Pedro Rafo León, especialista em Turismo Vivencial

25 de Fevereiro de 2010 2:30pm
godking

O turismo vivencial é uma opção de muito valor agregado que aumenta as perspectivs dos turistas no Peru e ao mesmo tempo constitui uma fonte de recursos para as comunidades locais que se encarregam diretamente desse segmento turístico. Não é um turismo de massas nem deve substituir as atividades tradicionais dos grupos humanos envolvidos.

Qual a situação do turismo vivencial no Peru?

É um turismo que foi aumetando aos poucos. Atualmente há 30 empreendimentos no país, muito diferentes, reconhecidos e promovidos pelo Ministério. O processo começa com a avaliação dos locais com interesse e possibilidades, e segue com a capacitação dos moradores em temas como os serviços, a cultura de mercado, a gestão, idiomas e contabilidade.

O turismo vivencial é complementar do turismo convencional. Não são muitas pessoas que passam uma semana numa comunidade. Os turistas que visitam Cuzco ou a Amazônia podem preferir um hotel com todo o conforto, mas ficar um dia e uma noite numa comunidade conhecendo a cultura tradicional e as atividades econômicas integradas à natureza.

Quais os investimentos necessários para o desenvolvimento desse turismo?

Muitas vezes o financiamento inicial é outorgado por organizações de cooperação e depois é multiplicado. Recentemente uma organização das Nações Unidas entrou em contato com uma comunidade para o desenvolvimento de um programa agrícola, mas os moradores pediram que os ajudassem na instalação de um banheiro "grande e limpo" porque os turistas provenientes de Cuzco "sempre querem fazer xixi". O uso do banheiro custa um dolar e por ali passam 600 turistas por dia.

O capital criado contribuiu para a capacitação e para a construção de alojamentos.

Quem é responsável pelo negócio na comunidade?

Principalmente as mulheres que têm uma capacidade especial para o desenvolvimento desses projetos, mas há um comitê de turismo na comunidade eleito por um tempo determinado.

Então não é uma empresa privada?

Eu diria que é uma micro-empresa comunitária que em dois anos tem favorecido 5 mil famílias camponesas e movimentado dois milhões de dólares. Há duas condições para a sustentabilidade do projeto: que o turismo não seja de massas e que as comunidades não deixem de fazer suas atividades tradicionais porque aí começa a falsidade.

Quais as organizações que apoiam o projeto?

O Ministério em primeiro lugar e diversas redes de cooperação como Caritas, a cooperação italiana, a cooperacao espanhola, algumas ONGs locais e internacionais e as empresas privadas de turismo que começam a fazer contratos com as comunidades. A cooperação é principalmente técnica: capacitação, investimento em gestão e promoção, e criação de redes.

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