Rosana França, diretora de Relações Internacionais da Bahiatursa

26 de Fevereiro de 2009 9:30am
godking

A Bahia, com zonas turísticas de sol e praia, tem também zonas de ecoturismo de extraordinária beleza como a Chapada Diamantina; de turismo cultural como o Pelourinho, centro histórico de Salvador, e, além disso, atrai afro-descendentes dos Estados Unidos - o turismo étnico - à procura de manifestações da cultura ancestral africana como o Candomblé. Foi disso e das estratégias do estado para fomentar o turismo que Rosana França, da Bahiatursa, falou com a Caribbean News Digital.

Rosana, como é que está funcionando o turismo espanhol para a Bahia neste momento?

Nós temos o mercado espanhol como mercado prioritário e estamos desenvolvendo ações promocionais e publicitárias para fomentar o turismo. Temos sete voos diários da Air Europa e recentemente recebemos o novo voo da Iberia com a Iberworld que vai ter uma frequência charter regular.

Recentemente contratamos uma profissional para trabalhar no mercado da Europa que vai se dedicar a desenvolver ações promocionais. Neste ano nós temos uma série de ações agendadas para serem trabalhadas aqui na Espanha. Uma delas é um grande evento para 6.000 pessoas, o São João, em Madri. Trata-se de uma festa popular da Bahia, muito típica, que se realiza em todos os municípios do Estado, e queremos trazer essa festa para cá durante esse ano.

Fora esses eventos promocionais, nós estamos fazendo capacitação com os operadores e participando de workshops. Outra coisa que dá muito resultado para a gente são os famtrips com empresários, operadores e jornalistas para que conheçam os nossos destinos e potencialidades. Tentamos manter a Bahia sempre na mídia para que as pessoas queiram conhecer o estado e assim aumentar o fluxo de turistas.

A Bahia é um destino que não só vende sol e praia. Temos uma grande diversidade que inclui o ecoturismo. No centro da Bahia, na Chapada Diamantina, temos um destino único de ecoturismo e natureza, e estamos muito bem preparados para esse tipo de turismo que é mais qualificado.

Além do sol e praia, e do turismo ecológico temos o turismo cultural. O Pelourinho, o centro histórico de Salvador, a capital da Bahia, é um destino onde as pessoas que entram pelo portão de Salvador querem ficar. Ao lado temos um destino muito bem desenvolvido que é a Costa dos Coqueiros com grandes resorts como o Vilagalé, Iberostar, Sauípe, além de turismo ecológico e rural também nessa região.

Sintetizando, a Bahia tem 13 zonas turísticas. Temos resorts excelentes no sul e no norte; natureza na Chapada Diamantina; passeios de barco na Bahia de todos os Santos, onde temos 56 ilhas; a Costa do Dendê, Barra Grande...

O Grupo Excelencias é a empresa oficial para a cobertura dos eventos da TUI no Caribe e na América Latina. Nesse sentido, gostaria de saber quais as preferências do turismo alemão na Bahia.

Nós estamos trabalhando também com o mercado alemão porque temos um voo regular da Condor duas vezes por semana com uma ocupação muito boa.

Os alemães adoram Salvador, mas ficam mais na região da Costa dos Coqueiros, vão muito também para a Costa do Dendê, que é a região do Morro de São Paulo e também gostam muito do sul da Bahia que é Porto Seguro, Arraial d'Ajuda e Trancoso. Eles preferem essas regiões onde podem misturar a praia e cultura...

O turismo russo já começou a entrar na Bahia ou ainda não?

Nós temos uma operadora, a Brasiltur, que trabalha muito com o mercado russo que ainda é uma grande potencialidade. Não é um mercado efetivo. Temos o problema dos voos porque eles têm que ir para São Paulo, mas é uma grande potencialidade para a Bahia.

A América Central e principalmente o Panamá são destinos emissores para o Brasil. Capta a Bahia uma parte desse mercado? ¿É interessante para a Bahia?

É muito importante, principalmente com essa crise agora. Acho que temos que fomentar esse turismo da América Latina e da América Central para o Brasil, e evidentemente para a Bahia. Na América do Sul também estamos desenvolvendo ações efetivas, como na Venezuela. Pensamos receber também um voo charter de Bogotá, ou seja, estamos nos movimentando para isso.

É importante lembrar que a Secretaria de Turismo está desenvolvendo um programa de capacitação na Bahia para receber os turistas. Nós estamos investindo muito não só para trazer os turistas, mas também na parte do receptivo.

Há voos diretos da América Central para a Bahia?

Não temos voos diretos, só através de conexões no Rio de Janeiro ou São Paulo que são os grandes portões de entrada. Emilia Silva, presidente da Bahiatursa, está fazendo uma campanha para a criação de roteiros integrados com o Nordeste. Não só a Bahia, mas Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, para que o turista entre pelo Nordeste.

Quais as companhias hoteleiras americanas ou de outros países com investimentos na Bahia?

Temos o Grupo Pestana, o Vila Galé, o Iberostar que já inaugurou sua segunda unidade e temos muitas cadeias internacionais interessadas no centro histórico e na Costa dos Coqueiros que está crescendo muito. Então temos os portugueses, os espanhóis, estamos em contato com os americanos para desenvolver uma parceria...

Como contribui o grupo jamaicano SuperClubs para o turismo da Bahia?

A ocupação deles é fenomenal. É um all-inclusive muito procurado e eles têm a intenção de aumentar o número de hotéis em Salvador. Eu acho que tem muito a ver o mercado da Jamaica com o mercado da Bahia.

Nós estamos trabalhando com turismo étnico. Quase 90% da população da Bahia é negra e estamos desenvolvendo roteiros especiais para atrair esse público dos Estados Unidos. Os descendentes afro-americanos perderam muito a identidade, o elo com seus ancestrais como pode ser o candomblé... e eles vêm resgatar isso na Bahia. Eles têm um poder aquisitivo alto e a gente tem muito a oferecer, de modo que é um casamento perfeito.

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