Miguel Franco, gerente geral do Hotel Riande Continental, do Panamá

22 de Janeiro de 2007 10:20pm
godking

O Panamá é hoje um país privilegiado como destino de compras, de lazer, para o turismo de jogo e para os que procuram sossego e locais acolhedores, e o novo projeto de ampliação do Canal contribuirá para o fortalecimento desses atrativos. É isso que pensa o Sr. Franco, que conhece muito bem as potencialidades "do seu Panamá".

Qual a presença da rede hoteleira Riande no Panamá e no estrangeiro?

Idelfonso Riande foi a pessoa que viu o potencial turístico do Panamá. Seu primeiro hotel ia ser um edifício residencial, mas mudou os planos antes da construção e ergueu o hotel Granada, adquirindo posteriormente o hotel Continental, um prédio muito conhecido na cidade porque obtivera o prêmio ao Prédio do Ano do ponto de vista arquitetônico.

O Continental foi renovado, passando de 200 apartamentos para 363. Construímos a torre central, compramos a do City Bank e unimos as duas ao construirmos uma terceira, a central. Hoje temos um andar executivo com 30 apartamentos, com mordomo e serviços especializados, e três suítes, uma delas presidencial. Temos 16 salas de banquetes e um parking de cinco andares. No mês de dezembro ocorreram eventos nas 16 salas. Trata-se de um segmento muito procurado pelo serviço personalizado e pela gastronomia, que, sem ser muito sofisticada, combina a cozinha panamenha e a internacional.

Temos outro hotel que eu chamo de "único", situado a dois minutos do aeroporto e sem concorrência, muito utilizado para eventos profissionais das companhias aéreas e das fábricas instaladas perto do aeroporto. É o Riande Aeropuerto Hotels & Resort.

Qual a ocupação da rede neste momento?

Nosso índice de ocupação atual é de 65%, que é alto para a temporada. No que diz respeito ao market share, ocupamos o primeiro lugar, porque ao ter 363 apartamentos, se 280 estão ocupados, meu índice de market share é superior ao de uma unidade com 180 apartamentos que tenha 100% de ocupação. Temos o hotel com maior número de apartamentos, daí que o dado mais importante seja o market share.

Neste momento ocupamos o segundo lugar quanto ao market share, ou seja, temos uma posição muito favorável, levando em consideração que na concorrência participam redes internacionais.

Que tipo de turismo recebem?

O Panamá significa hoje o local ideal para férias, para o sossego, para compras - porque não há país com preços tão baratos quanto os do Panamá, em shoppings espetaculares semelhantes aos das principais cidades do mundo.

Eu me pergunto o que está acontecendo no Panamá porque vejo, por exemplo, muitos turistas europeus que antes não via. Há um grande crescimento, principalmente a partir do mês de agosto.

Eu pergunto aos hóspedes e muitos me dizem que é a segunda vez que vêm e uma percentagem alta quer investir numa propriedade no Panamá. Por outro lado, além do destino de investimentos e de compras, o Panamá é o país que respondeu afirmativamente à ampliação do Canal e isso vai atrair muitas pessoas.

Acha que isso pode estar ligado ao referendo em favor da ampliação do Canal?

Isso está ligado a muitas coisas. Uma delas é a publicidade do segmento de bens imóveis no estrangeiro.

Um hóspede francês que falava comigo há alguns dias comentava que há oito meses muitas pessoas não conheciam a localização do Panamá, mas que isso mudou e agora as pessoas falam maravilhas deste país.

Ouvem-se muitas línguas nos restaurantes e nas lojas. Os turistas fazem muitas compras porque ficam impressionados com os preços. Esse é o Panamá de hoje.

O que é que nos pode dizer acerca das receitas de 2006 e das previsões para 2007 da rede Riande?

Sou otimista, mas também realista, e vejo perspectivas muito favoráveis. Não apenas para a nossa rede, mas para o trade turístico em geral: para os restaurantes, a hotelaria e o transporte. Primeiramente pelas coisas que mencionei e depois pela ampliação do Canal.

Há muitas potências mundiais como os Estados Unidos, Canadá, Japão, França e Alemanha que estão interessadas na licitação para as obras de ampliação do Canal. Virá uma grande quantidade de técnicos, ainda que o governo esteja investindo na formação profissional e tecnológica dos panamenhos para a participação deles nas obras.

Do meu ponto de vista, acho que não vai ser suficiente nossa infra-estrutura para receber todas as pessoas que virão; da mesma maneira que aconteceu durante a construção do Canal, um projeto iniciado pelos franceses e que terminaram os norte-americanos.

Quais as projeções internacionais da Riande para 2007?

Já renovamos os apartamentos, as salas de eventos e os restaurantes, e em janeiro vamos realizar trabalhos de renovação na piscina, porque estamos prevendo um grande volume de ocupação em 2007. Já o mês de dezembro, geralmente de baixa ocupação, terminou com índices bastante aceitáveis, que fazem pensar no que acontecerá a partir de janeiro.

Alguma mensagem especial para os profissionais do turismo?

Minha mensagem é que venham ao Panamá, ao "centro do mundo, ao coração do universo", frase muito conhecida de um poeta panamenho, que venham conhecer este país belo e hospitaleiro e, sobretudo, dizer-lhes que o Panamá é seu lar fora de casa.

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