Os EUA na mira dos grupos hoteleiros espanhóis

25 de Janeiro de 2008 2:27am
godking

As grandes redes hoteleiras espanholas, lideradas por Barceló, Vincci e Losan, querem aproveitar a queda dos valores no mercado imobiliário e a desvalorização do dólar em relação ao euro para acelerar seu crescimento nos Estados Unidos.

Os EUA são o terceiro destino mundial na chegada de turistas atrás da França e Espanha, com 51,1 milhões de visitantes em 2006, de acordo com a OMT, sendo 0,8% espanhóis, ou seja, 10% a mais que em anos anteriores. As redes espanholas querem tirar proveito desse fluxo de turistas e estudam diversas operações para a compra de ativos nos Estados Unidos.

Atualmente, os grupos espanhóis possuem mais de 16.000 apartamentos nos EUA, concentrados principalmente em Nova York, Miami, Orlando e Washington. Agora, as redes Barceló, Vincci, Losan e Único pretendem multiplicar essa presença.

A Barceló lidera a lista com 51 estabelecimentos naquele país, próprios ou em gestão pela sua filial americana Crestline Hotels & Resorts, adquirida em 2002. São hotéis independentes ou comercializados sob acordos de franchising com as marcas Hilton, Intercontinental, Marriott, Sheraton ou Westin e aspira a ter 100 estabelecimentos a médio prazo. A empresa pagou US$ 300 milhões (208 milhões de euros) no início de 2007 por quatro estabelecimentos de luxo em Washington, Baltimore, Chicago e Providence, e agora procura novos ativos.

A Vincci, propriedade da família Calero, é a segunda rede hoteleira made in Spain nos EUA, com hotéis em Nova York, Palo Alto (Califórnia) e Miami, cidade na qual a empresa acaba de inaugurar um estabelecimento de 5 estrelas com 80 apartamentos em South Beach.

Já a Losan, controlada por César Losada e diversas caixas de poupança, possui dois hotéis em Nova York e Washington. A participação da Losan no Dylan, no centro de Manhattan, é de 75%, correspondendo 25% à rede catalana Hotusa, que tem mais um estabelecimento em Manhattan, o Eurostars Exchange. O hotel da Losan em Washington, adquirido no início de dezembro no valor de 110 milhões de euros, é administrado pela Marriott. A Losan estuda algumas operações de compra em Miami e Boston.

Na Flórida estão os estabelecimentos de companhias com um único hotel nos EUA, como a Riu e Roig Grupo Corporativo, sociedade controlada pelo ex-presidente de Valença, C.F. Francisco Roig. A Riu dispõe de um estabelecimento de 284 apartamentos em Florida Beach. Quanto à empresa de Roig, realiza as obras de renovação de um hotel em Orlando, com 1.103 apartamentos, comprado à Sheraton. O investimento previsto do empresário e seus sócios (o banco de investimentos Bear Stearns, o fundo Urban American e a consultora BVHG) é de US$ 125 milhões. Também a NH tem um único hotel em Nova York, propriedade da sua filial Jolly.

A presença espanhola nos Estados Unidos será maior a curto prazo após a entrada de novas redes como Único, do construtor Félix Abánades (Rayet) e Pau Guardans, para a operação de hotéis de luxo. A empresa avalia locais em Miami e Nova York, após o anúncio de que seus primeiros estabelecimentos serão abertos em Dubai e Buenos Aires.

O grupo catalão Sehrs, sob o comando de Ramón Bagó, também quer entrar nos Estados Unidos, com um sócio local. Seu objetivo são 50 hotéis no país, para depois criar uma rede de agências de viagens.

No extremo oposto, a Sol Meliá vendeu o único hotel que tinha nos Estados Unidos, o Paramount de Nova York, ainda que não descarte a idéia de voltar ao país proximamente.

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