Patricia Hernández Ruiz, Presidenta de Honra da Associação Latino-americana de Spa, “ainda que contamos com essas maravilhosas águas não as sabemos aproveitar”
A propósito de Termatalia 2014, conversamos com a doutora Patricia Hernández Ruiz, Presidenta de Honra da Associação Latino-americana de Spa, uma instituição sem fins de lucro que se dedica à capacitação e profissionalização do médio. Ademais, a doutora é Comendadora da Ordem do Caminho de Santiago.
No diálogo compartilhou seus critérios sobre os vínculos entre as termas, spa e o turismo.
Está em Termatalia 2014 e num stande do México, qual e por que?
- Venho no stande da Associação Latino-americana de Spa, da qual fui Presidenta até faz um ano, agora sou Presidenta Honoraria e sócia fundadora. Esta é uma Associação Latino-americana que agrupa aos principais spa do México todo e a região latina. Nestes momentos o presidente é o licenciado Toni Androne, romeno nacionalizado mexicano quem, desde os inícios, tem sido nosso delegado do estado de Morelos e atualmente é o Presidente primeiro.
Quais são as funções que realiza esta Associação?
- Nossa principal função é a capacitação ao médio spa. Somos uma associação civil que se dedica a fomentar a educação para a indústria spa. Criamos congressos como o Latino-americano Spa e o ExpoSpa, onde se apresentam as principais marcas em nível continental, já seja maquinaria eletro estética como de cosmética para a indústria spa.
Em Termatalia pretendem fazer-se duas separações, a termal e a de spa, que opina disto?
- É uma separação que se pode dar, mas não deveria ser. O termalismo tem muito de lúdico, muito de espairecimento e não só terapêutico e se o separamos isso pode segmentar o mercado e não convém em nível de negócio. Temos que ver que o spa com as termas e estas a sua vez com elementos lúdicos e de descanso não só com medicina, ou hidrologia médica.
A fonte de negócio em nível mundial é a estética e o espairecimento. O ideal seria que se conjuntaram e não se separar, que a cada quem saiba que há ramos diferentes e se podem fazer coisas diferentes.
O Presidente da Associação de Termas na Espanha dizia que as instalações deste tipo ali queriam abarcar muito e converter seus termas em Spa e eles consideram que é um erro, o que devem fazer é se converter em estabelecimentos terapêuticos e lúdicos: terapêuticos com águas termais, sem que possa surgir nenhum tipo de degeneração ao se utilizar com produtos químicos que têm ido aparecendo, que lhe parece esta ideia?
- Minha opinião é que o mercado é diferente. O mercado mexicano não tem uma indústria de termas desenvolvidas muito menos para o área de reabilitação como o há na Espanha ou na França. No México não existe isso, há lugares com muitas águas termais, as quais são simplesmente balneários, não estão ocupados, se fizeram spa ao redor deles, mas não se aproveitou, não temos a infraestrutura que têm os países europeus.
A Associação Latino-americana de Spa tem tentado, em convênio com Termatalia, de juntar aos profissionais, à gente que têm lugares termais para que vingam aqui a se profissionalizar. Ainda não estamos numa etapa de separação, senão de união e talvez aliança para que a indústria termal cresça, porque este segmento mexicano é um dos mais importantes do mundo, mas a questão termal não está desenvolvida; então temos o mercado da indústria spa e queremos ajudar às pessoas para proceder ao profissionalismo, talvez não as unir, mas sim a juntá-las e fazer alianças”.
Acha você que há suficientes meios de comunicação sobre o tema de spa em América Latina e o Caribe?
- Sim há muitos meios, atualmente o marketing tem começado a mudar, os meios de comunicação, muitos sites web e têm diminuído os meios de comunicação em papel, mas temos bastante informação da indústria spa na região latino-americana.
A segmentação por países está bem feita nos nossos meios de comunicação ou há que aperfeiçoar ainda algo?
- Não está bem segmentada, há que melhorar ainda muito, a maioria são muito locais, não existe uma revista. Temos tentado que meios latino-americanos tenham um mesmo contexto, mas a informação é muito local, não se pôde.
Que considera importante para um médio nesse setor? Quais seriam suas secções mais importantes?
- Depende do mercado ao que vás. Se é spa, as novas tendências e tecnologias, se é mais de reabilitação ou de hidrologias deve ser mais específico, porque temos muito pouco profissionais nessa área. No México não existe a especialidade de hidrologia médica, inclusive estamos a tratar de levar um diplomado para profissionalizar o setor.
Considera que o turismo e o mundo da hidrologia e o spa devem estar unidos?
-Sim, com a globalização e o papel dos meios de comunicação, o país que não esteja à vanguarda se vai ficar atrás e as nações que apostem por esta informação internacional permanecerão no mercado.
Que países de América Latina considera estão mais avançados no mundo do spa e as termas?
-No mundo do spa é o México com um maior número de centros deste tipo concentrados em costas como Cancún e os cabos que não se equipasse com nada em América Latina. Mas, no mundo das termas, nenhum país da região está desenvolvido, talvez a Argentina que tem suas termas ao igual que o México ou o Peru - onde também sessionou Termatalia-, nos demos conta de que não existe infraestrutura no área termal na região.
Que país seria a referência para termas e spa?
-Para termas nossa referência é a França e a Espanha, e em spa poderia ser também a região francesa que conhecemos bem e, talvez, a Espanha, mas não temos muitas referências. Por exemplo, a Turquia é um país interessante para a questão termal onde temos tentado de aprender. Termatalia abriu-nos as portas de muitos países para tomar tecnologias e aprender.
Para finalizar a doutora Hernández comentou: “nós como área spa e Termatalia como termas e hidrologia podemos fazer grandes alianças para que os países de América Latina possam crescer e desenvolver estes conceitos que são tão antigos em Europa e tão recentes para nosso continente, ainda que contamos com essas maravilhosas águas, não as sabemos aproveitar.