Nelly Karina Jeréz, ministra do Turismo de Honduras
Como outros países da América Central com os quais tem aumentado sua colaboração em temas turísticos nos últimos anos, Honduras é um destino com grande variedade de ofertas para o visitante. Esta condição está ajudando a captar a atenção dos chamados mercados emergentes, como é o caso da Rússia, da qual cada dia recebe mais viajantes. Sobre a estratégia promocional que este país está promovendo visando esses e outros mercados, e seu crescimento em infra-estrutura, falamos com a ministra do Turismo.
Gostaríamos de saber as características do turismo russo que está chegando a Honduras...
Já tem começado a chegar, a conhecer todos estes destinos hondurenhos onde não faz frio, onde é verão quase 365 dias do ano, onde temos muita variedade na oferta turística: sol e praia, aventura, natureza, tradição, folclore, história, turismo colonial.
Cada uma das nações da América Central tem uma variedade específica de produtos por promover e vender, neste caso no mercado russo. Nós participamos na grande feira centro-americana, realizada na Guatemala, e ali encontramos um enorme interesse do mercado russo na América Central, especialmente em Honduras, que tem uma característica particular: tem todos os produtos turísticos que oferecem os outros países centro-americanos.
Participam vocês das grandes feiras turísticas da Rússia, como a MITT e a Leisure?
Participamos, sim. Nós temos interesse em participar das próximas edições desses eventos para podermos entrar no mercado russo, que tem um grande potencial.
Vão continuar a mesma política de cruzeiros do governo que os antecedeu, além de continuar com a aplicação das políticas de defesa ecológica que estão sendo propostas?
Nós seguimos trabalhando com tudo o que tem a ver com turismo sustentável. O tema dos cruzeiros ainda é vital para nós e, de fato, continuamos sendo o melhor destino de cruzeiros da América Central. Um dos nossos portos ganhou a distinção de melhor porto de cruzeiros da América no ano de 2010, o que abre as portas para muitos mais navios. Incluso Roatan, além de ser o local mais importante para os cruzeiros, é uma das ilhas mais belas da América, com o maior recife coralino do continente e o segundo do mundo.
Quantos turistas de cruzeiros estão recebendo neste momento?
Esperamos ter fechado o ano passado com 2 milhões de visitantes, dos quais mais de 800 mil são passageiros de cruzeiros.
A maioria destes passageiros vem dos Estados Unidos?
Vêm, sim. Temos viagens da Carnival Cruise Lines, da Royal Caribbean e os relacionados com essas companhias, que são os que mais chegam à nossa área, fundamentalmente da América do Norte, tanto do Canadá como dos Estados Unidos. No caso deste último país, fundamentalmente da Flórida. Europeus não vêm muitos; basicamente norte-americanos interessados em conhecer esta zona do Caribe.
E do resto do continente americano?
Os que mais nos visitam são colombianos, nicaraguenses e peruanos.
Além das ofertas de Roatan como ilha, estão desenvolvendo infra-estruturas em outras partes do país para acolher maior quantidade de turistas?
É claro, porque em terra firme estamos fazendo desenvolvimentos importantes, como o que acontece na localidade como Baía de Tela, onde estamos construindo hotéis de cinco estrelas, um campo de golfe de 18 buracos. O interessante é que esta área de Baía de Tela não oferece somente sol e praia, mas também turismo de aventura e turismo científico. O maior parque botânico do país está precisamente nessa zona. E o desenvolvimento de infraestrutura que estamos fazendo não inclui só os hotéis, mas também as ruas.
Vocês têm pensado na abertura de escritórios de turismo na Europa, por exemplo, na Rússia, na Espanha ou em qualquer outro destino que seja considerado importante, como parte desse trabalho de promoção turística?
Na Europa nós funcionamos através da CATA em matéria de promoção turística, mas vemos a necessidade de promoção em outros países e não somente na Europa. Estou me referindo concretamente à Rússia, à China e à Índia, por exemplo. Do próprio Israel testamos observando um movimento turístico de massas. A mesma coisa acontece com o Brasil, e esses são lugares nos quais devemos começar a fazer uma sondagem das nossas possibilidades.
Tudo depende dos orçamentos, porque tendo os recursos necessários podemos trabalhar na procura de operadores amigos nesses lugares, com quem possamos manter um contato permanente, ou como o senhor disse, abrir escritórios para que eles colaborem conosco nesse trabalho.
Neste momento, no entanto, estamos trabalhando muito com os embaixadores ou os comissionados para poder atrair todo esse mercado.