Rubén Blades, ministro do Turismo do Panamá

18 de Janeiro de 2008 5:32pm
godking

A nova lei turística que deverá ser aprovada em breve no Panamá e a realidade existente no setor imobiliário nacional são alguns dos temas abordados nesta entrevista.

Qual a resposta do senhor diante das dúvidas sobre a nova lei de Turismo e a falta de consulta aos empresários?

Olha, houve uma acumulação de más interpretações. Há meses que estamos reunindo opiniões no setor público para um anteprojeto, o que impediu que fosse apresentado com a agilidade desejada. Como o presidente Torrijos queria apoiar o trade, ele incluiu a lei de Turismo no pedido de faculdades extraordinárias à Assembléia Nacional para que o anteprojeto fosse discutido e aprovado. Mas é absurdo pensar que o projeto não será discutido com o empresariado. Ninguém, por inteligente que seja, pode apresentar um projeto sem as opiniões do setor público e privado.

Levaram em consideração os interesses de todas as partes?

A lei vai ter um impacto nacional. Eu não sou contra uma Junta Diretiva, mas o problema é quem vai representar as províncias, por exemplo Chiriquí, Bocas del Toro, Veraguas; porque essa Junta só tem representantes da capital e as pessoas reclamam por isso.

Eu como servidor público represento o país todo. Vamos escutar todas as opiniões e a decisão final será tomada pelo Gabinete, pelo Presidente da República.

O senhor tem afirmado que se precisa de hotéis para atender o crescente fluxo de visitantes, mas o que aumenta é a construção de residências para estrangeiros. Qual a causa disso?

É um problema econômico. O retorno dos investimentos nos empreendimentos hoteleiros é demorado devido a diversos fatores: é preciso administrá-los, torná-los competitivos, ter funcionários, encarar problemas trabalhistas, a alta e baixa temporada, fazer publicidade... No entanto uma casa ou apartamento com investimento de US$ 100.000, pode ser vendida em US$ 500.000, recupera-se o investimento e pronto.

Há programas de incentivo ao investimento hoteleiro?

Há, mas os incentivos para a construção hoteleira não compensam o grande interesse do mercado por uma casa no Panamá que, além de ser um país muito atrativo para morar, tem um setor construtivo que constrói rápido e com muita qualidade. São residências que não existem nem no Primeiro Mundo. Assim, apesar de termos incentivos, não podemos obrigar ninguém.

Eu espero que haja investimentos na hotelaria porque precisamos deles. Estamos lançando uma grande campanha turística e precisamos de acomodações, mas também de mais vôos e aeroportos. Em muitos países as pessoas querem viajar para o Panamá e não podem porque não há vôos. Procuram um apartamento hoteleiro e também não há. Acho que essa situação vai estimular a construção de hotéis. Isso não pode esperar.

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