega num dia ao país e é uma oportunidade de promover, pode se dar conta de todo o que Guatemala oferece e que isto nos ajude a gerar mais turismo de uma estadia maior.

Isso como um Mega Fam, poderíamos dizer, onde as pessoas chegam ao país, entram em contato com a cultura, a natureza e compreendem que há muitíssimo mais que ver e precisam voltar. O vemos nessa dimensão, e também tem um impacto positivo, pois o turista de cruzeiros tem uma despesa média de cem dólares diários no país e como é em massa injeta uma boa quantidade de divisas à economia e contribui à geração de emprego e de melhor qualidade de vida para as pessoas que atendem este serviço.

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