O regresso dos emigrantes: um dilema para os países emissores

01 de Julho de 2006 12:00am
godking

Importantes fluxos de emigrantes estão ocorrendo nos países centro-americanos e do Caribe insular para destinos diversos. Ultimamente, é motivo de grande preocupação o aumento de profissionais e técnicos que emigram: o brain drain. Assim, há propostas de políticas de retorno de modo que os países de origem não percam os profissionais que com tanto esforço formaram.

A decisão de abandonar o país de origem é motivada na maioria dos casos pela vontade de progresso pessoal e familiar, daí que a decisão de morar no estrangeiro seja vista como transitória.

A política de retorno está ligada à "valorização do emigrante como recurso humano necessário para o país de origem e à sua recuperação através de alguma modalidade". A política varia de acordo com a natureza dos emigrantes, quer sejam trabalhadores, refugiados, deslocados ou profissionais. [...]

Estas políticas podem procurar simplesmente o regresso dos emigrados ou o estabelecimento de programas através dos quais essas pessoas possam contribuir de alguma maneira para a sociedade de origem.

[...]

Os países europeus aplicaram importantes programas de retorno para recuperarem uma boa parte dos emigrados que se encontrava na América Latina. Foi um contexto favorável para os que voltavam, pois os países da Europa haviam entrado numa fase de desenvolvimento superior à dos países latino-americanos em que moravam até esse momento. [...]

Outro exemplo de repatriação em massa ocorreu na América Central, onde os conflitos bélicos dos anos 70 fizeram com que muitas pessoas se deslocassem. Depois dos acordos de paz, foram alvo das campanhas de retorno, mas esse processo não foi tão bem-sucedido quanto o europeu porque em seus países não encontravam as mesmas condições existentes na Europa. Isso explica um segundo fluxo migratório, mas agora com destino à Europa e aos Estados Unidos.

Esses exemplos mostram que para que um programa de retorno tenha resultados estáveis é preciso que os emigrados encontrem em seus países de origem melhores condições das existentes quando foram embora.

Eis o dilema dos países emissores: como recuperar seus talentos sem antes mudar a realidade socioeconômica.

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