Redes hoteleiras espanholas preferem crescer em outros mercados
A rentabilidade hoteleira na Espanha teve uma forte contração em 2009, com redução de 13% no RevPAR (receita por quarto disponível). No entanto, a rentabilidade em outros países é maior, principalmente no Caribe, e isso tem um forte impacto na expansão hoteleira prevista, mas não é único fator.
A crise no setor da construção também é um elemento a levar em conta. Assim, Europa Central, Leste Europeu, América Latina e Caribe são agora mercados mais atrativos nas prioridades de crescimento das redes espanholas.
A Sol Meliá concentra fora da Espanha 88% das suas incorporações já assinadas e 95% das que estão em negociação.
A NH, com alguns projetos na Espanha assinados antes da crise, aposta pelo reforço da sua presença na Itália, Alemanha e México, e procura outras oportunidades em países do Leste Europeu.
O Grupo Barceló também reorienta seu crescimento e procura oportunidades em destinos emergentes do Mediterrâneo, do Caribe e em capitais europeias. Fontes do Grupo reconhecem que "por enquanto não vão crescer e que alguns projetos em andamento estão sendo reconsiderados", uma alusão a hotéis que seriam emblemáticos como o do Terminal 2 do aeroporto de Barajas e o do Palácio dos Congressos em Palma de Mallorca.
Já a Iberostar prevê abrir três hotéis na Tunísia em 2010 e um em Cabo Verde, enquanto na Espanha anunciaram três reaberturas já integradas na rede, mas em processo de renovação.
Em paralelo, a rede da família Fluxá estuda a entrada na hoteleria de cidade, segmento no qual há mais oportunidades em cidades europeias do que na Espanha.
Dos 6.100 estabelecimentos que constituem o parque hoteleiro na Espanha mais de 500 estão à venda, mas os efeitos da crise do imobiliário e do crédito não permitem comprar a altos preços nem vender a preços reduzidos.
Isso provoca que os hoteleiros espanhóis procurem fórmulas de expansão pouco intensivas em capital, preferindo os contratos de gestão ou aluguel, uma fórmula sem desenvolvimento na Espanha.