República Dominicana aposta em turismo diferenciado
A República Dominicana procura outras oportunidades de promoção e incentivo para chegar a novos e diversos mercados e segmentos. O motivo: a crise que afeta importantes mercados emissores para a ilha. Sobre as ações e estratégias desenvolvidas pelas autoridades turísticas dominicanas nesse sentido, conversamos com a Sra. Paola Dimitri, diretora do Escritório de Turismo da República Dominicana para Espanha e Portugal.
Como tem resultado o turismo na República Dominicana neste ano?
-Em geral, o turismo na República Dominicana mostra dados positivos, principalmente devido às chegadas provenientes de mercados emergentes como América Latina e Rússia, que foram um grande apoio, creio, não só nosso como de todo o Caribe. As economias destes países, principalmente da Argentina, do Brasil e do México, estão dando sinais de fortalecimento e suas cifras, como mercados emissores, refletem esse crescimento.
Em relação à Espanha e Portugal, não estão vivendo seus melhores momentos, porque são dois países que estão especialmente afetadas pela situação que envolve as economias da zona euro. Sobre a emissão, nesse momento temos cifras que rondam 5% menos em relação ao mesmo período do ano passado. Não é uma cifra muito significativa, mas é uma situação que nos chamou a atenção para refletir na busca de outras oportunidades de promoção e incentivo para chegar a novos e diversos mercados e segmentos.
Quais são os aspectos fundamentais dessa busca?
-Na República Dominicana estamos apostando em um turismo diferenciado a partir de diversos aspectos, como um all-inclusive de alta gama; e a reativação da cidade, através dos esforços coesivos do Cluster de Santo Domingo, conjunto de empresas do setor público e privado que está trabalhando de forma unida para revitalizar a cidade como destino de turismo cultural, complemento da oferta de sol e praia do país.
De fato, acabo de voltar de Santo Domingo e vi a presença do Cluster e suas ações em toda a cidade, com seu novo slogan “Santo Domingo é Alegria”, e estão trabalhando muito bem. Todos os agentes do setor turístico estão confluindo no Cluster e penso que em alguns meses, teremos um produto muito bem articulado, pronto para sua promoção e comercialização.
Existem outras zonas, como Samaná, que estão em pleno desenvolvimento e já se inaugura uma nova autoestrada que comunica com essa região.
Esta semana, justamente, se integrou à rede viária dominicana o Boulevard do Atlântico, autoestrada que vai unir o aeroporto El Catey com Las Terrenas, Samaná.
Com o início do funcionamento dessa nova via, o tempo de deslocamento entre Santo Domingo e Samaná se reduzirá a menos de duas horas, com o qual quem estiver de férias em Samaná poderá chegar à capital podendo, dessa maneira, desfrutar de tudo que a cidade oferece, com seu estilo de vida cosmopolita, cultura e diversões, com as notas de alegria e hospitalidade que nos caracteriza.
Outro destino que estamos relançando e no qual as autoridades turísticas dominicanas estão apostando fortemente é Puerto Plata, na costa norte, que foi nosso primeiro destino, com o qual fomos conhecidos no âmbito turístico.
Neste momento esse destino se rejuvenesce, e através do cluster de Puerto Plata, apoiado pelo Ministério do Turismo, realiza-se um grande trabalho em torno do seu reposicionamento. É uma área de que os europeus gostam muito, porque está integrada aos núcleos urbanos da região, que resultam ser muito interessantes, dado que o turista pode visitar as cidades e interagir com os dominicanos, tendo a oportunidade de desfrutar não só das praias maravilhosas e ambientes naturais, mas também de conhecer o dominicano em seu cotidiano.
Falando de Puerto Plata, este tem sido um dos pontos fortes para o mercado de cruzeiros. O que pode nos dizer sobre o tema?
-Temos iniciativas muito específicas. No ano passado foi realizada uma reunião internacional de turismo de cruzeiro na cidade de Santo Domingo, a partir da qual grandes esforços estão sendo feitos para posicionar o porto de Santo Domingo na rota dos cruzeiros pelo Caribe; aproveitando a oportunidade de ter o porto dentro da parte antiga da primeira cidade da América.
Puerto Plata quer voltar a receber os cruzeiros que, anteriormente, passavam pela costa norte, consciente de suas atrações naturais e culturais, a fim de empreender um novo caminho sobre a base da união de todos os fatores que intervêm no turismo desse destino, com o propósito de recobrar seu dinamismo turístico e conquistar novos nichos do mercado.
Para alcançar seu objetivo, contam com os atrativos que a área fornece, perto de outros “subdestinos” como Luperón, com a baia mais segura da região; Cofresí, onde se encontram o Ocean World e magníficos resorts; Sosúa, com uma charmosa praia e zonas de mergulho; Cabarete, o epicentro do kiteboarding e da aventura, assim como Río San Juan e seus belos atributos para todos os públicos.
Toda essa atividade estará muito vinculada aos estabelecimentos turísticos espanhóis, já que muitas das redes hoteleiras presentes no país são espanholas...
- Certamente, mais de 60% dos apartamentos hoteleiros na República Dominicana são de capital espanhol e são um elemento fundamental a ser considerado.
Os hoteleiros estão ocupados em motivar primeiro uma gestão de excelência em seus estabelecimentos; estão interessados na formação e capacitação dos funcionários nacionais que nelas trabalham, assim como na promoção dos destinos onde operam, apoiando as ações e estratégias pautadas pelo Ministério do Turismo através das suas OPT em todo o mundo.
Ainda têm duas grandes feiras turísticas nesse ano, a WTM em Londres e a EIBTM em Barcelona, e no início de 2012, teremos a FITUR em Madrid. O que você poderia dizer sobre a participação dominicana nestes eventos?
-Para a WTM nosso escritório em Londres está trabalhando duro. Sua diretora, Sabrina Cambiazo, está a mil com a organização da participação da delegação dominicana e a apresentação do nosso destino.
Em relação à EIBTM, feira especializada no segmento de mercado de reuniões e incentivos, é outra ocasião importante que abordamos com grande interesse, já que é uma feira que gera sinergias e oportunidade de negócios interessantes, principalmente com a crescente participação de novos compradores dos mercados emergentes, como Argentina, México, Brasil, Rússia, Índia e China.
Neste ano estaremos acompanhados de vários co-expositores, hotéis, touroperadores receptivos e agências que vêm para mostrar-nos suas novidades, de modo que, além da apresentação do destino, estaremos bem representados com produtos inovadores próprios desses segmentos de mercado.
A FITUR, como sempre, é um grande desafio para nós, sendo que é realizada em Madrid e é a primeira feria internacional do ano. Na FITUR participam os principais agentes do turismo, sendo o ponto de partida das negociações de cara às campanhas de verão e inverno de 2012-2013. Também apresentaremos novidades, já adiantei algo sobre a reativação turística da cidade de Santo Domingo e teremos outras coisas interessantes, propostas e notícias que compartir, tanto com o trade como com o consumidor final, que vai participar desta importante feira internacional.